
Review: Ninja Gaiden 4 é hack and slash competente sem mimimi
Procurando um jogo desafiador? Ninja Gaiden 4 está sorrindo (e piscando) para você
Imagem: Koei Tecmo
era de ouro do gênero hack and slash passou, é verdade, mas nem por isso ele precisa ficar tão esquecido quanto está nos dias atuais. Ninja Gaiden 4 serve como um lembrete de que, feito do jeito certo, esse estilo pode ser revitalizado para a audiência moderna sem perder a essência de outrora.
Desenvolvido pela melhor combinação possível de estúdios com expertise na fórmula, a Team Ninja e a PlatinumGames, o quarto título numerado de uma das franquias reconhecidamente mais difíceis dos games foi viabilizado pela Microsoft, a qual, via Xbox Game Studios, cuidou da publicação.
A junção de tamanho talento funcionou dentro do que Ninja Gaiden 4 precisava ser? O que isso tem a ver com soulslike, como muitos aí devem se perguntar? Eu adianto: nada. Isso aqui é hack and slash do melhor suco da geração retrasada, só que atualizado na medida necessária. Confira!
Ninja Gaiden 4 é um jogo de ação, ponto.
O hack and slash nada mais é do que uma variante de jogo de ação, uma derivação que cria rápida correspondência na cabeça de quem lê a respeito: gameplay veloz, altamente preciso e que exige reflexos afiados do jogador.
Assim é Ninja Gaiden 4, sem mais nem menos, executado sob a batuta de quem sabe o que está fazendo e com que franquia está mexendo. Em tempos de enxergar soulslike até em jogos de desenho animado, isso aqui bifurca o caminho para mostrar que o horizonte vai muito além do que estamos vendo agora e que nem tudo se resume à fórmula da FromSoftware.
Ninja Gaiden 4 é difícil por sua própria natureza, dentro de pilares que a franquia ergueu e que foram mantidos ao longo de sua existência até aqui, desde o nascimento no 2D, em 1988, e a ótima transição ao 3D, em 2004.

Imagem: Xbox Game Studios
Entre erros e acertos, são décadas do mais puro pedigree de ação, isto é, sem elementos de RPG, sem progressão “deixada” no ponto em que o personagem morre, sem fogueiras, sem inimigos que renascem. Mas sim com chefes difíceis, combate de alta velocidade, combinação de botões certos para execução de combos vistosos e movimentos acrobáticos coreografados que dão aula a dançarinos. Isso é Ninja Gaiden 4.
A história do dragão e um certo alguém famoso…
Ambientado numa Tóquio futurista aos moldes da estética cyberpunk, Ninja Gaiden 4 se passa anos após o terceiro jogo, quando o Dragão Negro provocou a ruína do mundo como conhecíamos.
Seguindo a cartilha de um bom hack and slash e dos títulos anteriores da franquia, Ninja Gaiden 4 compensa o jogador que se propuser a executar os combos de forma técnica
Num estado dormente, a criatura mítica deve ser despertada por um novo protagonista, Yakumo, cuja jornada se entrelaça à do lendário Ryu Hayabusa, histórico personagem principal da série.

Imagem: Steam
Como membro do Clã do Corvo, Yakumo deve encontrar os Selos do Dragão com a ajuda de uma sacerdotisa, só que Ryu acredita que esse despertar oferece uma ameaça. Portanto, sim, haverá um “duelo de titãs” aí no meio e isso é tudo que me limito a dizer para seguir a sinopse oficial sem dar spoilers.
Fluidez absurda em 120 fps
Tecnicamente falando, Ninja Gaiden 4 está impecável. Durante a minha jogatina, feita num Xbox Series X, optei por um dos três modos oferecidos: 120 fps. Os outros dois são focados em priorizar resolução ou taxa de quadros por segundo em 60 fps, um sacrificando um pouco do outro, mas os 120 fps impressionam pela altíssima estabilidade sem cobrar um preço tão alto do visual.
Seguindo a cartilha de um bom hack and slash e dos títulos anteriores da franquia, Ninja Gaiden 4 compensa o jogador que se propuser a executar os combos de forma técnica, pressionando botões numa ordem correta e em determinados intervalos.

