Tecnologia

Meta demite mais de 11 mil pessoas do Facebook, Instagram e WhatsApp

Queda brutal na receita e aposta incerta no metaverso fizeram com que a Meta precisasse realizar sua 1ª leva de demissões em massa

09.11.2022 às 12:59

Poucos dias após Elon Musk promover uma onda de demissões em seu recém-adquirido Twitter, foi a vez de Mark Zuckerberg decretar um layoff massivo na Meta. A holding, que é a empresa-mãe de redes sociais e mensageiros como Facebook, Instagram e WhatsApp, mandou mais de 11 mil funcionários para a rua nesta quarta-feira (9).

O montante equivale a 13% de toda a força de trabalho da companhia e afeta escritórios da organização em todo o mundo – inclusive no Brasil.

Demissões em massa na Meta

De acordo com um texto publicado hoje por Zuckerberg no portal institucional da marca, a ideia dessas demissões é permitir que a Meta se torne uma empresa “mais enxuta e eficiente, cortando gastos e amplificando o congelamento de contratações feito no primeiro trimestre”.

Na postagem, o executivo ainda assume total responsabilidade pelo episódio triste vivido pela companhia e pelos funcionários afetados, e tenta explicar como a situação chegou neste ponto crítico – afinal, esta é a primeira demissão em massa desde a fundação do Facebook, em 2004.

meta ceo - mark zuckerberg

Imagem: Meta

O CEO afirma, por exemplo, que o crescimento das redes da casa durante o início da pandemia de Covid-19 – quando a população mundial migrou de forma intensa para os serviços online – fez com que a Meta investisse muito em novos projetos do setor, apostando que essa aceleração se mantivesse mesmo após o combate à doença.

“Infelizmente, isso não aconteceu do jeito que eu esperava. Não apenas o comércio online voltou às tendências anteriores, mas a desaceleração macroeconômica, o aumento da concorrência e a perda de ganhos com anúncios fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava”, escreve Zuckerberg. O palpite errado fez com que a empresa perdesse mais de US$ 700 bilhões em valor de mercado.

Vale notar ainda que os últimos pontos citados pelo executivo se referem, provavelmente, ao avanço massivo do TikTok em relação às redes da casa e ao cerco da Apple à publicidade direcionada aos usuários de iPhone e de outros dispositivos da marca.

O metaverso tem culpa, mas segue sendo prioridade

Mesmo tendo sido responsáveis por perdas na casa dos US$ 30 bilhões para a companhia desde 2019, as iniciativas de realidade aumentada e virtual – além do foco no metaverso – seguem sendo prioridade para a Meta segundo o texto assinado pelo CEO.

Na prática, isso significa que a gamificação do universo virtual idealizado pela empresa deve continuar aparecendo em apresentações e recebendo parte do (agora) escasso dinheiro da organização. O lançamento do Meta Quest Pro e Quest 3 também não devem ser afetados pelo layoff – mesmo que funcionários da divisão Reality Labs tenham entrado na lista de cortes de hoje.

Via: Eurogamer

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