Review: Galaxy Book3 Ultra é notebook de respeito (e roda uns bons games)
Na primeira análise de hardware do Flow Games, o Galaxy Book3 Ultra mostra que pode combinar trabalho e diversão
o finalzinho de maio, tivemos a oportunidade de conferir em primeira mão o lançamento da nova família de notebooks da Samsung, a Galaxy Book3. No evento, pudemos ouvir dos executivos da empresa um pouco mais sobre as tecnologias embarcadas nesses equipamentos high-end e entender a que público eles se destinam: aqueles profissionais em busca de produtividade, mas com um pézinho nos games.
Por conta disso, o braço local da fabricante sul-coreana nos fez uma proposta curiosa: conferir na prática o potencial de um dos modelos da série. E não estamos falando de mexer um pouquinho no dispositivo na sede da companhia em São Paulo e dar nossas primeiras impressões do produto, mas sim de testá-lo de verdade.
Ou seja, recebemos aqui na redação uma unidade do Galaxy Book3 Ultra para testes, ficamos um tempinho com ele e trazemos agora uma análise crocante do notebook para você.
O primeiro review de hardware do Flow Games
Quem acompanha o portal do Flow Games desde sua estreia, no início de novembro do ano passado, sabe que, pouco a pouco, temos expandido nossa cobertura de notícias. Além dos jogos, que tomam grande parte da nossa produção, demos mais espaço para novidades de outros setores próximos, como cultura pop e tecnologia.
Fique tranquilo, nosso DNA é foco continua sendo 100% games, mas sabemos que muitos de vocês também curtem falar sobre e serem informados a respeito de filmes e série de suas jogatinas favoritas, saber títulos clássicos estão sendo portados para as plataformas mobile e conferir se sua máquina ainda dá conta de rodar os jogos AAA vindo por aí – ou se está na hora daquele upgrade.
Quando esses assuntos se convergem, então, nosso trabalho fica muito mais fácil na hora de transmitir as informações do jeito certo para os leitores que acompanham o site. Foi assim com nossa análise de “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes” e também é nossa mentalidade ao realizar esse teste do Galaxy Book3 Ultra.
Isso significa que, aqui, você não vai encontrar as mesmas informações dos reviews de páginas especializadas em tech. Afinal, nossos colegas nas outras redações fazem um trabalho impecável em esmiuçar cada detalhe técnico de peças e aplicar benchmarks insanos. No Flow Games, você até tem um pouco disso, mas muito mais da nossa experiência prática com o produto. Contexto dado, bora pro conteúdo!
Samsung Galaxy Book3 Ultra
Ao todo, a nova família de notebooks da Samsung é composta de 3 modelos-base: o Galaxy Book3, o Galaxy Book3 Ultra e o Galaxy Book3 360, cada um com suas próprias combinações de hardware, características e preços, é claro.
O mais poderoso deles, como o próprio nome indica, é o Galaxy Book3 Ultra, que combina configurações de peso – incluindo aí uma placa de vídeo da nova série RTX 40, da Nvidia, e processador Intel de última geração –, portabilidade e autonomia em um só produto.
Abaixo, você pode conferir as especificações técnicas completas do equipamento que testamos para essa análise:
Especificações técnicas – Samsung Galaxy Book3 Ultra
- Processador: Intel Core i7-13700H ou i9-13900H de 13ª Geração
- Placa de vídeo: Nvidia GeForce RTX 4050 ou RTX 4070 para notebooks
- Memória: 32 GB (LPDDR5, 6GHz)
- Armazenamento: 1 TB SSD
- Tela: 16 polegadas, AMOLED Dinâmica 2X, resolução 3K (2880×1800), proporção 16:10, taxa de atualização de até 120 Hz
- Carregador: 100 W
- Espessura: 16,5 mm
- Peso: aproximadamente 1,79 kg
A primeira impressão é a que fica
Logo ao tirar o Galaxy Book3 Ultra, você percebe que se trata de um produto elegante. Apesar do tamanho considerável – dado sua tela de 16 polegadas –, o aparelho é extremamente fino para os padrões do segmento e se mostra surpreendentemente leve para seu porte. Pode não ser fácil colocá-lo na sua mochila, mas ele não vai te deixar com dor nas costas se conseguir encaixar o dispositivo lá.
