Fortnite Festival adiciona elemento social ao DNA de Rock Band
O Flow Games já jogou Fortnite Festival, jogatina rítmica da Harmonix dentro de Fortnite, e conta tudo para você
s leitores do portal do Flow Games já sabem que nossa equipe viajou recentemente à Nova York para bater um papo com o pessoal da Epic Games e, é claro, testar Lego Fortnite e Rocket Racing em primeiríssima mão. Agora, com o último embargo vencido, podemos falar também de Fortnite Festival, a nova jogatina rítmica da franquia.
Desenvolvido pela Harmonix – integrada há cerca de 2 anos ao portfólio de estúdios da Epic –, o título abraça a jogabilidade musical inesquecível de Rock Band e integra instrumentos, vocais e outros recursos a um dos ecossistemas de jogos mais populares da face da Terra.
O Flow Games, é claro, teve a oportunidade de esmerilhar na guitarra, espancar a bateria, calejar os dedos no baixo e soltar o gogó em Fortnite Festival, e conta aqui para você como foi tirar esse som. Então: um, dois, três e bora conferir nossas primeiras impressões do produto!
Fortnite Festival: um pouco de contexto
Antes mesmo de entrar em temas como jogabilidade, visual e som – todos tópicos importantes para uma jogatina como essa –, vale dizer que Fortnite Festival talvez tenha sido levemente prejudicado ao ser anunciado ao lado de Lego Fortnite e Rocket Racing, meio que ficando “à sombra de gigantes”.
De modo algum isso significa que o game musical é ruim.
Porém, enquanto o sandbox de sobrevivência e o game de corrida arcade conseguem surpreender ou promover uma experiência diferente ao público – sejam veteranos do battle royale ou jogadores de Rocket League –, o novo game do universo de Fortnite é 100% do que se espera de um projeto tocado pela Harmonix.
Isto é: uma jogatina rítmica de boa qualidade, com uma seleção inspirada de hits, oportunidade para brincar com diferentes instrumentos e o mesmo gameplay crocante que vemos desde os tempos de Guitar Hero e do primeiro Rock Band – e que, a partir daí, se espalhou para tantos outros títulos e clones do segmento.
No final das contas, a grande novidade de Fortnite Festival está em trazer tudo isso literalmente para dentro de Fortnite, se aproveitando dos personagens estilosos da franquia e de seu ecossistema social para tentar elevar o gênero.
Hands-on com Fortnite Festival
Antes mesmo que você entre nas partidas, Fortnite Festival já oferece alguns recursos inéditos na série. Basta ver que, seguindo os passos do battle royale, o game introduz na IP uma porção de instrumento e a chance de customizar cada um deles: microfone, bateria, baixo e o combo formado por guitarra e keytar – um equipamento que mistura teclado, sintetizador e guitarra.
Tudo é muito construído e funciona perfeitamente com a estética colorida e estilizada de Fortnite, além de ser muito divertido ver a infinidade de avatares do jogo tocando e vibrando como se estivesse num show de verdade.
A lista de músicas – que, segundo a Epic, será atualizada semanalmente – também é bastante seleta. A lista navega tranquilamente entre diversos gêneros musicais, do rock ao pop, e aposta tanto em clássicos do passado quanto canções que estão na cabeça e no ouvido do público jovem em pleno 2023.
Essa variedade de sons ajuda muito a selecionar a setlist do grupo na hora que a brincadeira começa. Nas partidas convencionais de Fortnite Festival, você e até mais 3 jogadores são teleportados para um lobby e devem decidir não apenas que faixa cada um quer tocar, mas também que instrumento fica na mão de cada um.
Assim que o show começa, ainda é possível exercitar sua presença de palco – ou conferir a dos seus colegas – utilizando o menu de Emotes para realizar dancinhas e fazer outros tipos de gracinhas para o público quando não estiver tocando nada.
É claro que, assim como Rock Band, Fortnite Festival também permite selecionar a dificuldade para cada música. Enquanto os níveis mais baixos reduzem consideravelmente o número de notas que você precisa acertar para mandar bem, os mais altos vão exigir aquele bom e velho malabarismo com os botões do controle.
Por falar nisso, a jogabilidade do novo título da Epic Games dá continuidade ao bom trabalho feito no passado pela Harmonix, dedicando um botão ou seta direcional para cada faixa de notas. Testamos o game tanto no controle do Xbox quanto no DualSense e tivemos uma experiência bacana. A expectativa é de que tudo funcione bem no teclado e nas telas touch de celulares também.
