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Review: Tales of Xillia Remastered é um JRPG de respeito

O remaster de Tales of Xillia pode até ser bem sucinto quando o assunto são novidades, mas ele ainda é um JRPG excelente

22.11.2025 às 10:00

A franquia Tales of teve o seu começo ainda na era do Super Nintendo e teve diversos títulos memoráveis ao longo dos anos. O Tales of Xillia, por sua vez, foi lançado originalmente em 2011 e ficou restrito ao PlayStation 3 até o anúncio de seu remaster.

Embora eu já conhecesse outros jogos da franquia Tales of, ainda não tinha jogado Tales of Xillia. Mesmo assim, o que vi sobre a história e nos trailers já tinha chamado minha atenção. Depois de testar o remaster, posso dizer que minhas expectativas foram atendidas, e explico o porquê neste review.

Tales of Xillia acerta com história envolvente

Antes de começarmos nossa jornada em Tales of Xillia, é necessário escolher entre começar a história com Jude ou Milla. Enquanto a história principal não muda, a escolha faz com que, em determinados pontos, a gente veja um pouco mais sobre a história na visão do personagem escolhido.

A história principal do jogo se passa em um mundo onde a “mana” é extremamente importante, sendo utilizada até mesmo no campo da medicina. Por ser algo tão valioso, pessoas do mal querem roubar a “mana” das pessoas e até criar armas com ela.

Tales of Xillia - história

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

É com essa premissa que os nossos protagonistas se conhecem em Tales of Xillia e partem em uma jornada para impedir que o mundo seja destruído desta forma. A história do jogo se desenvolve bem na maior parte do tempo, apesar de as vezes demorar um pouco para trazer aqueles eventos de tirar um suspiro.

A história, em diversos momentos, até possui um tema mais adulto, mas não chega a ser tão pesada e atinge um bom equilíbrio. Um dos pontos que mais me conquistaram em Tales of Xillia também foram os personagens além dos protagonistas.

Enquanto Jude e Milla são excelentes, é impossível não gostar de Teepo, Leia e Alvin, apenas para mencionar alguns deles. Algo que também merece ser destacado é a dublagem de todos os personagens, que é excelente. Enquanto eu optei por jogar com as vozes em inglês, o jogo também dá a opção da voz em japonês.

Tales of Xillia - história (2)

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

O único contra na remasterização de Tales of Xillia, ao menos nesse aspecto, está por conta de ele não ter tradução para o português. A sua história não é difícil de entender, mas as vezes o jogo começa a destacar algumas palavras e um ou outro detalhe passa batido.

Combate divertido, mas um pouco datado

A franquia Tales of sempre teve um sistema de combate bem diferente quando comparado ao de outros JRPGs em que os jogadores andam mais de forma lateral em um cenário.

Basicamente, Tales of Xillia segue esse conceito, mas dá liberdade para se movimentar um pouco mais. A maioria dos combates dura pouco tempo e tudo é dinâmico, de uma forma que me agrada bastante, mas que pode parecer um pouco ultrapassado.

Ao entrar nas lutas, nós sempre ficamos no controle de apenas um personagem. Nós temos um botão de ataque principal, que nos faz mover automaticamente, e outro para defesa, mas que também pode ser usado para esquiva. Já as magias são pré-definidas através de um menu e podem ser usadas na batalha com o auxílio de ambos analógicos e mais um botão.

Tales of Xillia - combate

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Como pode notar, todo o sistema de combate do Tales of Xillia acaba sendo bem simples, mas ele reserva algumas outras particularidades. As magias, que são chamadas de “Artes”, podem ser combinadas com outros personagens para que eles soltem golpes mais fortes.

Todo esse sistema de combate funciona bem de forma conjunta onde uma mecânica complementa a outra, mas existem alguns problemas. Por exemplo, o botão de esquiva possui um timing bem esquisito e errar entre defender e desviar é algo constante. Além disso, o fato de os analógicos serem os responsáveis pelas magias não facilita acertar o que queremos utilizar.

