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Review: Final Fantasy 16 de PC é bom, mas prepare um PC potente
Final Fantasy 16 finalmente chegou ao PC, mas será que vale a pena? Será que seu PC dá conta? Veja nosso review
Imagem: Square Enix
m 2023, os astros se alinharam e Final Fantasy 16 acabou sendo ofuscado por alguns elementos, como muitos títulos extremamente aclamados e, por parte, até pelo adiantamento do marketing de Final Fantasy 7 Rebirth, que sabemos hoje como um dos culpados por canalizar as vendas de ambos os títulos.
Agora, pouco mais de um ano, Final Fantasy 16 perde sua exclusividade no PS5 e chega ao PC, prometendo muita otimização e até suporte para PCs portáteis, como o Steam Deck e o ROG Ally – conforme o diretor comentou com o Flow Games.
Mas e na prática? Final Fantasy 16 realmente atinge seu potencial nos computadores? A experiência realmente está bem-otimizada? Nós testamos o game nas últimas semanas e trazemos para você um veredito. Confira a nossa análise completa!
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Final Fantasy 16 roda bem no PC, mas prepare o hardware
Antes mesmo de começar a descrever Final Fantasy 16 no PC, eu preciso deixar algo muito claro e ajudá-lo a não cair em uma furada: é muito legal que a Square Enix tenha divulgado uma demonstração para dar um termômetro do que esperar e há cerca de 2 horas de gameplay – e você pode levar o seu save para a versão final.
Porém, muita cautela nesse momento. A área inicial da demonstração não é parâmetro para o que você vai se deparar no futuro. As próximas duas áreas, da floresta e o primeiro vilarejo, são bem mais pesadas do que o conteúdo da demo. Então fique esperto e fique atento com o tempo de jogatina.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Mas vamos do começo. Final Fantasy 16 já começa acertando em trazer uma compilação de shaders (sombreamentos, em PT-BR), eliminando qualquer tipo de stuttering desnecessários. Além disso, o port traz uso de DLAA para qualidade de imagem, DLSS 3 com geração de frames e até FSR 3 para placas não compatíveis.
Rodando Final Fantasy 16 em um setup high-end, com uma GeForce RTX 4090, um i7 13700K e 32 GB de RAM DDR5, simplesmente não tive problema algum com desempenho, tudo rodando muito acima dos 120 fps em 4K suar. Entretanto, parece que a Square Enix parece depender do DLSS 3/FSR 3 com geração de frames e, principalmente, resolução dinâmica.
Esse é claramente um jogo de nova geração, mesmo sem uso de ray tracing ou outras tecnologias modernas, mas ainda assim extremamente pesado. Inclusive, tão pesado que até hoje o PS5 não dá conta de rodar a campanha em 60 fps estáveis, com diversas quedas pesadas no mundo aberto (mesmo em 1080p).
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
O que você vai ver na prática é que, em alguns momentos de Final Fantasy 16, algumas placas de entrada ou intermediárias simplesmente não conseguem manter 60 quadros por segundo mesmo em 1080p. Não hesite: desde o começo, use a geração de frames, use o seu upscaler de imagem (como o DLSS) em um modo mais estável e, principalmente, ative o uso de resolução dinâmica.
Alguns efeitos de transparência, de partícula ou cenários mais ambiciosos vão ser extremamente pesados na GPU. Mesmo em uma GeForce RTX 4090, usar 4K e DLAA não garante 60 quadros, algo que poucos jogos se mostraram tão pesados até hoje.
E aqui vai uma das primeiras críticas: um game ser pesado não é necessariamente algo ruim, mas não tem uma maneira de escalar de forma correta é prejudicial. Final Fantasy 16 é lindíssimo com tudo no Alto, mas é quase igual com tudo no Baixo, com poucas coisas realmente dando respiro à performance.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Com tudo no Alto, há pouquíssimas diferenças para as configurações no Baixo. A Square Enix poderia ter criado presets mais leves e garantido uma performance mais estável em placas de vídeo mais modestas.
Veja também:
E os PCs portáteis?
Em uma entrevista ao Flow Games, o diretor de Final Fantasy 16, Hiroshi Takai, disse que a equipe estava otimizando a experiência para hardwares menos parrudos e que o Steam Deck também estaria contemplado entre a lista de máquinas compatíveis.
Se você clicou no link de requisitos mínimos acima, deve ter visto uma discrepância. Afinal, para rodar em 720p e 30 fps, é necessário 16 GB de RAM e uma GPU com 8 GB de VRAM, como uma GTX 1070 – bem acima da configuração de hardware do Steam Deck.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Apesar de não ter um portátil da Valve para testes, pude testar Final Fantasy 16 no ROG Ally e no ROG Ally X, que tem os 8 GB de “VRAM” extra (já que a memória é compartilhada). E, para a minha surpresa, o game roda muito bem, inclusive em 900p e acima dos 60 fps! Mas… somente até a página 2.
No momento que a seção da demo acaba, as coisas começam a ficar bem complicadas. Por ora, não parece que Final Fantasy 16 é jogável em um PC portátil. Em áreas mais avançadas, a performance cai para abaixo dos 40 fps e isso inclui estar em 720p e ter a geração de quadros ativa.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
E, se você entende um pouco de framegen, sabe que o recomendado é ter o desempenho próximo dos 60 quadros antes de ativar, pois o input lag é bem alto e, por baixo do capô, ter 40 fps implica que a performance real é sub 30 fps, gerando uma jogabilidade bem ruim.
