Cyberpunk 2077: Atualização 2.0 é o momento PERFEITO pra você jogar
Nós já estamos jogando Cyberpunk 2077 Phantom Liberty, mas por enquanto, saiba o que achamos da Atualização 2.0
u sou suspeito para falar de Cyberpunk 2077: mesmo no lançamento, eu fui um dos que amaram o jogo com sua ambientação futurística, as tramas cheias de amaranhados corporativos e distopias capitalistas, as diferentes gangues de Night City, os gráficos de nova geração e muito mais. Mas é inegável que o game chegou em um estado técnico bem catastrófico.
As promessas de correções demoraram para fazer efeito, a versão de antiga geração foi quase injogável e, no geral, se criou um cenário bastante conturbado para um título tão aguardado. Porém, por mais controverso que seja dizer isso, Cyberpunk nunca foi ruim, ele apenas esteve ofuscado por bugs e falta de polimento em seu lançamento.
Agora, com a Atualização 2.0, é um momento curioso para o game: seria o estado mais completo do jogo? É o momento ideal para fãs retornarem às ruas de Night City? E para quem detestou, esse é o momento de revitalização que muitos tanto esperavam? Talvez a resposta seja um tão aguardado “sim” para todas essas perguntas.
Ficou curioso? Confira nossas impressões de Cyberpunk 2077 na Atualização 2.0!
Obs: o Flow Games já está jogando a expansão Phantom Liberty, mas não podemos mencionar absolutamente nada sobre ela, como armas, carros, história e tudo que você puder imaginar. Portanto, este material é apenas para dar nosso veredito sobre as novidades do jogo base.
Combate veicular padrão, mas com tempero cibernético
Se você tem acompanhado as notícias da Atualização 2.0 de Cyberpunk 2077, deve estar ciente que combate veicular é algo que a equipe estava planejando trazer nesta nova fase do game. Honestamente, foi algo que achei muito bem-vindo: seja ao sacar sua arma e disparar para onde quiser ou sair retalhando com uma katana em uma moto à la John Wick, é com você.
Não há nada espetacular por aqui que exceda o que já vimos no passado, mas ele cumpre o papel de oferecer mais dinamismo no combate. Sabe GTA 5? Por mais estranho que seja a comparação, neste aspecto em específico ambos os jogos são similares: mire e atire ou use um sistema de travamento automático.
E sim, você pode mirar no motorista em perseguição ou nos pneus de outros carros para sair de uma situação de forma mais inteligente, caso queira. O tempero especial de Cyberpunk 2077 traz a esse prato já conhecido são os elementos cibernéticos, adicionando camadas de profundidade.
Você pode hackear carros inimigos para acelerar, frear ou até se autodestruírem se tiver um componente instalado; ou, quem sabe, desacelerar o tempo quando tiver um Sandevistan equipado. Todos os elementos presentes no combate terrestre dão as caras por aqui.
E, para aproveitar essa nova mecânica de Cyberpunk 2077, há missões novas que permitem que as perseguições veiculares aconteçam com certa frequência, então há um playground preparado para você, seja para atacar gangues inimigas ou, quem sabe, a polícia.
MaxTac de Night City vem dobrando a esquina
Um dos pontos criticados no lançamento de Cyberpunk 2077 foi o seu sistema de polícia fraco e inconsistente: bastava disparar no deserto para brotar viaturas atrás de você, com mecânicas que deixavam a desejar. Apesar de o foco do game não ser esse, é inegável que foi um elemento que a comunidade sentiu falta.
Agora, a CD Projekt Red reformulou do zero o rastreamento policial em Night City. Além de ter a famosa estrutura de 5 estrelas de GTA, a inteligência artificial foi refeita e garante algumas perseguições interessantes – então cuidado ao apontar armas por aí. Conforme o nível de perigo aumenta, mais policiais, robôs e até bloqueios de estradas podem acontecer.
A parte mais legal é que a companhia incluiu um pouco mais do universo de Cyberpunk (vale lembrar que a franquia já existia como um RPG de mesa antes de título digital) a esse sistema: caso você alcance o nível máximo de procurado, a MaxTac, a força de elite da polícia de Night City, é despachada para lidar com a situação.
Se você assistiu ao anime Cyberpunk Mercenários, deve se lembrar da equipe responsável por parar os cyberpsicopatas. Os embates com a “SWAT de Cyberpunk de Cyberpunk 2077” são bem legais e oferecem uma dose alta de desafio, algo que você pode se aproveitar bem com outras mudanças que o game recebeu.
Mais RPG do que nunca
Se você jogou Cyberpunk 2077 no passado, vai se deparar com diversos sistemas de combate e progressão completamente novos a ponto de deixar a experiência antiga quase irreconhecível – mas, num geral para melhor: BEM melhor. São mudanças que, em um primeiro momento, não parecem agregar muito, mas ao jogar algumas horas ficam bem notáveis.
