
Review: Split Fiction transcende modo coop em aventura emocionante
Split Fiction oferece um gameplay recheado de mecânicas ousadas e criativas com narrativa emocionante
Imagem: Hazelight Studios
esde que foi anunciado, o Split Fiction teve toda a minha atenção, não só pela nova história que me pareceu bastante empolgante, mas por saber que seria mais um grande acerto da Hazelight Studios.
Apesar de ainda não ter jogado It Takes Two, tive o prazer de conhecer o trabalho do estúdio por A Way Out, no qual tive uma das melhores experiências nos videogames. Felizmente, tive a chance de jogar Split Fiction e posso adiantar que a Hazelight deu aulas de criatividade e diversão. Ficou curioso? Confira o nosso review completo a seguir!
Em Split Fiction, acompanhamos a história de Mio e Zoe, duas escritoras totalmente diferentes, mas que desejam algo em comum: que suas histórias sejam publicadas. Entretanto, elas ficam presas em suas próprias narrativas após serem conectadas em uma máquina que rouba suas ideias criativas.
Para escapar dessa, elas precisarão superar suas diferenças para derrubar o sistema e se libertarem, descobrindo segredos e dificuldades pessoais escondidas em suas próprias ficções.
O detalhe interessante dos jogos da Hazelight é que o estúdio constrói a narrativa baseado em um tema. Enquanto a trama de A Way Out e It Takes Two girou em torno de confiança e colaboração, respectivamente, em Split Fiction embarcamos em uma linda história de amizade.

Imagem: Electronic Arts
Em Split Fiction, a aventura cooperativa é ainda mais emocionante
Como todos já devem saber, o elemento principal dos games do estúdio é a experiência cooperativa. Em Split Fiction, pude mergulhar no gameplay na companhia do meu cônjuge e host maravilhoso do Flow Games, o Cross.
Diferente dos outros títulos, o estúdio implementou pela primeira vez um recurso inovador que permite jogar com outros jogadores em outras plataformas, o chamado Passe de Amigo Cross-Play.
Ou seja, ao comprar o jogo, você pode mandar um convite para um amigo independente da plataforma que ele esteja – PC ou consoles. Dessa forma, tenha em mente que o requisito principal é ter alguém para jogar com você.
Jogabilidade oferece um combo de Inovação, criatividade e diversão
Após algumas horas jogando Split Fiction, pude sentir todo o empenho, criatividade, inovação e paixão que a equipe de desenvolvedores depositaram no jogo. Se você curtiu a aventura em It Takes Two, Split Fiction vai te surpreender ainda mais.
Conforme a história se desenrola, vamos alternando entre as histórias de ficção científica de Mio e nas de fantasia de Zoe. Cada uma delas apresentam suas particularidades e mecânicas únicas.

Imagem: Electronic Arts
Com o objetivo de se libertarem do lugar em que estão, as protagonistas encontram uma espécie de falha que ao entrarem contribuem para ‘romper’ o sistema. Mas, para isso, elas devem trabalhar em equipe para enfrentar diferentes desafios pela frente, como resolver puzzles e até enfrentar bosses.
Em cada novo cenário que entramos, Mio e Zoe apresentam habilidades e mecânicas diferentes que envolvem desde se transformar em um gorila, fazer manobras de hoverboard e até virar um porco peidando arco-íris (literalmente.)
Essa transição é feita de forma bem fluída, alternando entre os temas. A experiência no geral é bem dinâmica, principalmente pela mudança dos ângulos das câmeras como isométrica e de rolagem lateral. Além disso, os comandos para controlar os personagens são bem simples: basta apertar um botão para pular e outros para realizar outras ações conforme forem solicitadas.


O principal foco do gameplay é o trabalho em equipe, então a dica é se manter sempre próximo ao seu amigo, pois há momentos que temos que resolver alguns puzzles e lutar contra diferentes inimigos. O combate contra chefões no final do cenário são bem desafiadores. Mas, nada que traçar uma boa estratégia para conseguir derrotá-los com sucesso.
Entretanto, o jogo possui um sistema de vidas infinitas, em que quando um dos jogadores morre, logo ressurge. Então, se os dois morrerem, a dupla retorna do último checkpoint. Esse recurso dá um incentivo para aqueles jogadores desprovidos de habilidade e reforça o trabalho conjunto para prosseguirem.
Há algumas missões que dão uma certa nostalgia, pois claramente dá para notar que a Hazelight se inspirou em uma vasta gama de jogos como shooters, puzzlers e sobretudo clássicos para desenvolver Split Fiction – o que traz uma dose de nostalgia para a experiência.
Poderia ficar horas falando sobre como Split Fiction usou e abusou da criatividade, pois até as missões secundárias possuem o mesmo nível de qualidade das principais. O que, de certa forma, dá uma empolgação extra para conferir todas.
Elas estão localizadas em diferentes partes dos cenários e aparecem em forma de portais. Essas missões são basicamente ideias e histórias não terminadas de Mio e Zoe que o sistema está tentando roubar. Ao todo, são 12 missões secundárias que oferecem jogabilidades exclusivas que nos levam a situações caóticas, estranhas e surpreendentes. Então, você definitivamente não vai querer perder.