Ao menos por ora, não é recomendado que você use um hardware fraco para rodar Final Fantasy 16.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Alguns problemas ofuscam uma excelente experiência
Apesar de ser relativamente muito bom (vale lembrar: ser pesado não significa ser mal otimizado), há alguns detalhes estranhos em Final Fantasy 16. As cutscenes ainda são pré-renderizadas, o que é ok para cenas bem complexas, mas o estranho é que elas sejam renderizadas com problemas de serrilhamento.
E, por falar em cutscenes, as que rodam in-game são travadas em 30 fps, sem opção de desbloqueio de performance. Além disso, elas não usam upscalers de imagem nem geração de quadros, o que pode resultar em seções abaixo de 30 fps, já que os maiores trunfos de desempenho do PC não estão em uso.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Neste mesmo ponto de Final Fantasy 16, por não usar o DLSS para reconstrução de imagem, a resolução utilizada nas partes cinematográficas não usa a resolução nativa, mas sim a resolução base do seu upscaler. Em outras palavras, se você estiver usando o DLSS Ultra Performance, que reconstrói a partir de 360p, a cutscene será exibida em 360p.
Há alguns bugs estranhos com stutterings aqui e ali, mas os novos patches já trabalham para corrigir esses problemas. Além disso, não há suporte para resoluções ultrawide. E agora vem a parte curiosa: a maioria desses problemas já pode ser solucionada com um simples mod feito por fãs.
É estranho que a solução seja tão simples a ponto de fãs já no lançamento terem a solução (o mod foi feito para a demo de Final Fantasy 16 e funciona na versão final), trazendo Ultrawide e cutscenes com performance desbloqueada, mas não há um suporte oficial.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Por fim, mesmo utilizando DLAA em Final Fantasy 16, você vai notar que o resultado exibido no seu monitor ainda é muito suavizado, não aparentando uma resolução alta. Não chega a incomodar, mas é estranho que algum tipo de pós-processamento interno esteja em uso de forma tão agressiva e não possa ser desligado para imagens mais nítidas.
Um jogo excepcional e completo
Apesar de tropeços no port de PC, vale uma rápida lembrança de que, antes de um port, Final Fantasy 16 é um jogo. E um baita jogo! Não vou me estender muito, já que temos uma análise completa aqui no Flow Games, mas é preciso citar que jogadores de primeira viagem tem algo excepcional em mãos no computador também.
Final Fantasy 16 traz um sistema de combate 100% ação e recheado de combos, invocações e habilidades especiais lindos de se ver na prática. Apesar de pecar nos elementos RPG, que são bem básicos, a dose de diversão é bem alta e você pode esperar uma campanha de 50 horas sem fazer muito do conteúdo opcional.
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Fonte: Flow Games/Vini Munhoz
A história é fantástica e, provavelmente, a mais madura que a série já viu até hoje. O tema abordado é bem mais pesado, denso e cheio de reviravoltas, trazendo cenas brutais, assuntos bem mais sombrios do que estamos acostumados e, principalmente, a campanha mais bem contada que a franquia já teve.
Sem contar as brigas dos summons! É um espetáculo à parte, com cenas esplendorosas, batalhas extremamente memoráveis, sistemas de gameplay divertidíssimos e algo que realmente parece uma batalha de kaijus.
E, para coroar a experiência, a versão de PC já chega com os DLCs, mas eles precisam ser comprados separadamente – o que é uma pena, mas ajuda a trazer o game base em um preço mais em conta.
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Fonte: Flow Games
Final Fantasy 16 de PC vale a pena?
Para fãs da série ou de RPGs de ação, Final Fantasy 16 é um prato cheio. Campanha longa e extremamente bem-feita, o combate melhora exponencialmente ao longo da sua progressão, os personagens são muito marcantes e a história espetacular. Tudo isso já sabíamos na época do PS5 e ainda se aplica agora.
Mas, para PC, o quanto sua experiência será agradável está relacionado diretamente à sua placa de vídeo. Não tem muito para onde ir, o game é simplesmente bastante pesado e é necessário ter uma GPU mais parruda. Infelizmente, a escala de carga no hardware não é tão boa do Baixo ao Alto, então você vai precisar de força bruta.
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Imagem: Flow Games/Vinícius Munhoz
Além disso, existem alguns bugs e certas funcionalidades, como cutscenes com framerate desbloqueado e suporte a ultrawide, que simplesmente não existem no game e apenas mods de fãs corrigem esse problema, o que é bem estranho de ver.
Sem dúvidas, Final Fantasy 16 é um bom port, mas passa longe de ser excepcional: no mundo ideal, teríamos mais opções de gráficos (acima do PS5 e abaixo de seu padrão de beleza para suporta mais tipos de hardware), menus que mostram melhor as mudanças in-game e por aí vai. Se você tem o poder de fogo, se prepare para uma aventura épica!
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Final Fantasy 16
Publisher: Square Enix
Desenvolvedora: Square Enix
Plataformas: PC
Lançamento: 17/09/2024
Tempo de review: 12 horas
Prós
- Um jogo excelente e divertido
- Trama excepcional
- DLSS 3 e FSR 3 funcionam muito bem
- Apresentação lindíssima
Contras
- Extremamente pesado e não escala bem
- Cutscenes em 30 fps e sem ultrawide
- Alguns stutterings e bugs
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