Review: Helldivers 2 diverte, mas você precisa de amigos

Sendo um título do formato live service, Helldivers 2 chega com uma proposta um pouco diferente quando comparado com outros jogos da Sony, mas será que ele consegue cativar? Vamos conferir neste review!

Helldivers 2 pula a história e vai direto para ação

O Helldivers 2 praticamente não tem uma história, o jogador é apenas um recruta que é convocado para lutar pela liberdade da Superterra. Esse enredo, para dizer a verdade, é contado praticamente apenas no começo e com um tom bem descontraído, ou seja, nada de soldados muito sérios no espaço e ar sombrio.

Inclusive, muitos fãs e jogadores podem até mesmo comparar a história e o clima de Helldivers 2 com o filme Tropas Estelares, um clássico dos anos 90 que trazia um jovem tendo que deixar de ser um mero civil para lutar contra alienígenas.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Apesar de focar pouco em sua história, o jogo acerta em alguns pontos. Mesmo sem ter muitos personagens que vemos fixos, a dublagem acaba sendo bem realizada e é divertido escutar os poucos discursos em português.

Interface do jogo é um pouco estranha no começo

Depois do tutorial, que é bem eficaz, o jogador é apresentado a sua espaçonave, que precisará será para viajar até os locais das missões e até mesmo para melhorar o equipamento, que deve ser escolhido para cada missão. A interface, inicialmente, até parece um pouco confusa, mas poucos minutos foram o suficientes para eu entender exatamente onde estava cada item e upgrade.

Aliás, por falar em upgrades, esse é um dos maiores destaques de Helldivers 2 e que me fizeram ficar preso (no sentido positivo) por um bom tempo ao jogo. Basicamente, no começo da jornada, nós não temos acesso a muitas opções de armas, armaduras e sequer níveis de dificuldade.

Já para liberar esses itens, bom, a solução é simples: gaste para liberar novos equipamentos e jogue em níveis de dificuldade mais altos para liberar os níveis ainda mais difíceis.

As armas e as armaduras que são compradas realmente mudam bastante a jogabilidade, uma vez que elas possuem características e atributos diferentes. Enquanto uma armadura te deixa mais pesado e com mais escudo, a com menos vida deixará você correr mais rápido pelo mapa. Já em armas, em que temos acesso a uma boa variedade de rifles e afins, a cadência é a principal questão que muda e, honestamente, isso muda praticamente tudo na hora de ação e até mesmo na estratégia.

Se por um lado temos os pontos positivos das armas mudarem, a verdade é que Helldivers 2 não ajuda tanto com sua interface para sabermos do que estamos diante. Até existem algumas descrições do que tal equipamento vai conceder e números, mas a interface é bem confusa nesse quesito e nem sempre sabemos se estamos diante de um negócio vantajoso.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Outro ponto que também não ajuda é que Helldivers 2 não permite que testes sejam realizados para saber se vamos gostar de um equipamento. Logo, você compra e somente depois vê se algo te agradou ou te decepcionou.

Um ponto importante também a ser abordado é que Helldivers 2 possui microtransações, mas felizmente elas são mais voltadas para armas e armaduras cosméticas e que não concedem tantas vantagens, ou seja, isso não deixa o jogo desbalanceado . A quantidade de grind para comprar os itens com a própria moeda do jogo é justo, mas prepare-se para jogar boas partidas, principalmente à medida que for evoluindo mais e tudo fica mais caro.

Além dos upgrades feitos nos equipamentos, é preciso lembrar que também existem as melhorias dedicadas para a espaçonave. Essas daqui são um pouco mais lentas para serem desbloqueadas, uma vez que o dinheiro utilizado é diferente e está mais ligado ao fato do jogador passar de nível e rank.

De toda a forma, a verdade é que, mesmo demorando para conseguir o que se quer, Helldivers 2 acerta ao trazer uma variedade de apetrechos que permitem que o jogador deixe seu cadete do jeito que ele quer.

Partidas intensas com missões que parecem as mesmas

Para lutar pela liberdade da Superterra, os jogadores são levados a diversos planetas em que deverão enfrentar os alienígenas, que vão desde insetos gigantes até robôs com uma sede insaciável por matar humanos.