Imagem: Steam
O legal é que, se você não quiser se esmerilhar na tecnicalidade da coisa, esmagar os comandos do controle também funciona para os “raçudos” de plantão. Claro que a experiência pode ser um pouco mais punitiva se você decidir não adotar tanta destreza no combate, mas, ainda assim, será possível progredir à base de tentativa e erro – o que pode acontecer com razoável frequência para alguns jogadores.
Saltos, esquivas, contragolpes e pancadas se alternam em potência com as ofensivas especiais do Corvo, ativadas com o L2/LT, em que a arma assume um aspecto mágico capaz de aplicar golpes ainda mais danosos aos inimigos, ao custo de uma barra de energia.
Se você tiver paciência para coreografar seus movimentos, prepare-se para um verdadeiro festival de sangue jorrando na tela, tão vistoso em sua apresentação quanto visceral em sua execução. “Satisfatório” é um termo que pode resumir bem seu sentimento após ser recompensado por sua precisão nos comandos.

Imagem: Steam
Missões secundárias e arena de treino
Com uma estrutura honesta que se equilibra entre combate e exploração acrobática, Ninja Gaiden 4 tem predominância nos confrontos contra hordas de inimigos, dizimáveis a partir de lâminas e outras armas que Yakumo coleta em sua jornada.
Há uma espécie de “orelhão” por meio do qual o protagonista pode aceitar missões secundárias e comprar itens. Esses objetivos opcionais estão posicionados dentro da linearidade das fases, mas não as subestime porque, num vacilo de olhar, você pode perder aquela entradinha lateral que te conduz à resolução de uma atividade paralela, que geralmente se resume a encontrar um item específico ou eliminar um alvo procurado.
Ao lado do painel de missões secundárias há um personagem que funciona como uma espécie de “correspondente de prática” de Yakumo em Ninja Gaiden 4. Ele permite que o jogador pratique uma série de combinações ofensivas e defensivas, mas sua conclusão é rápida, e esse parceiro fica “sobrando” durante boa parte do game. De repente poderia haver algum sistema de recompensa aqui para bonificar melhor o jogador que gastar tempo nisso.

Imagem: Xbox Game Studios
Veredito
Com chefes magnânimos e confrontos inesquecíveis, Ninja Gaiden 4 une o que há de melhor num hack and slash de qualidade: velocidade, técnica e precisão. A câmera, queixa constante dos anteriores, está mais ajustada, mas segue com ligeira tremulação em trechos mais abertos e acrobáticos.
O jogador “casual” não precisa se assustar porque, além do seletor de dificuldade, o game permite que você avance sem precisar executar combos exatos, e sim apenas esmagando botões. No entanto, tenha em mente que, ao fazer isso, você pode perder um dos maiores encantos desse jogo, que é justamente fazer sua coreografia funcionar. São cerca de 15 a 20 horas para conclusão da campanha e várias atividades extras para complementar seu tempo de jogatina.
Ninja Gaiden 4 marca um retorno absolutamente positivo de uma franquia que, entre erros e acertos, se sustenta como grande referência em seu gênero – e deixa uma ótima expectativa para o futuro.
Analisado no Xbox Series X.
Um código de Ninja Gaiden 4 foi fornecido pelo Xbox Brasil para a realização desta análise.
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Ninja Gaiden 4
Publisher: Xbox Game Studios
Desenvolvedora: Team Ninja/PlatinumGames
Plataformas: PS5, Xbox Series X|S e PC
Lançamento: 21/10/2025
Tempo de review: 25 horas
Punitivo, mas justo, Ninja Gaiden 4 marca o retorno de uma franquia que, entre erros e acertos, se sustenta como referência em seu gênero – e deixa ótima expectativa ao futuro
Prós
- Gameplay visceral de um autêntico hack and slash
- Modo em 120 fps nos consoles está ótimo
- Dificuldade modular e dentro do que se espera na série
- Novo protagonista não tira o brilho da experiência
Contras
- Câmera melhor que dos anteriores, mas ainda imperfeita
- NPC da área de treino "sobra" demais e não compensa










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