
Review: Battlefield 6 tem o potencial para top 1, mas requer ajustes
Com mais tempo de multiplayer, finalmente temos um veredito de Battlefield 6! Confira nosso review completo
Imagem: EA Games
franquia Battlefield estava em baixa há algum tempo. 2042 decepcionou muitos e Battlefield 5 já não foi o melhor que a série tinha a oferecer. Isso por si só criou muitas expectativas para Battlefield 6, expectativa essa que só aumentou com os trailers e o Beta aberto.
Porém, por melhor que tenha sido as prévias, elas são apenas uma parte de um todo. Com a campanha e o jogo oficial finalmente lançado, destrinchamos tudo o que você pode esperar de Battlefield 6 em um review completo.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Será que o novo game da série realmente está à altura da ansiedade dos fãs? Será que ele realmente é um competidor de peso em 2025 e pode bater Call of Duty, especialmente no longo prazo? Venha ver a nossa análise de Battlefield 6!
A campanha é no máximo ok
Se você viu o nosso preview aqui no portal do Flow Games falando apenas da campanha de Battlefield 6, deve estar ciente que o modo história não é exatamente o creme de la creme da experiência completa. Com cerca de 5 a 6 horas de duração, o modo “single player” (que ainda depende de internet) decepciona.
As intenções são boas e Battlefield 6 tenta recriar algo cinematográfico e explosivo nos mesmos moldes de Call of Duty, que serve como parâmetro de qualidade e referência. E, embora algumas missões ou seções sejam interessantes e até tragam eventos memoráveis, a grande parte dela, que já é pequena, é um tanto genérica e sem sal.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
A trama até tem potencial e oferece algumas missões interessantes, como a invasão de Gibraltar e a seção furtiva no Cairo, além de alguns personagens em potencial que se inspiram claramente em Call of Duty, como Gecko em relação a Farah e Hemlok com Ghost, mas nenhum deles é bem-desenvolvido e a história parece acabar repentinamente.
Esse clima insosso de Battlefield 6 ainda é permeado de alguns bugs e partes com pouco polimento. Não é nada gritante ou que estraga a experiência, longe disso, mas há poucas qualidades para brilhar e ofuscar os pequenos problemas e, principalmente, uma experiência divertida. E, além disso, você ainda precisa estar online para jogar, mesmo sendo um modo single player.
O maior pecado da campanha de Batlefield 6 não é ter mais momentos explosivos e memoráveis ou ter bugs e falta de polimento: é não compensar com uma experiência gostosa de aproveitar. Dar ordens para o seu esquadrão é uma ideia legal que não funciona tão bem na prática e, no geral, as missões são bem insossas.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
O ouro reside no multiplayer
Entretanto, se o modo single player não brilha, certamente o multiplayer tem qualidade de sobra. Se você já jogou o Beta, sabe mais ou menos o que esperar, mas há notícias ainda melhores: os mapas do Cairo e do Tajiquistão são muito legais, mas há coisas bem melhores.
A boa e velha destruição em larga escala está de volta, os mapas estão dinâmicos e bem divertidos, o balanceamento de classes está legal e há muitos modos para aproveitar por dezenas de horas sem se cansar. Toda partida traz sua dose de novidades, seja por destaques individuais ou coletivos.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Battlefield 2042 errou bastante em tornar as classes genéricas, mas Battlefield 6 corrige isso com maestria. Diferente de Call of Duty, uma partida não é ganha por bons jogadores, mas sim por boa sinergia em grupo.
Não consegue matar ninguém? Pegue um Engenheiro e destrua os tanques, aviões e helicópteros. Não tem nada para fazer? Usufrua do sniper não só com abates, mas dificultando o avanço das tropas inimigas e com seus aparatos de avistamento de veículos e soldados adversários.
Isso pode ser subjetivo, mas acabei gostando de como as funções foram distribuídas entre as quatro classes de Battlefield 6. Ainda requer um tempo para os jogadores entenderem suas funções e não é raro um Suporte não reviver um companheiro.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Além disso, gostei das ferramentas que cada classe possui em Battlefield 6, especialmente adições como a escada para Assalto, os recursos de avistamento e disfarce do Reconhecimento e até mesmo a junção de médico com suprimentos de munição para o Suporte.