Imagem: EA
Outro detalhe que notei é que o ritmo de gameplay é bem mais acelerado nas histórias de ficção de Mio, em relação a de Zoe, que traz uma vibe mais calma e tranquila (exceto pelos chefões).
No início da história vemos que as protagonistas não se dão bem, pois ambas apresenta personalidades bem distintas. Mio, por sua vez, se mostra mais reservada e introvertida, enquanto Zoe é mais carismática e extrovertida.
Mas, ao longo da jornada, é interessante ver como a relação entre elas vai mudando a medida que a história vai tomando seu rumo.
Cenários de tirar o fôlego e easter eggs dão um tempero a mais
Split Fiction possui cenários deslumbrantes em cada uma das histórias que entramos, seja no estilo sci-fi meio cyberpunk ou no modo fantasia, cheio de florestas, castelos e por aí vai.
O que mais chama a atenção são os detalhes e certas interações que podemos fazer com alguns objetos ou coisas, tornando tudo ainda mais divertido.


Como de praxe, eles não poderiam faltar: os easter eggs. As referências são muitas, desde menções a It Takes Two e A Way Out até o salto de fé de Assassin’s Creed.
Os gráficos são um show a parte, que junto com a iluminação contribuem para um efeito mais realista da aventura. Os modelos das personagens também são bem detalhados e bonitos. A música do jogo é muito boa e ajuda a embalar toda a experiência entre melodias suaves e mais frenéticas.
Opções de acessibilidade e localização PT-BR
Infelizmente, Split Fiction não possui dublagem em português, mas conta com uma ótima localização PT-BR com legendas em nosso idioma.
Além disso, há algumas opções de acessibilidade para os que não possuem tanta habilidade com jogos do gênero e desejam se concentrar mais na história. Dessa forma, você pode adaptar alguns comandos para facilitar o gameplay.

Imagem: Flow Games/Thais Bassani
Nem tudo são flores
De modo geral, tive uma experiência excepcional com o gameplay, exceto por alguns bugs e travamentos que me fizeram ter que reiniciar do último checkpoint em algumas partes, que me impediam de avançar, como na parte em que tinha acabado de matar um boss e acabei perdendo a cutscene posterior, pois fiquei presa na tela.
Mas, nada que um patch day one não resolva.
Split Fiction vale a pena ou não?
Split Fiction, assim como os outros títulos da Hazelight, oferece uma experiência cooperativa única, principalmente para aqueles que buscam uma opção no gênero. Esta é mais uma aventura que vai testar as habilidades (e relacionamento) dos jogadores ao serem desafiados em uma aventura emocionante.
Ao todo levei cerca de 16 horas para zerar Split Fiction, mas é claro que esse tempo vai variar de jogador para jogador, visto que uns podem levar um tempo extra para conseguir passar de algumas partes, como foi o meu caso.

Imagem: Electronic Arts
Ao fim da história, o sentimento que fica é como se Split Fiction fosse uma carta de amor para os fãs. Esbanjando criatividade, paixão e dedicação em cada detalhe, minha aposta é que o game, certamente, entrará como um forte candidato aos indicados de Jogo do Ano no The Game Awards 2025.
Então, não perca mais tempo e vá correndo jogar Split Fiction quando ele for lançado em 6 de março de 2025.
Uma chave de Split Fiction foi cedida gentilmente pela Electronic Arts para a realização desta análise.

Split Fiction
Publisher: Electronic Arts
Desenvolvedora: Hazelight Studios
Plataformas: PS5
Lançamento: 06/03/2025
Tempo de review: 16 horas
Split Fiction inova, diverte e emociona em uma experiência que é o puro suco do videogame
Prós
- Missões secundárias são muito divertidas
- Variação de mapas e cenários incríveis
- Personagens interessantes
- História cativante
- Bons gráficos e trilha sonora
Contras
- Bugs e alguns travamentos
- Não possui dublagem em PT-BR
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