O design também chama atenção, mas não pelos motivos que você está pensando. Saem de cena os detalhes em cores chamativas na carcaça, as luzes RGB e outras traquitanas que enfeitam os notebooks gamers, para ganhar os holofotes um visual simples, sóbrio, mas muito bonito e funcional.
Reza a lenda que designers, editores de vídeo e produtores de conteúdo em geral buscam equipamentos voltados para o público aficionado por jogos por conta de seu poder de fogo, mas que eles ficam envergonhados do estilo diferentão desses produtos. Com o Galaxy Book3 Ultra, não há esse problema: ele pode ser usado para trabalho tranquilamente, entregando desempenho sem parecer que você está jogando Fortnite no meio do expediente.
Nosso único porém no quesito apresentação fica com a facilidade com que a tampa traseira fica marcada com suas digitais. Basta um toque para abrir o laptop ou uma pegada mais firme para ajustar o ângulo do display para que o material fique estampado com a textura dos seus dedos. Aquele paninho úmido (ou com álcool isopropílico) acaba se tornando um companheiro inseparável caso você queira manter o produto apresentável por mais tempo.
Mais do que um notebook bonito, o novo computador portátil da Samsung facilita o seu uso diário com portas Thunderbolt 4 (no estilo USB-C) e USB Tipo A (aquela tradicional) bastante acessíveis nas laterais do aparelho. Uma saída HDMI, entrada para fones de ouvido e um leitor para cartões microSD completam o pacote de conectividade. A porta Ethernet? Essa fica de fora da equação para dar lugar a uma conexão 100% sem fio, com suporte a redes Wi-Fi 6E.
O teclado também deve agradar a quem já está acostumado com notebook, trazendo uma formatação mais compacta, mas com teclado numérico, layout ABNT2 (com Ç) e retroiluminação customizável – é possível ajustar intensidade e ativação do brilho no software embarcado. Foram duas semanas utilizando o Galaxy Book3 Ultra para escrever matérias aqui no portal do Flow Games e, nesse tempo, só temos elogios à sensação de digitação no note.
Quem rouba a cena na base do equipamento, no entanto, é o trackpad. A Samsung diz que a área de touch é 39% maior do que a embutida na geração anterior do produto. A gente traduz isso para: a parada é grande, muito grande. Mas isso é ótimo! Acredite, somos defensores ferrenhos do mouse aqui, mas a experiência com esse touchpad foi bastante positiva, seja nos gestos para rolagem de página, na hora de fazer cliques precisos ou na navegação comum pela tela igualmente gigante do Galaxy Book3 Ultra.
Deleite para os olhos e ouvidos
Por falar em tela, a peça de 16 polegadas, resolução 3K (2880×1800 pixels), taxa de atualização de até 120 Hz e tecnologia AMOLED Dinâmica 2X realmente justifica esse tanto de nomes, termos e números usados para descrevê-la. Na prática, isso significa que tudo exibido nesse display fica mais bonito, cristalino e vívido – de vídeo e fotos a jogos e docs do Word (sim!).
As bordas finas e o brilho considerável ajudam a tornar a brincadeira ainda mais vistosa, dando espaço e destaque ao que realmente interessa na sua interação direta com o notebook. Reflexos, ângulos de visão e nitidez de elementos no Windows não foram problema para a tela do Galaxy Book3 Ultra, que se saiu bem em testes em ambientes fechados e abertos.
A ótima definição de imagem é acompanhada de um sistema de som bastante robusto. Estamos falando de um combo de alto-falantes quádruplos da AKG que dá conta de praticamente tudo que jogamos nele, de jogatinas espalhafatosas a playlists de qualidade duvidosa no Spotify. Tudo melhora ainda mais se você deixar o notebook inclinado em algum suporte “vazado” e não chapado diretamente na mesa, já que as caixas estão na parte de baixo do equipamento.