As armas parecem bem distintas, cada uma com suas peculiaridades e poder de destruição – e tudo fica ainda mais legal nos modos em que somente as armas permitidas de cada classe podem ser usadas. O único ponto negativo aqui é que a progressão é um tanto lenta e inflada. Com tantos jogos de serviço no mercado, é bem estranho que haja tanta demora, algo que pode desprender a atenção de alguns jogadores.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Em termos de gameplay e mecânica, creio que Battlefield 6 esteja entre os melhores, se não o melhor, de toda a franquia. A equipe realmente acertou no sistema de destruição, os controles de infantaria estão cadenciados e gostosos de aproveitar e os veículos possuem uma variedade interessante e dirigibilidade muito prazerosa.
Eu acho que, nesse momento, a única coisa faltando é mais conteúdo. Durante a campanha vimos a missão de Gibraltar e até mesmo batalhas marítimas, algo que não existe por ora em Battlefield 6. Para fãs do quarto game, ter mapas e batalhas na água é definitivamente uma experiência bem legal e que traz variedade.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Mapas legais, mas precisamos de variedade
Pegando o gancho, os mapas de Battlefield 6 são legais, mas acho que falta um tempero extra. O Cerco de Cairo, Vale de Mirak e até o retorno da Operação Fogo Cruzado são excelentes adições, misturando nostalgia e uma dose de ar fresco ao leque de cenários.
No estado do lançamento, eu considero a lista boa, mas não excelente. Ainda faltam mapas que vimos até mesmo na campanha, como Gibraltar já citado, além de mapas um pouco mais variados.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Battlefield 6 parece se ater a uma fórmula de mapas retangulares e pontos de engasgo no meio. Isso é ruim? De forma alguma, é um layout clássico! Mas senti que falta uma variedade, como Paracel Storm e Caspian Border de Battlefield 4. Até mesmo o mapa de Brooklyn lançado por aqui parece um tanto mal explorado e sequer podemos acessar a ponte. Além disso, ter mais mapas de larga escala, que aproveitam os veículos ao máximo, também seriam bem-vindos.
Em contrapartida, os modos de Battlefield 6 continuam fantásticos e teço elogios para uma das novidades: o Escalada. Trata-se uma espécie de Conquista que limita os objetivos com o tempo, gerando conflitos cada vez menores e concentrados. Sem dúvidas, uma boa adição.
Breakthrough está de volta e é uma boa adição à gama de estilos para jogar, há modos Mata Mata em Equipe, Ruptura, Conquista e mais, variando de pequena a grande escala. Ao que tudo indica, mais novidades devem vir no futuro, além do retorno do modo Portal, que é algo bem legal para a comunidade.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Modo Portal é uma boa ideia, mas precisa ser refinado também
Lançado junto com Battlefield 2042, o modo Portal é uma forma de celebrar o game com a base de fãs, que podem criar mapas, modos novos e mais. A ideia já era legal antes, mas agora pode ser melhor explorada em Battlefield 6.
No lançamento, o modo Portal de Battlefield 6 já traz algumas coisas interessantes, como o estilo de jogo que se inspira no game Only Up, um modo Conquista Realista sem interface e com tempo de morte bem mais curto e muito mais.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
A EA Games já prometeu ferramentas mais robustas para modificar mais os elementos de cada cenário e oferecer formas mais interessantes de criação de conteúdo. A estreia é bacana, mas ainda falta tempo para novidades realmente impactantes darem as caras.
Excelente matchmaking, mas há ajustes
Ainda na parte de multiplayer de Battlefield 6, parece que a EA Games realmente soube dosar bem como tornar a experiência agradável para os jogadores. A EA estreou um famoso “SBMM”, ou matchmaking baseado nas habilidades dos usuários para entregar partidas mais balanceadas possíveis.