Ao invés de somente matar alienígenas sem pensar em nada, o Helldivers 2 faz também com que os jogadores tenham alguns objetivos para serem controlados. Esses, por exemplo, podem ser destruir silos de combustíveis, levar reféns de um lado para outro, tomar conta de pontos específicos e até acionar comandos.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

A variedade de objetivos, ao menos para selecionar as missões, é maior do que o descrito acima. Entretanto, na prática, parece que eu sempre estava fazendo a mesma coisa só que com um nome diferente. Basicamente, ao descer nos planetas, eu devia encontrar um ponto de controle, matar os alienígenas, acionar alguma coisa e pegar a nave para voltar para casa.

Isso pode até ser divertido em um primeiro instante, mas acaba cansando ao longo do tempo, já que a variedade fica mais no nome e teoria do que na prática. Além disso, em determinados momentos das missões, dependendo do nível de dificuldade escolhido, você apenas espera que um puzzle seja solucionado por um jogador enquanto não faz nada.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Apesar de ter todos estes defeitos, Helldivers 2 brilha mais mesmo nos altos níveis de dificuldade e em que a ação é mais frenética. Diferentemente de seu antecessor, o jogo usa uma perspectiva em terceira pessoa que deixa tudo um pouco mais interessante.

A ação, como dito anteriormente, não chega a parar por muito tempo nos níveis difíceis e o jogador não pode simplesmente andar para longe de seu grupo, ou seja, não dá para simplesmente sair no modo Rambo. Enquanto uma pessoa realiza um objetivo, os outros devem dar cobertura e por aí vai, tudo sendo sempre focado no grupo.

Além da questão das armas, os jogadores podem “chamar estratégias”, que são basicamente os equipamentos e melhorias instaladas em suas espaçonaves. É a partir daqui que é possível, por exemplo, pedir que um ataque aéreo seja realizado, que a munição seja reabastecida ou que uma arma mais potente seja entregue.

Helldivers 2 é mais legal com os amigos

Devido a contar com missões bem parecidas na prática e alguns outros problemas, o Helldivers pode cansar rapidamente para aquelas pessoas que não estejam com amigos para jogar. Aqui, vale frisar, é até possível jogar sozinho, mas talvez você não queira fazer isso.

Um dos problemas de jogar Helldivers 2 sozinho é que o jogo não é fácil e morrer muitas vezes será algo corriqueiro. Como dito na análise, o jogo de tiro PvE da Sony traz hordas de inimigos e, muitas vezes, você precisa cumprir objetivos enquanto os outros lhe protegem. Então, sozinho, você já deve estar imaginando que isso não é fácil e realmente não é.

Após alguns problemas no seu lançamento, o matchmaking do jogo foi melhorado e hoje em dia está fácil conseguir pessoas para jogar. Entretanto, caso vá jogar com desconhecidos, esteja preparado para encontrar os famosos trolls, que podem arruinar a experiência.

Imagem: Arrowhead

Apenas como um exemplo, em uma partida, por nenhum motivo, um jogador decidiu que iria me matar toda vez que eu nascesse. Em algumas ocasiões, eu até tinha como responder atirando de volta, mas a experiência da partida já estava arruinada e o próprio jogo meio que denuncia onde você nasce.

Em outra partida, em que morri apenas uma vez, o grupo simplesmente se recusava a me reviver. Aqui, só para elucidar melhor a situação, as pessoas que morrem só respawnam quando alguém solicita um reforço. Logo, tive que ficar assistindo a partida sem ter o que fazer.

Então, como você pode ter notado acima, além da mesmice nas missões, que ficam divertidas com amigos em uma call, os trolls estão presentes. O pior é que não existe um meio de denunciar quem está trollando, eu procurei por inúmeras vezes no menu do jogo, mas infelizmente não tive a chance de fazer isso e só pude mesmo me conformar com o que ocorreu.

Testado no PC via Steam. Uma cópia de Helldivers 2 foi gentilmente cedida pelo Sony para a realização desta análise.