De forma geral, o som é alto e não distorce mesmo em volumes mais altos. Essa característica é importantíssima se você for usar o note para uns bons videojuegos, uma vez que as ventoinhas internas do Galaxy Book3 Ultra podem fazer um barulho considerável em sessões de jogatina mais intensas.
O que você queria ver no review: desempenho e benchmarks
De início, nossa ideia para colocar à prova a performance do Galaxy Book3 Ultra foi usá-lo de forma intensa ao longo do tempo em que ele ficou com a gente, como você ou alguém interessado em um notebook desse porte usaria, e voltar aqui para te contar o resultado. Nesse cenário, o equipamento da Samsung não decepcionou.
Dezenas (muitas dezenas) de abas abertas no Chrome, outros tantos software de apoio abertos simultaneamente – de Discord e Spotify a Launchers de jogos e editores de imagens –, reuniões intercaladas ao longo do dia e horas e mais hora de consumo e produção de texto não fizeram nem cócegas no brinquedinho. Tudo acontece de forma muito ágil, sem engasgos ou lentidões, até o final do dia.
O Galaxy Book3 Ultra também foi nossa principal ferramenta para produzir uma série de artigos especiais de games. Quase todos os guias, listas, dicas e outras matérias mais premium de Diablo 4 que você viu no Flow Games nas últimas semanas, por exemplo, foram criados nele.
Ah, não estamos falando apenas das pautas ou publicação de notícias, mas sim de rodar o título da Blizzard nesse hardware para obter capturas de tela de Emotes, Baús Silenciosos, configurações avançadas do game, desbloqueio de montarias e muito mais. E de fazer umas Marés Infernais, Masmorras do Pesadelo ou outras atividades endgame no intervalo de almoço – porque ninguém é de ferro.
Antes de começar esses testes, imaginamos que a combinação de resolução alta com uma GPU que, apesar de moderna, é o modelo de entrada, faria com que a máquina talvez fosse voltada mais para jogatina em 1080p para manter os 60 fps cravados. Dá para dizer que estávamos meio certos e meio errados nessa concepção.
Conferindo as demos de Lies of P e Resident Evil 4 Remake, além do próprio Diablo 4, chegamos à conclusão de que quase qualquer jogo atual com suporte a DLSS 2 ou DLSS 3 – ou, ainda, a tecnologia FSR, da AMD – consegue rodar nos tão almejados 60 quadros por segundo mesmo na resolução original do Galaxy Book3 Ultra (3K).
Isso se mantém com uma mistura de configurações gráficas entre Médio e Alto, com Diablo 4 ficando facilmente acima dos 90 fps mesmo em cenas mais atribuladas e dungeons lotadas de monstros. Em RE4 Remake, foi possível até mesmo brincar com as opções de ray tracing sem perder performance. Curtimos.
Mas por que viemos com toda ladainha do meio certos/errados, então? Bem, porque o 1080p ainda pode ser muito bem-vindo se você quiser aproveitar os 120 Hz do display desse equipamento. Dependendo do nível de otimização do jogo, baixar a resolução e fazer alguns ajustes visuais pode garantir essa fluidez com uma leve perda de qualidade visual – fica ao seu gosto o que é mais prioritário na hora da jogatina.
Depois de brincar um bocadinho com o Galaxy Book3 Ultra, no entanto, achamos que seria legal trazer alguns benchmarks para você. Assim, temos uma ideia melhor do desempenho do produto em aplicações sintéticas voltadas para testar o potencial da CPU, GPU, memórias e processamento geral, e, de quebra, ganhamos uns pontos com o Comitê Internacional de Reviews – não, isso não existe.
Na ferramenta de análise de Street Fighter 6 no PC, o notebook obteve a pontuação máxima em todos os quesitos, rodando a 1080p e atingindo 60 fps no Fighting Ground, pouco mais de 95 fps no Battle Hub e chegando a 89 fps no World Tour.
