Preview: The Plucky Squire é um poço sem fundo de criatividade
O Flow Games teve acesso às duas primeiras horas de The Plucky Squire e trazemos nossas impressões para vocês! Confira
uando The Plucky Squire foi anunciado em 2022, o game chamou muita atenção por um leque de fatores, seja por sua apresentação adorável de história infantil, as cores vibrantes e confeccionadas com carinho ou até mesmo o principal destaque: a ideia de, literalmente, tirar o personagem do papel e colocá-lo no mundo real, misturando jogabilidade 2D e 3D.
O selo Devolver estampar um jogo é sempre sinônimo de curadoria certeira para projetos autorais e com uma boa dose de criatividade, mas, desde a revelação, tivemos poucas novidades do novo título da publisher. Agora, o Flow Games teve acesso a uma build de preview e pôde jogar as primeiras 2 horas da campanha.
Está interessado em The Plucky Squire? Quer saber o que mais o título traz à mesa além de desafios de plataforma? Vem com a gente que compartilhamos nossas primeiras impressões!
Apresentação formosa que mistura 2D com 3D
Se você tentasse descrever The Plucky Squire nesse momento, certamente comentaria como viu em vídeos de gameplay o protagonista saltar do livro, que tem uma jogabilidade 2D, para o mundo real, com o gameplay se transformando em uma progressão 3D um tanto diferente.
Certamente esse é um dos pontos mais apetitosos da experiência e um chamariz muito grande. Afinal, com a qualidade da Devolver, sempre sabemos que mesmo que fosse um título de ação e aventura com desafios de plataforma simples, a fofura, a criatividade e o refinamento já valeriam a curiosidade.
Entretanto, a realidade é que a equipe de The Plucky Squire conseguiu esconder muito bem o ouro por todos esses anos. Sim, o sistema de alternar entre 2D e 3D é legal, mas ele é somente um dos muitos que encontramos ao longo da campanha – mas já chegaremos lá.
Na trama, acompanhamos a jornada de Pontinho, um valente escudeiro do reino de Mana que defende o local contra todos os perigos que assolam a terra, especialmente do mago vilanesco Enfezaldo, que está sempre com algum plano maquiavélico em mente – e, após suas aventuras, Pontinho escreve livros de suas façanhas e faz bastante sucesso no reino.
Quando Enfezaldo descobre o segredo por trás de seu mundo, que todos estão em um livro infantil e que tudo está premeditado para que Pontinho sempre prevaleça, ele dá um jeito de retirar o protagonista da história com seus poderes mágicos recém-adquiridos. Dessa forma, Pontinho agora pode explorar o quarto de Sam, um garoto extremamente criativo que desenhou todo seu universo.
Essa dinâmica entre o 2D e 3D é muito bacana, divertida e cheia de originalidade. Porém, a cereja do bolo é como a desenvolvedora conseguiu integrar esses dois universos e oferecer mecânicas completamente diferentes frequentemente e temperar a aventura com novidades que nunca nos cansam.
Mais profundo do que parece: a cada curva, uma novidade
Logo de começo, você vai notar que The Plucky Squire tem uma altíssima dose de criatividade e esforço para nos prender na experiência, entregando de forma consistente cada vez mais novidades.
Enquanto no livro, com jogabilidade 2D, há uma miríade de estilos diferentes para desfrutar! Na exploração convencional, temos um estilo de gameplay similar aos Zeldas antigos, com visão isométrica, inimigos e uma progressão que traz cada vez mais golpes e recursos (existe uma lojinha muito legal para trocar recursos que você coleta).
Em certos segmentos, a aventura se transforma: de repente, você está em um cenário de progressão de sidescroller, similar a Alex Kidd e Wonder Boy, com um gameplay consideravelmente diferente. E quando você encontra um boss que, de repente, traz um mini-game à la Punch Out?
Quando migramos ao mundo real de The Plucky Squire, a tendência se mantém: inicialmente, temos trechos de stealth e plataforma, depois se transforma em um jogo de aventura 3D e, eventualmente, começa a mesclar tanto os sistemas do modo 2D quanto 3D de uma forma muito natural e com frequência maior – em algum momento, você até mesmo participa de um RPG de turno tradicional.