No geral, minha experiência no online foi muito prazerosa. Poucas foram as partidas que o time adversário realmente dominou constantemente o mapa – ou vice-versa. Achar partidas em Battlefield 6 também foi muito fácil, mas… talvez fácil até demais.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Embora todo o algoritmo proporcione que você sempre esteja em servidores populados e não demore para começar a jogar, sinto que o sistema de playlists acaba repetindo muitos mapas e modos sem variar muito. Você sempre pode sair da partida e buscar exatamente pelo que procura, mas acho que poderia ter um sistema de votação ou playlists de modos específicos.
Outro ponto que tenho sentimentos mistos em Battlefield 6 são os bots. Por um lado, é muito bom que bots populem as partidas enquanto os jogadores vão entrando, sem causar muito impacto em mapas vazios. Por outro, eles têm uma IA que pode ser bem questionável.
Em algumas partidas, eles eram espertos, agressivos e se comportavam de maneira mais similar a um jogador. Em outras, eram verdadeiros alvos móveis que não usam veículos nem armas especiais: é como jogar o multiplayer no modo Easy.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Sim, é bom que os bots existam e ajudem a aumentar o número de soldados, mas a IA precisa de correções. Além disso, não há necessidade de tantas partidas precisarem de bots, já que o número de jogadores simultâneos está bem alto. Por mais que o matchmaking esteja funcionando para skill de usuários, nem sempre as partidas precisam ter bots em detrimento de partidas extremamente balanceadas.
O que aconteceu com a performance?
Se você jogou o Beta de Battlefield 6, deve ter notado que é um jogo pesado para os padrões atuais, mas nada excessivamente pesado a ponto de causar alertas. Entretanto, parece que a versão final é mais onerosa na GPU do que imaginei.
Jogando em uma GeForce RTX 5080 com tudo no Ultra em 1440p e o DLSS no modo Balanceado, ainda houve partidas que a taxa de quadros caiu para baixo dos 60 fps. Eu poderia abaixar os presets e melhorar? Sim, mas esse é um dos raríssimos casos que uma placa de topo de linha como essa teve quedas abaixo dos 60 quadros.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Retirei algumas configurações do Extremo e ajudou, mas ainda achei que ter o desempenho somente levemente acima dos 60 fps ainda é muito pesado. E, embora seja um jogo bonito, Battlefield 6 está longe de ser uma das maravilhas técnicas da geração, já que não usa ray tracing ou outras tecnologias avançadas.
As expressões faciais são bem mais ou menos e há eventuais quedas de performance bruscas, além de um uso de CPU bem elevado. Não é o fim do mundo, mas há espaço para melhorias. Felizmente, parece que nos consoles a situação está mais estável.
Battlefield 6 vale a pena?
Sem dúvidas, Battlefield 6 é um retorno à glória. Após o fiasco de 2042, que tentou se tornar maior, mas não melhor, o sexto título da série resgata nas raízes da franquia o que ela tem de melhor. Ele é o melhor de todos? Honestamente, ainda não. Mas pode ser.
A EA Games fez um lançamento sólido de Battlefield 6 com bons mapas e melhorias de vida boas, trouxe cenários interessantes, o melhor sistema de destruição de toda a série e mais pontos bem positivos, mas ainda há muitas arestas para aparar.

Imagem: Vini Munhoz/Flow Games
Pelo fator de jogos como serviço como esse têm ganhado, não seria de se estranhar se daqui a alguns meses Battlefield 6 esteja no seu ápice, trazendo mais modos, mapas e correções que componham uma das melhores experiências multiplayer em shooters. Mas, por ora, ainda há trabalho a ser feito.

Battlefield 6
Publisher: EA Games
Desenvolvedora: DICE
Plataformas: PC, PS5 e Xbox Series
Lançamento: 10/10/2025
Tempo de review: 40 horas
Battlefield 6 ainda não é o melhor da série, mas cria uma excelente fundação para chegar nesse potencial.
Prós
- O sistema de destruição retorna na sua melhor forma
- Partidas extremamente balanceadas
- Excelentes mecânicas de infantaria e veículos
- Extremamente divertido de jogar
- Mapas novos são bem legais
- Modo Portal pode trazer longevidade
Contras
- Campanha insossa
- Multiplayer ainda requer alguns ajustes
- Performance mais pesada do que o ideal
- Poderia ter mais variedade de mapas











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