Review: Final Fantasy 7 Rebirth de PC é a versão definitiva
Menos de um ano depois, Final Fantasy 7 Rebirth chegou ao PC e aprimora ainda mais um dos melhores jogos da série
em>*Aviso: horas antes da análise de Final Fantasy 7 Rebirth entrar no ar, houve uma atualização de 16 GB que pode ter corrigido certos problemas. Se for o caso, atualizaremos esse review após novos testes.
Aos fãs de Final Fantasy no PC, finalmente temos boas novas: Final Fantasy 7 Rebirth desembarcou no computador menos de um ano depois de sua estreia no PS5 e já chegou com tudo: o trailer mostrava visuais aprimorados em relação ao console e o game até mesmo ganhou certificação para o Steam Deck, se mostrando promissor em otimização.
Na última semana, passamos algumas boas horas jogando antecipadamente a nova versão de Final Fantasy 7 Rebirth no PC e temos um veredito para sanar as suas dúvidas: afinal, o port está competente? Há bugs? Está mais pesado do que deveria? Tudo isso e mais você confere em nossa análise completa abaixo!
Final Fantasy 7 Rebirth poderia ter sido o GOTY 2024
Apesar de esse review ser especificamente sobre o port de Final Fantasy 7 Rebirth no PC, obviamente precisamos mencionar suas qualidades por aqui – afinal, muitas pessoas vão experimentar o título pela primeira vez. Entretanto, trataremos esse assunto de forma mais resumida, já que é o mesmo game lançado para PS5 e temos uma análise bem detalhada no ar já.
A segunda parte de Final Fantasy 7 Remake é uma obra-prima, uma nota 10 praticamente inquestionável (ao menos para mim). Sim, dividir em três partes pode ser algo ruim, mas com uma sequência de mais de 100 horas e recheada de atividades secundárias de altíssimo calibre, é difícil não entender o plano da Square Enix: cada game será gigantesco.
Rebirth é um jogaço, com “j” maiúsculo mesmo, e poderia facilmente ter sido o campeão do GOTY 2024. A sequência é imensamente mais ambiciosa que a Parte 1 lançada em 2020 e traz pela primeira vez um mundo aberto estrondoso que coloca a franquia no mapa da atual geração.
Final Fantasy 7 Rebirth oferece uma história expandida que eleva demais a trama original (que, nessa altura, você já deve saber que não é exatamente uma “releitura”), oferece mini games aos montes para aproveitar (e só Queen’s Blood, o jogo de cartas, é suficiente para um app próprio) e mais.
A parte majoritária das sidequests são extremamente divertidas, as atividades no mapa são bem variadas e não cansam mesmo dezenas de horas depois, o backtracking é excelente e, principalmente, o jogo tem uma sensação contínua de novidades que tornam o ritmo de Final Fantasy 7 Rebirth em um dos seus maiores pontos positivos.
Tudo isso sem mencionar o combate, que recebeu aprimoramentos enormes que elevam bastante o que já vimos no excelente gameplay do Remake em 2020. Há golpes de longa distância até mesmo para personagens corpo a corpo, esquiva aprimorada, parry, golpes conjuntos, sistemas de habilidades especiais únicas combinadas com os protagonistas e por aí vai.
Os sistemas de nivelamento de skills de Final Fantasy 7 Rebirth foram aprimorados e usam como base o próprio avanço da party nas atividades do mundo aberto, incentivando o jogador a explorar o conteúdo secundário. Há muitos elogios em tudo que Rebirth se propõe a fazer e é difícil citar defeitos.
Para mim, Final Fantasy 7 Rebirth continua um jogo nota 10 e nada mudou por aqui. Novamente, se você procura uma análise mais profunda, recomendamos nosso review do ano passado porque agora é a hora de entrar no que esse port traz de novo: a otimização no PC.
