Review: Felix The Cat é um resgate protocolar de jogos legaizinhos
Se você é uma das 5 pessoas que rezavam pela volta dos jogos de Felix The Cat, bom, as suas preces foram atendidas
arece difícil imaginar alguém que colocaria Felix The Cat no seu radar de principais lançamentos de jogos de 2024, mas se você faz parte do seletíssimo grupo de pessoas que cresceu com os seus jogos para NES e Game Boy, vai gostar de saber que a Konami e a Limited Run prepararam um pequeno milagre.
Podemos até não ser muitos fãs, mas é justamente isso que torna essa conquista tão especial. Sabe-se lá como, alguém achou que valia a pena financiar e lançar um resgate dos jogos feitos originalmente pela Hudson Soft para Nintendinho (em 1992) e Game Boy (em 1993) para a atual geração de consoles.
Então cá estamos nós, com esses belos jogos prontamente disponíveis para teste no Nintendo Switch, PlayStation5 e PS4. Ok, poucas pessoas pediram por isso, mas quem pediu certamente está feliz da vida, já que o pacotinho foi disponibilizado de forma bem competente e honesta.
Felix The Cat está de volta!
Como você pode ver no meu vídeo de teste acima, não há muitas firulas para começar a jogar. Logo no menu inicial você recebe apenas três opções: jogar a versão original de NES, de Game Boy, ou então a jamais lançada versão para Famicom. E é isso.
Há filtros mínimos de opções de customização, como a possibilidade de cortar o flickering da versão para consoles de mesa, bem presente no Felix the Cat original, rodar em resolução nativa ou tela escalonada, aplicar um simples filtro CRT, e nada além disso.
Em termos de qualidade de vida, agora é possível rebobinar alguns segundos no tempo para desfazer os seus erros, ou então salvar o seu progresso e carregar a qualquer momento através de save states, uma adição muito bem-vinda e essencial hoje em dia.
Mas e os jogos, prestam?
Apesar de passarem longe de ser indispensáveis, os dois jogos do Felix the Cat fazem um trabalho decente ao replicar as principais convenções dos platformers de sua época e dar um pouco de tempero próprio.
Na maior parte do tempo você vai lidar com fases de scroll lateral da esquerda para a direita, de vez em nunca tendo que pilotar veículos em scroll automático enquanto desvia de obstáculos e acerta inimigos.
Munido inicialmente apenas de sua tradicional maleta, que aqui desfere um socão com luva de boxe em curta distância, você pode pegar e acumular power-ups que tornam o herói mais forte. Isso engloba desde um truque de mágica que causa dano em toda a hit box ao seu redor até veículos como tanques e carrinhos que possuem disparos à distância.
O gameplay é justo na maior parte do tempo e o desafio de Felix the Cat não é lá dos mais altos, o que acaba sendo bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque evita irritações e injustiças, mas ruim porque na prática você vai sentar, zerar e platinar o game provavelmente em pouco menos de 2 horas.
Ou seja, nas palavras do nosso glorioso editor Bruno Micali, é uma garapinha, e não muito mais do que isso. Vale pela preservação histórica desses jogos que pareciam perdidos no tempo, mas não espere por nada além disso.
Felix the Cat
Publisher: Konami
Desenvolvedora: Konami
Plataformas: PS5, PS4, Switch
Lançamento: 28/03/2024
Tempo de review: 2 horas
Felix The Cat entrega o pouco que promete: dois ports com melhorias pontuais dos jogos originais de NES e Game Boy. Nada mais, nada menos. E tudo bem.
Prós
- O retorno improvável de dois jogos antigos
- Adição de save states e poder de rebobinar
- Poder ligar ou desligar flickering no NES
- Platininha fácil para a coleção
- Vale pela preservação histórica do material
Contras
- A trilha sonora não envelheceu nada bem
- Você vai ver todo o conteúdo em menos de 2 horas
- Pacote simples demais para o preço cobrado
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