Um outro ponto que me decepcionou um pouco é que a maioria dos combates de Tales of Xillia são bem fáceis, pelo menos no modo “Normal”. Um ou outro chefe até pode oferecer um ataque perigoso e difícil de desviar, mas não tive em nenhum momento perto de chegar na tela de Game Over.

Progressão desde o começo

Em relação as mecânicas de progressão, Tales of Xillia me conquistou aqui mais uma vez. Para começar, todas as lojas do jogo possuem os mesmos itens a venda, mas o jeito como desbloqueamos armas melhores e outros equipamentos é sensacional por ser justamente simples.

Basicamente, nós temos um sistema que se chama “Expand”, que pode ser traduzido para literalmente expandir as opções das lojas. Dessa forma, com o loot obtido no mapa e nas batalhas, nós apenas precisamos evoluir o nível de cada loja para prosseguir.

Tales of Xillia - lojas

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Já para desbloquear novas magias e melhorar os atributos dos personagens, nós temos o Lilium Orb. Ele é bem similar ao Sphere Grid do Final Fantasy X, mas ele é bem simplificado, sendo que a maioria dos seus itens são os mesmos para todos os personagens, exceção feita as magias e habilidades.

Tales of Xillia - Lilium Orb

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

A sua progressão é feita de forma bem rápida com os pontos sendo concedidos toda vez que passamos de nível. Então, de forma geral, o Tales of Xillia até pode não precisar de um grind absurdo, mas ele recompensa quem jogá-lo com esta mentalidade.

O que o remaster traz de novo?

O remaster de Tales of Xillia não traz muitas novidades para o pacote quando comparamos ao jogo original. O título traz uma ótima direção de arte e com belos cenários, mas não é nem de longe um dos mais bonitos do ano.

Ainda assim, mesmo com essa bela direção de arte, as vezes nos deparamos com alguns cenários um pouco menos belos. Por exemplo, basta ver como o oceano do jogo parece completamente sem vida.

Na versão do jogo para PC, eu pude rodá-lo em 4K com tudo no alto, mas o título não traz muitas opções. É possível mudar somente o nível de detalhes e de anti-aliasing, enquanto a taxa de quadros por segundo pode chegar até 120 FPS.

Tales of Xillia - gráficos

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Outras mudanças são, na verdade, mais qualidades de vida adicionadas ao jogo. Agora, por exemplo, o remaster de Tales of Xillia sempre traz uma estrela no mapa indicando para onde o jogador precisa ir.

Além disso, o Grade Shop, disponível desde antes de começar a aventura, traz algumas opções para facilitar a jornada. Ele, inclusive, é bem útil para acelerar o progresso e realmente ajuda quem deseja zerar.

Por último, mas não menos importante, o remaster de Tales of Xillia também traz uma opção para evitar encontros com inimigos. Essa opção, honestamente, é um pouco simples, já que nós vemos os inimigos no mapa e não é difícil evitá-los.

Tales of Xillia vale a pena?

O remaster de Tales of Xillia pode até não adicionar nenhum conteúdo realmente novo e trazer mudanças mais pontuais, mas ainda se trata de um belo JRPG. Enquanto os gráficos não são dos melhores, a história do jogo continua sendo simplesmente excelente.

O seu sistema de combate até pode ser um pouco datado, mas ele acaba sendo bem divertido. Já o grind, que pode ser até opcional, também deve agradar aqueles com tudo acontecendo de forma muito rápida.

Tales of Xillia Remastered foi gentilmente cedido pela Bandai Namco para a realização desta análise

Tales of Xillia
8

Tales of Xillia Remastered

Publisher: DOKIDOKI GROOVEWORKS, Inc.

Desenvolvedora: Bandai Namco Entertainment

Plataformas: PC, Switch, PS5 e Xbox Series X|S

Lançamento: 30/10/2025

Tempo de review: 18 horas

O remaster de Tales of Xillia não adiciona muitas novidades, mas o jogo ainda é um excelente JRPG com uma história cativante e sistema de combate divertido

Prós

  • História cativante desde o primeiro minuto
  • Grind recompensador, mas não obrigatório
  • Ótimos personagens

Contras

  • Gráficos um pouco datados
  • Mecânica de defender e esquivar
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