Bom uso de tecnologias (e alguns tropeços)
O trailer de Final Fantasy 7 Rebirth no PC já fez questão de exibir que ele tentaria ser moderno em sua adaptação para computadores: coisas como “gráficos Baixo, Médio e Alto”, melhorias na iluminação, contagem de detalhes no cenário expandidos e até uso de DLSS como upscaler de imagem.
Logo ao ligar o game, Final Fantasy 7 Rebirth já inicializa com uma tela para compilação de sombreadores para evitar o famoso e tão temido stuttering de shader compilation durante a jogatina! Ponto positivo para a Square que já começou com o pé direito pensando em melhorar a experiência de usuário.
E, de fato, a otimização parece estar bem satisfatória (pelo menos em partes). Vamos começar pelos pontos positivos! Eu tenho um setup high end com uma GeForce RTX 4090, um i7 13700K e 32 GB RAM DDR5, então já esperava uma performance boa de qualquer maneira (e por isso falarei depois sobre isso), mas também tenho um ROG Ally, um PC portátil que pode servir de referência para PCs mais modestos.
E boas novas: até em pontos de gargalo, é possível rodar relativamente bem no Médio (que parece ser próximo ou igual ao PS5) com resolução dinâmica e 30 fps quase estável, apenas com algumas quedas em cenários muito abertos. Porém, o ROG Ally sofre bastante nas cidades cheias de NPC, o maior teste de fogo do game.
Nas configurações no Baixo, que retiram alguns elementos visuais (mas ainda traz gráficos muito belos), o ROG Ally deu conta de rodar Final Fantasy 7 Rebirth na média de 50 fps em ambientes fechados, 40 fps no mundo aberto e 30 a 35 fps nas cidades.
Quer mais boas notícias? O upscaling de Final Fantasy 7 Rebirth parece estar muito melhor no PC também: no ROG Ally, com TAAU, a qualidade de imagem é bastante satisfatória mesmo quando o upscaling vem de resoluções baixas. No geral, o resultado parece bem superior ao PS5 base dessa forma.
Não recomendo de forma alguma o TAA, que apresenta resultados ainda piores que o do PS5 no Modo Performance. Honestamente, se o TAA tem alguma serventia, não sei para que serve. Use TAAU caso não tenha DLSS.
Porém… algumas coisas são estranhas nesse port de Final Fantasy 7 Rebirth no PC. O DLSS, por exemplo, que deveria ser o melhor upscaling (em placas compatíveis, claro), deixa a desejar dependendo da situação. No meu monitor 1440p, por exemplo, vi uma qualidade de imagem muito ruim com a resolução em 66% (que seria o Qualidade), recheada de artefatos e quebras na composição. Difícil saber por ora se é um bug.
Já na TV em 4K, tanto em Qualidade quanto em Performance (66% e 50%, respectivamente) os resultados foram muito positivos! Somente no modo Performance e com a vista bem próxima da tela foi possível notar artefatos pequenos de upscaling, algo bem normal.
Inclusive, você deve ter notado que estamos falando em porcentagem e não em nomenclaturas, não é mesmo? A Square Enix abordou o DLSS de forma diferente, colocando em porcentagem de resolução em vez de nomes (inclusive, não há um modo “Balanceado”, mas algo abaixo de “Ultra Performance”, com 33% de resolução).
Essas coisas são meio esquisitas no port de Final Fantasy 7 Rebirth no PC, para ser honesto. Ao menos, você pode colocar resolução dinâmica no limite que achar confortável para o seu setup e um mínimo aceitável, deixando o motor gráfico cuidar do gerenciamento de resolução para atingir a taxa de frames desejável (que é 30, 60, 90 ou 120 fps, sem outras escolhas).
A Square Enix acertou bastante em já deixar presets gráficos pré-definidos e bem-balanceados ao usuário, com Baixo, Médio e Alto, mas acaba criando um pouco de confusão na hora do upscaling de imagem. Ao menos, seja com DLSS (que relatei ter algumas inconsistências, algo bem esquisito na tecnologia) ou TAAU, a qualidade de imagem é muito, muito superior a do PS5.
