Review: Persona 5 Tactica é mais uma boa aventura dos Phantom Thieves

Ainda que não seja tão profundo quanto os melhores expoentes do gênero, e nem mesmo tenha recebido o mesmo valor de produção da linha principal de Persona, P5T diverte bastante e entrega muito bem o que promete, com muitas horas de diversão e planejamento.

Imagem: @ScrambleFaz/Twitter

Qual é a do Persona 5 Tactica?

Sem entregar maiores spoilers da história (o que eu não faria não só por valores pessoais, mas também por ser algo vetado explicitamente nas diretrizes do nosso NDA de review), a nova trama se passa nos momentos finais do jogo base, pouco antes da despedida dos heróis.

A narrativa é bem fiel e coerente com o que você esperaria de um jogo de Persona, com conceitos de psicologia bem implementados na hora de retratar as motivações dos personagens e a construção do mundo, abordando temas como abuso de poder de forma interessante.

Para mergulharmos no novo universo (ou seria Metaverse?), somos ciceroneados pela líder Rebelde Erina, e aqui já vale um alerta: as primeiras horas, repletas de tutoriais, são bem mais arrastadas do que precisavam ser, mas não se deixe enganar por sua simplicidade e ritmo.

O gameplay remete um pouco ao que já vimos em jogos como Mario + Rabbids, aquele temperinho de X-COM com uma pegada mais cartunesca, amigável e simplificada, com grande foco na movimentação pelos cenários e uso de coberturas nos murinhos.

Rebeldia comedida

Para um jogo tão centrado em rebeldia em seu texto e premissa, Persona 5 Tactica é surpreendentemente simples, pés no chão, conservador e linear, simplificando até o sistema de batalhas visto em Persona e na sua  franquia-mãe Shin Megami Tensei.

Para detonar a campanha com cerca de 1/3 da duração vista no RPG principal, é preciso investir muito mais em bom posicionamento no mapa do que em elementos como vantagens e fraquezas elementais, que não encontram mais espaço por aqui.

Ao invés disso, o seu posicionamento pode render combos e ataques especiais, com destaque para o divertido sistema de ataque Triple Threat que envolve posicionar os heróis de forma a criar um triângulo de qualquer tamanho cercando inimigos, o que é uma ótima sacada de gameplay.

A preparação para as lutas passa por um RPG bem levinho, organizado a partir do esconderijo e falando com a Lavenza na icônica Velvet Room para usar o sistema de fusão de Personas ou subindo de nível e investindo pontos em melhorias de ataques ou compra de novos armas.

Mais uma missão bem executada pelos Phantom Thieves

Com boas batalhas e um texto engraçadinho e esperto (ainda que limitado por animações simplórias e imagens estáticas), Persona 5 Tactica pode até não ter o maior valor de produção e demorar para esquentar graças aos seus longos tutoriais iniciais, mas quem persistir, será recompensado.

Após poucas horas de investimento, Persona 5 Tactica logo se revela como uma gratificante jornada sustentada pelo tempo de qualidade ao lado dos personagens que tanto amamos em divertidas interações. Se você gosta do gênero e desse universo, é um dos grandes lançamentos do ano.