Outro detalhe que simplesmente amei foi o sistema de construção de frases no cenário que transformam o ambiente. Como Pontinho é um hábil escritor, ele pode notar palavras do livro e alterar o “ambiente” em que está ao trocar palavras de lugar, algo similar à Scribblenauts (mas com um escopo bem menor, é claro).
Por exemplo: em certo momento da campanha de The Plucky Squire, o caminho está bloqueado por uma floresta, com a frase bem clara no chão: “essa era uma floresta isolada”. Entretanto, Pontinho pode usar a palavra “ruína” do cenário e trocar a frase, dessa forma também alterando o mapa.
O desafio começa simples, mas cada vez mais vemos enigmas de palavras muito inteligentes e extremamente divertidos. A parte mais legal? Alguns puzzles de The Plucky Squire vão requerer palavras que não estão no cenário e requerem que você saia do livro, volte às páginas anteriores, pegue palavras antigas e retorne para continuar o desafio.
Essas dinâmicas de aproveitar cada pedacinho do jogo é muito divertida e criativa. Sei que usei demais a palavra “criativo” nesse texto, mas não há outra forma de descrever todo o brilhantismo da equipe em entregar muito mais do que todos nós esperávamos. A cada trecho, uma nova surpresa, mantendo um ritmo altamente cativante.
Dublagem e localização brasileira são impecáveis
Apesar de The Plucky Squire ter todo um tom de livro infantil, seu elenco de personagens têm um humor bem único que ajuda bastante a tornar a experiência muito mais engraçada e prazerosa. Contudo, parte do charme que o jogo nos transmite vem especialmente pela localização incrivelmente bem-feita para o português brasileiro.
Todos os nomes, incluindo o do próprio jogo (oficialmente, The Plucky Squire se chama O Escudeiro Valente no Brasil) estão traduzidos, então temos personagens como Barbaluar, Barbinha, Batera, Enfezaldo e muito mais, com todos os diálogos muito bem-adaptados para um linguajar descontraído em nossa língua sem se prender muito às traduções literais.
Além disso, um grande fator me pegou de surpresa: o jogo está inteiramente dublado em português e o narrador da aventura conta com a atuação do excepcional Mauro Ramos, famoso por ceder sua voz a personagens como Pumba (de O Rei Leão), Sullivan (Monstros S.A.), Shrek e muitos astros de Hollywood.
Durante a campanha, testei o jogo em inglês e é muito gritante o quanto a localização brasileira dá um charme extra à experiência.
Será que The Plucky Squire sustenta o ritmo até o fim?
Eu sabia que provavelmente ia gostar de The Plucky Squire, mas não imaginei que seria tanto: o marketing conseguiu esconder muitas das surpresas e o game é bem mais ambicioso do que parece. Entretanto, vale lembrar que isso ainda é um preview e tive acesso somente às duas primeiras horas da campanha.
Minha maior dúvida neste momento é o quanto The Plucky Squire vai conseguir aproveitar todas as mecânicas apresentadas e manter o ritmo excelente do começo até o final da aventura. Até onde consigo ver, há dois caminhos: manter novidades constantes ou aproveitar ainda mais o uso dos elementos que vimos até agora.
Se lembram do mini game à la Punch Out que citei? Ele apareceu uma única vez durante as duas horas e adoraria experimentar essa mecânica novamente, mas talvez ela não volte mais. Manter a cadência de explorar bem os elementos já apresentados e manter o fator surpresa é difícil.
Meu único receio é se todas essas coisas incríveis de The Plucky Squire forem subutilizadas e, no fim, o jogo ficar no arroz com feijão. Mas veremos, pois o game já tem data de estreia e chega no dia 17 de setembro para PC, PS5, Xbox Series e Nintendo Switch.
Comentários
Boa tarde!
fiquei mais hypado ainda após ler a matéria!
a data de lançamento não seria no dia 17 de setembro de 2024? no texto está informando 17 de agosto
Oi, Reinaldo! Tudo bem?
Perdão pelo vacilo, é isso mesmo hahaha! Estava com agosto na cabeça, já corrigi lá. Obrigado por avisar!
Abração,
Boa tarde! Cabe salientar que esse jogo chegará day one no serviço ps plus deluxe e extra.