Um port muito competente no geral, mas há inconsistências estranhas
Novamente, vamos começar pelo lado positivo. Como você leu acima, se até o ROG Ally, um PC portátil, consegue rodar Final Fantasy 7 Rebirth bem, bonito e com margem acima dos 30 fps, uma RTX 2060 deve dar conta do recado (placa de vídeo dos requisitos mínimos).
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No geral, o game funciona muito bem para hardwares mais modestos e ainda entrega boa qualidade gráfica (o Baixo está aquém do PS5, mas ainda é lindo) e com upscaling melhor. Então onde estão os problemas? Basicamente, parece que as coisas vão ficando mais pesadas do que o comum conforme esses presets sobem.
A parte boa? Se você tem um PC mais antigo e de entrada, deve estar tranquilo, Mas, caso queira subir um pouco a barra, talvez encontre algo mais pesado que o esperado. Na GeForce RTX 4090, em 1440p e resolução em 100%, cidades chegaram a manter os 120 fps, mas com 99% de uso de GPU, sem espaço algum para corrigir quedas. Já no mundo aberto, curiosamente as coisas são um pouco mais leves.
E em 4K? Dependendo do cenário, nem mesmo o DLSS Performance (lembrando que aqui seria 50% de resolução de imagem) consegue manter essa taxa de quadros às vezes. Claro, estamos falando de um cenário muito atípico (4K e 120 fps), mas mesmo Final Fantasy 16 parece um pouco mais leve na configuração Alta (e vale lembrar que se trata de um jogo mais avançado tecnologicamente) em áreas abertas.
*Após a atualização citada no começo da matéria, Final Fantasy 7 Rebirth parece ter tido uma leve aprimorada em desempenho, perto da casa de 5 a 6%
Outros jogos de mundo aberto, como Dragon’s Dogma 2, conseguem rodar em 4K e na faixa dos 80 a 90 fps com ray tracing ativado mesmo sem o uso de DLSS, então achei que Final Fantasy 7 Rebirth me parece um pouco mais pesado que o normal para um game que roda na Unreal Engine 4 e sem o uso de ray tracing, Lumen e outras tecnologias.
De qualquer maneira, esse é apenas um dos pontos para ter ciência. Outros, por exemplo, envolvem stutterings. Por mais que haja compilação de shaders no início, eu ainda senti alguns engasgos, especialmente nas cidades, mas não sei dizer se eram engasgos de defeitos técnicos ou por quedas bruscas de performance com gargalos na GPU (apesar de a barra de frametime ter visto picos, indicando o stuttering convencional).
Veja abaixo a comparação do game no PS5 no Modo Performance, PS5 no Modo Qualidade e no PC em 4K:
Curiosamente, no ROG Ally, mesmo em performance inferior, tive bem menos essa sensação. É estranho, mas a palavra que parece definir a experiência é “inconsistência”. Já mencionei que isso também aconteceu com o DLSS no monitor e TV, então é só algo esquisito, potencialmente um bug.
E, por falar em bugs, Final Fantasy 7 Rebirth continua impecável em termos de bugs ou problemas do tipo. Porém, novamente, há exceção das novas partes gráficas. No PC, ao trocar do Alto para o Médio (ou para o Baixo, que fosse), todas as texturas e objetos foram para uma qualidade de LOD (level of detail) baixíssima, muito abaixo até do preset Baixo.
Esse mesmo caso não ocorreu no ROG Ally e parece ser um bug bem estranho que somente reiniciando o jogo é que as coisas retornam ao normal. Você confere na foto abaixo o problema.
Em contrapartida, caso você tenha um hardware mais parrudo, Final Fantasy 7 Rebirth de PC traz algumas melhorias sutis em relação à versão de PS5, como iluminação aprimorada (mas, aparentemente, somente em cutscenes), maior contagem de NPCs, maior distância de renderização de personagens em tela, sombras, vegetação e LOD maior.