Já na hora de rodar o Cinebench R23, um software que simula tarefas pesadas de renderização, conseguimos 1.766 pontos no processamento Single Core (utilizando apenas um núcleo do processador) e mais de 13.500 pontos no Multi Core.
Bateria e software
A autonomia do Galaxy Book3 Ultra foi mais um quesito que nos impressionou. Mesmo longe da tomada, o note aguenta praticamente um dia todo de trabalho sem reclamar. Isso pode mudar se você utilizar muitas aplicações pesadas na sua rotina ou rodar jogos exigentes ao longo do período. Em um teste padrão de reprodução de vídeo (Full HD + brilho de tela em 50%), chegamos a quase 10 horas de uso antes de esgotar a bateria.
Como é difícil ficar tanto tempo sem conectar o equipamento à energia, o fato de o produto já vir acompanhado de um carregador rápido de 100 W – capaz de carregar a bateria até 55% em apenas 30 minutos –, é uma mão na roda para dar aquele gás na bateria quando possível. O software da Samsung no dispositivo também ajuda a fazer ajustes que podem estender consideravelmente o tempo de vida da bateria no dia a dia.
Por falar em software, vale dizer que o Galaxy Book3 Ultra já vem com uma série de programas adicionais embarcados no Windows 11. Alguns deles são dispensáveis (como o teste limitadíssimo do McAfee), enquanto os apps da Samsung escapam por pouco do conceito de bloatware e podem ter seus usos.
O Galaxy Book Experience, por exemplo, compila uma série de aplicações e serviços que são bem interessantes para quem possui um celular ou outro gadget da marca sul-coreana, fazendo com que todos eles conversem tranquilamente entre si.
Já o Samsung Settings praticamente traz o menu de configurações dos smartphones da empresa para a experiência do computador, dando acesso fácil a opções de desempenho, bateria, notificações, tela e tantos outros. Enquanto alguns deles podem ser ajustados diretamente no aplicativo, outros servem de atalho para configurações do próprio Windows. Parece bobo, mas é algo que pode facilitar a vida dos menos versados em bisbilhotar o labirinto de informações do sistema operacional da Microsoft.
Palavras finais sobre o Galaxy Book3 Ultra
De forma geral, gostamos bastante da nossa experiência com o Galaxy Book3 Ultra. O aparelho é visualmente muito bonito, tem um design charmoso, é leve, tem um desempenho incrível nas tarefas de produtividade e, como se tudo isso não bastasse, dá show em quesitos como tela e bateria – além de nos fazer gostar, um tantinho só, de trackpads.
Fica claro também que não se trata de um notebook gamer. Enquanto o processador da Intel “sobra” em muitas das tarefas e também nos jogos, a GPU trabalha dobrado para dar conta de manter tudo nos trinques numa resolução 3K e em títulos cada vez mais exigentes. Felizmente, tecnologias de upscaling, 32 GB de RAM e um armazenamento SSD NVMe ajudam a fazer a conta fechar na hora da jogatina.
Ou seja, se você quer unir trabalho e diversão, o Galaxy Book3 Ultra pode ser uma boa opção de compra. Se a sua balança pende muito mais para os games, pode valer a pena esperar por uma versão mais parruda do produto, que chega ao mercado no 2º semestre deste ano com um Intel Core i9 e uma bem mais poderosa RTX 4070.
E isso tudo vale os R$ 18.774 que a Samsung está pedindo pela máquina? Convenhamos, é muito dinheiro. Mas, ao mesmo tempo, é um valor que está em linha com outros produtos da mesma categoria e que se mostra presente em cada aspecto do note, que entrega tudo o que esperado dele.
No final das contas, se você tem essa grana à disposição e está buscando um ótimo notebook para uso diário mais intenso, o Galaxy Book3 Ultra pode ser uma ótima pedida. Pessoalmente, nós já estamos sentindo falta do bichinho.
Comentários
O complicado é esse valor, pq o notebook é surreal.