Uma experiência social
De acordo com Nate Nanzer, chefão de parcerias globais da Epic, Fortnite Festival tem dois trunfos imbatíveis para revitalizar esse gênero de simuladores rítmicos – que anda em baixa já há algum tempo.
“Primeiro: nunca houve um jogo de música AAA free-to-play no mercado. Há um rodízio gratuito de músicas toda semana e você pode entrar e brincar com seus amigos quando e como quiser. Seus amigos, aliás, são o segundo motivo”, explica o executivo durante uma coletiva de imprensa que contou com a participação do Flow Games.
Nunca houve um jogo de música AAA free-to-play no mercado.
“Toda a magia de Rock Band, se pararmos para pensar, está no fato de que você se divertia enquanto tocava pessoalmente com outros três colegas. Alguém estava na bateria, outro na guitarra e por aí vai. Ou seja, é uma experiência altamente social”, adiciona Nanzer.
“Ter esse tipo de experiência dentro do ecossistema Fortnite – onde 100 milhões de pessoas jogaram no mês passado –, junto do modelo gratuito [com microtransações], é uma coisa que você não viu com os jogos anteriores da Harmonix. Achamos que esta será uma receita para o sucesso [de Fortnite Festival]”, completa.
Não dá para negar: esse aspecto social é reforçado a todo momento no game recém-lançado pela dona da Unreal Engine. Isso vale para a forma como você escolhe as músicas com os outros membros da banda e até mesmo para o sistema de pontuação do game, que valoriza mais o desempenho da equipe do que notas individuais – incentivando um viés mais colaborativo e amigável entre todos.
Dito isso, a adição social mais forte de Fortnite Festival tem menos a ver com o próprio modo de jogo e mais com uma contribuição considerável que ele faz ao battle royale: a adição das jam sessions – ou sessões de improviso.
Enquanto no Palco Principal você meio que fica “preso em trilhos” e precisa lidar com o que a jogatina manda para a sua tela, nessa modalidade de improviso é possível utilizar a roda de Gestos para selecionar uma canção e qual instrumento dela você quer tocar. O detalhe? Os outros jogadores podem fazer essa escolha também e o game se encarrega de misturar tudo.
Isso permite, por exemplo, que um integrante do grupo dê o ritmo da jam com a bateria clássica de Seven Nation Army, do White Stripes, enquanto um amigo reproduz a guitarra de No One Knows (Queens of the Stone Age), outro colega mande um baixo de My Songs Know What You Did in the Dark (Fall Out Boy) e um quarto comece a cantar Zombie (The Cranberries) em cima da melodia.
Ok, algumas das combinações são tão dissonantes quanto se espera, mas outras encaixam quase que perfeitamente ou, em alguns casos, ficam até melhores quando você mexe em quesitos como o ritmo ou a tonalidade da sessão.
Que fique claro: esse tipo de brincadeira também está presente em Fortnite Festival, mas não é algo ligado tão organicamente à jogatina principal do game, ficando relegadas a uma espécie de pracinha batizada de Palco do Improviso. Enquanto isso, no battle royale, as jam sessions podem ser feitas a qualquer momento, inclusive durante as partidas desse “modo principal” de Fortnite.
Outros detalhes e o que vem por aí
Baseado em um sistema de temporadas, a primeira season de Fortnite Festival começou junto do lançamento do jogo e vai até o dia 23 de fevereiro de 2024, às 2h da manhã (horário de Brasília).
Apesar de Eminem ter sido o grande nome do evento de Big Bang e um exemplo poderoso do que o público veria na jogatina rítmica, o patrono (Ícone) da Temporada 1 do título da Harmonix é The Weeknd – que aparece em Trajes e outros cosméticos produzidos para Fortnite.
A Epic Games também confirmou que está trabalhando para que os instrumentos físicos de Rock Band existentes funcionem adequadamente com Fortnite Festival, mas não tem previsão de fabricar novos acessórios do tipo tão cedo. “Mas, quem sabe? Se tudo estiver indo bem e houver muita demanda… nunca diga nunca”, brinca Nanzer.
Lançado em 9 de dezembro de 2023, Fortnite Festival está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, Nintendo Switch, PC e dispositivos Android. O jogo também pode ser transmitido via nuvem, em serviços como Xbox Cloud Gaming, Nvidia GeForce Now e Amazon Luna.
*O Flow Games viajou a Nova York a convite da Epic Games.
Comentários