Tudo em Cyberpunk 2077 foi reformulado: a maneira como as lutas acontecem, as dinâmicas de combate, as árvores de habilidades BEM MAIS significativas, skills divertidíssimas, a maneira como você cria builds e muito mais
Agora, por exemplo, correr não gasta mais vigor, mas atacar (seja com armas brancas ou de fogo) sim. Por mais estranho que seja gastar uma barra de stamina para disparar um fuzil, na prática é algo que o força a ser mais estratégico em cada embate, como usar o leque de hacks rápidos do ciberdeque, Frenesi, Sandevistan ou, principalmente, planejar melhor seus encontros.
A furtividade se tornou um elemento muito mais divertido de aproveitar: os hacks rápidos agora enfileiram e você pode usar múltiplos deles em um só inimigo! A taxa de recuperação de RAM foi rebalanceada, há diversos alimentos e implantes cibernéticos que ajudam nisso e, no geral, nos faz aproveitar melhor todas as opções nas lutas de Cyberpunk 2077.
Outra coisa que gostei bastante é que se você quiser ser proficiente em todos os campos também é possível. Que tal começar com stealth, partir para a porrada corpo a corpo, atirar em inimigos à distância e ainda hackear adversários enquanto sua barra de vigor se recupera? Você pode isso e muito mais.
Um detalhe curioso, mas adorei, foi que os medpacks e granadas agora são infinitos (me deu vibes do primeiro Mass Effect). Em vez de ficar repondo seu estoque em lojas ou inimigos, agora você equipa o melhor item de recuperação de vida (que pode ser alterado para implantes cibernéticos também) e a granada que deseja.
Porém, para balancear isso, você tem um limite de cargas de uso, que vai depender dos seus implantes e builds, e há um tempo de recarga até você conseguir usá-los novamente, algo que também pode ser melhorado dependendo das suas escolhas de skills e caminho de construção de personagem.
Todas as cinco árvores de habilidades de Cyberpunk 2077 foram simplificadas e se tornaram mais significativas nas ações de V. Anteriormente, as árvores de habilidade do game ofereciam atributos mais passivos e escondiam algumas mecânicas atrás de skills – algo que, apesar de não ser ruim, muitas vezes trazia poucos benefícios e algumas redundâncias.
As skills deixam de ser passivas e redundantes para dar lugar a habilidades ativas bastante funcionais e que oferecem uma variedade enorme durante as lutas. Criar uma build faz muito mais sentido agora, focando no que você achar mais útil ou divertido
As novas skills foram reformuladas do zero e focam mais nas seções ativas do seu gameplay do que em efeitos passivos: dê tchau aos bônus e árvores dentro de árvores de habilidades e diga olá para uma progressão mais vertical e significativa. Que tal dashes no ar e até refletir balas com uma katana?
Em um resumo rápido, diversas habilidades que não agregavam muito deram lugar a skills bem úteis, como impulsos no ar, dashes no combate, muitos benefícios para hacks rápidos, finalizadores para armas corpo a corpo e muito, muito mais. Parece exagero, mas se você jogou por um tempo o antigo Cyberpunk 2077, a Atualização 2.0 o faz parecer outro jogo: tudo ficou mais dinâmico, tático e gostoso de aproveitar.
Como a cereja do bolo que ajuda tudo isso a ter um sabor ainda mais delicioso, temos a reformulação completa da IA de Cyberpunk 2077. Os inimigos são muito mais espertos, adotam táticas diferentes e deixam a experiência mais desafiadora: no jogo antigo, eu subi a dificuldade para o Difícil para contornar isso, mas agora não é mais necessário.
Todas essas camadas de gameplay inéditas aliadas à inteligência artificial reformulada tornaram as lutas bem mais proveitosas e gostosas de se aventurar, adicionando camadas de RPGs mais densas durante a exploração, recompensando builds distintas e muito mais.
Tchau armaduras, olá cibernéticas
Algo que muitos fãs não eram aficionados com a versão 1.0 de Cyberpunk 2077 era o sistema de armaduras atreladas às roupas. Entre as reformulações estruturais, há a remoção dos atributos de calças e camisetas, que foram transferidos para as modificações corporais realizadas em medicânicos.
Afinal, faz mais sentido que um implante subdérmico ofereça uma proteção contra balas e granadas do que um óculos de sol, não é mesmo? Por conta disso, os medicânicos e modificações corporais se tornaram muito mais essenciais na sua experiência e você terá que gerenciar com mais cuidado o que coloca no seu corpo.
Para que tudo não seja uma bagunça, você tem um limite de quantos “cromos” você consegue usar ao mesmo tempo, algo que aumenta conforme você passa de nível ou que pode ser desbloqueado com a habilidade “Edgerunner” na árvore de skills, abocanhando um mais da história do universo de Cyberpunk 2077 (como vimos em David Martinez, no anime) para dentro de seus sistemas.
No geral, é um sistema muito bem-feito e que, novamente traz novas camadas de complexidade ao game. Investir em uma árvore de habilidades para ter mais cromos ou investir mais na árvore de hacks para o seu estilo furtivo? Não é possível ter tudo e isso premia builds distintas.