Se você tem um poder de fogo sobrando, vale a pena, especialmente se aliado ao DLSS. Entretanto, vale o aviso: ao olhar destreinado e sem saber onde procurar, há poucas diferenças e o custo de performance é alto. Em nossos testes, tirar do Alto para o Médio nos deu cerca de 20% de desempenho extra. Então fica a dica: se quiser jogar sem dor de cabeça, opte pelo Médio, que tem qualidade similar ao PS5, e é bem mais leve.
Entretanto, mesmo com o preset Alto, que vem com a opção de detalhes à distância renderizados mais longe, ainda há pop-ins na experiência. Sim, é mais suave e menos evidente do que vimos no PS5, mas Final Fantasy 7 Rebirth mesmo em uma GeForce RTX 4090 terá grama e outros elementos visuais brotando perto da câmera. E, além disso, muitas texturas não foram aprimoradas.
Por fim, também fizemos alguns testes em uma RX 7700XT e, usando TAAU em 66%, é possível rodar no Alto em 1440p bem próximo dos 60 fps, às vezes um pouco abaixo, às vezes um pouco acima – então você pode ter uma ideia de como o jogo está em termos de otimização. Inclusive, vale a crítica: Final Fantasy 7 Rebirth poderia ter FSR e Intel XeSS.
Final Fantasy 7 Rebirth de PC vale a pena?
Final Fantasy 7 Rebirth é um jogaço. Se você tinha a curiosidade de ver a Parte 2 do Remake ou, quem sabe, até esperava para começar no PC, essa é a hora. Além de todas as qualidades excepcionais que o game já tinha, a versão do PC é, no geral, bem otimizada.
Sim, há algumas arestas ainda para serem aparadas. Apesar de não ter encontrado bug algum envolvendo o gameplay, há pequenos bugs eventuais nos presets gráficos (e algo ainda me diz que o DLSS não funcionou corretamente no meu monitor, apenas na TV).
Caso você tenha um PC mais modesto, as notícias são majoritariamente positivas, com uma performance interessante até para hardwares mais antigos e simples, qualidade de imagem MUITO superior à do PS5 por conta do TAAU ou DLSS e até presets gráficos além do console da Sony caso você tenha o poder de fogo de sobra.
O port de Final Fantasy 7 Rebirth poderia ser um pouco mais ambicioso? Certamente. Poderia ter incluído desde o lançamento tecnologias como DLSS 3, FSR (incluindo o 3) e o Intel XeSS? Poderia. Talvez desse para ser um pouco mais leve no preset Alto? Talvez. Mas ele não faz feio perto de muitos outros (só poderia ser um pouco melhor para ser perfeito). Se você gosta da série, esse é compra garantida!
Final Fantasy 7 Rebirth de PC foi gentilmente cedido pela Square Enix para a realização desta análise.
Final Fantasy 7 Rebirth (PC)
Publisher: Square Enix
Desenvolvedora: Square Enix
Plataformas: PC
Lançamento: 23/01/2025
Tempo de review: 13 horas
Final Fantasy 7 Rebirth de PC é uma edição quase perfeita, trazendo o mesmo conteúdo nota 10 e boa otimização (salvo alguns pequenos problemas)
Prós
- Um jogo longo com muito valor para aproveitar
- Atividades secundárias aos montes e muito divertidas
- Trama de altíssima qualidade que expande o original
- Mundo aberto de respeito para os JRPGs
- Port relativamente bem otimizado
- Melhor que PS5, com DLSS, nitidez e presets gráficos
Contras
- Alguns bugs nas configurações gráficas
- O preset Alto é pesado demais e sem grandes vantagens
- Poderia ter FSR e Intel XeSS (ou até DLSS 3 e FSR 3)
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