O que ainda falta (para quem se importa)
Apesar de ter melhorado bastante, tanto com as adições da Atualização 2.0 quanto dos recursos adicionais nesses dois anos, Cyberpunk 2077 ainda pode carecer de recursos que são impactantes para pessoas que buscam o máximo de imersão em um RPG de escala enorme como este.
Novas interações com NPCs, missões, contatos, minigames e muitas outras coisas chegaram ao game, mas para alguns pode fazer falta a carência de customização dos seus veículos (ou a falta de uma garagem) ou a personalização dos apartamentos de V, a possibilidade de assistir a neurodanças que você acha pelo mundo e mais.
As roupas, apesar de terem tido um papel reduzido para praticamente o de estética, ainda oferecem alguns atributos quando faz sentido (um colete ainda pode dar armadura), mas continuam a não oferecer bônus de crédito de rua ou com facções, o que a tornam o que são: apenas roupas estilosas em Cyberpunk 2077.
Existem sim alguns pontos que, a esta altura do campeonato, não vão mudar mais em Cyberpunk 2077. Eu particularmente não vejo problema nisso, porque são elementos ausentes que nunca me apeteceram, mas vale o aviso para quem gosta bastante.
Atualização 2.0 de Cyberpunk 2077 é o momento perfeito para jogar
Eu já zerei Cyberpunk 2077 duas vezes, tenho quase centenas de horas acumuladas, mas a chegada da Atualização 2.0 me fez querer me aventurar em tudo novamente. Por sorte, meu último save ainda tinha atividades para fazer e foi lá que pude experimentar cerca de 20 horas das novidades, algo que só cativou a rejogar tudo de forma diferente.
Cyberpunk 2077 foi um jogo que, para muitos, quebrou expectativas: sem o controle do hype e do que prometer ao certo, o título era uma esperança de jogar muitas coisas em só game: era um GTA futurista? Um The Witcher 3 em primeira pessoa? Uma alternativa de game da Bethesda? Sem saber muito o que esperar, cada jogador criou seu próprio cenário hipotético. Com o update 2.0, sinto que há um pouco mais para cada tipo de usuário.
O combate veicular é bastante divertido e traz uma profundidade maior (até para quem quer só “sair zoando por aí”), o sistema de polícia é finalmente o que muitos fãs aguardavam, com diferentes níveis de ameaça por seus crimes (que também se beneficiam IMENSAMENTE da IA reformulada) e claro, o combate reformulado, que traz mais camadas de RPG.
Além disso, vai na fé: o jogo está polido! Ao menos na versão de PC, em que joguei, eu vi dois bugs bem pequenos em todas as dezenas de horas de testes, e quase sempre eram coisas bobas, como um veículo travado ou um NPC que deveria fazer uma ação de caminhada, mas teleportou até o local.
Inclusive, caso você tenha uma placa da linha GeForce RTX 40, é o momento perfeito para testar o novo modo de path tracing Overdrive de Cyberpunk 2077, que transforma os visuais no título mais bonito da atualidade. Eu joguei em uma máquina bem parruda, com uma RTX 4090 e um Intel i7-13700K e não tive problemas, mas o game parece escalar bem para hardwares mais modestos (só não com path tracing, claro).
Cyberpunk 2077 2.0 é um título mais diverso, recompensa builds específicas, foca nas carências originais, melhora a dificuldade, rebalanceia todos os sistemas e oferece camadas mais densas de RPG para quem esperava um gameplay robusto e completo desde o começo
Talvez Cyberpunk 2077 ainda não seja para você – e está tudo bem. Mas se você gostou do que viu no passado, seja jogando ou pela temática, esse é o renascimento do jogo em sua forma final: muito mais profundo, com builds que podem impactar bastante o seu estilo de jogo, um mundo mais vivo e reativo e com sistemas novos que preenchem lacunas anteriormente vazias.
Atualmente, o game reúne o que há de melhor: gameplay em primeira pessoa imersivo, cheio de personagens marcantes e bem animados, combates bem interessantes (seja melee, com armas ou até com hacks) e uma cidade bem divertida de explorar e pegar as mais variadas quests.
Para mim, Cyberpunk 2077 sempre foi um jogo nota 10, mas sei que sou ponto fora da curva. Com as atualizações, o que era bom, só ficou mais divertido. Ficou curioso para testar? A Atualização 2.0 chega no dia 21 de setembro para PC, PS5 e Xbox Series X|S.
⚠️ THE MOMENT YOU'VE BEEN WAITING FOR ⚠️
Update 2.0 for #Cyberpunk2077 is coming on September 21! pic.twitter.com/A1evuo4kk6
— Cyberpunk 2077 (@CyberpunkGame) September 14, 2023
Se você tinha vontade de jogar Cyberpunk 2077, com a Atualização 2.0 é a sua hora (e há outros bônus para quem já pegar o DLC Phantom Liberty, mas você terá que esperar até o dia 20 de setembro para podermos conversar um pouco mais).
Comentários
Única coisa que falta pro Cyberpunk 2077 é um modo online, eu não trocaria por outro jogo por anos. Imagine um RP nesse jogo, meu deus! <3