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Review: RKGK mostra o potencial de estúdio estreante

RKGK / Rakugaki diverte bastante com a sua mistura de plataforma 3D, speedrun e ação

22.05.2024 às 14:00

A revelação de RKGK / Rakugaki foi uma grata surpresa, mas jogar o primeiro projeto da Wabisabi Games foi ainda mais impactante.

Com apoio da Gearbox Publishing e financiamento da Riot, o seu pequeno time conseguiu honrar as melhores tradições dos jogos de plataforma 3D ao mesmo tempo em que evocou tendências modernas dos grandes títulos do gênero.

Dos gráficos cartunescos e tema de grafite eternizados pelo icônico Jet Set Radio até a movimentação frenética e cheia de ação de Hi-Fi Rush, os desenvolvedores fizeram bem o seu dever de casa e conseguiram criar algo capaz de se sustentar por si só. Saiba tudo sobre RKGK no review completo a seguir.

RKGK agrada em cheio no gameplay

A história de RKGK segue aquela cartilha progressista básica embalada de forma simples: uma corporação malvadona chegou ao ponto de roubar as cores do mundo, e cabe a você e seus aliados rebeldes moderninhos a tarefa de acabar com a opressão, tudo isso um grafite por vez.

Não é um discurso novo (De Blob já mostrou um ditador roubando cores gerações atrás, por exemplo), e ele nem tenta dizer nada muito interessante na prática, já que a história só está lá de fundo entre uma e outra fase. Nem foi gasto tempo ou esforço nas cenas de corte entre níveis, que se limitam a alguns quadros estáticos com balões de texto explicando minimamente o que está rolando.

Mas tudo bem, porque videogame foi feito para ser jogado, não assistido, e o gameplay certamente não decepciona por aqui, apresentando controles fluídos e intuitivos que nos permitem desbravar as fases com precisão. Fiquei feliz, inclusive, por ele ser estruturado em níveis a partir de um menu, o que traz boas memórias das gerações 128 bits para trás, algo bem coerente com a proposta do platformer 3D.

A coisa mais legal sobre os níveis relativamente curtinhos é que todos eles possuem uma miríade de metas extras, como passar de fase em determinado limite de tempo, derrotar todos os inimigos, ou até mesmo não perder vidas, o que acaba dando uma coceira boa nos complecionistas e speedrunners de plantão, que vão adorar ser recompensados com todas as caixinhas de objetivos devidamente marcadas e cumpridas com louvor.

O grande problema é que simplesmente não há variedade o suficiente para engajar no médio e longo prazo. Os cenários são bem sem vida e inspiração, a trilha sonora, que deveria empolgar, é qualquer coisa e acaba virando apenas ruído de fundo. Até as raras lutas contra chefes limitam-se a esperar pela sua vez de atacar. Para piorar, do meio da campanha em diante o design fica bem mais bagunçado.

Esses elementos acabam impedindo RKGK de alcançar toda a grandeza que ele poderia ter. É um jogo de contrastes: a protagonista Valah é super estilosa e tem bom design e roupas customizáveis iradas (com direito até a skin homenageando Evangelion!), enquanto os outros NPC, tanto aliados como inimigos, são absolutamente esquecíveis. Os controles são maravilhosos, mas as fases não honram a sua excelência, como você pode ver no meu vídeo com o começo do gameplay:

Vale a pena jogar?

Mesmo sem reinventar a roda de forma alguma, e apesar dos problemas citados, no fim das contas RKGK soube bem intercalar entre as inspirações vindas tanto de jogos de 2 como de 20 anos atrás, criando assim uma aventura divertida, com bons controles e desafios gratificantes.

A história é bem clichê, e ok, a falta de variedade de inimigos e a trilha sonora genérica deixam mesmo a desejar, mas quem curte a ideia de encarar um joguinho com clima de PS2, estruturado em fases curtas e que te motivam a completá-las várias vezes em busca de fazer 100%, vale a pena experimentar para se distrair. Se a Wabisabi continuar assim, terá um futuro brilhante na indústria!

RKGK
8

RKGK / Rakugaki

Publisher: Gearbox Publishing

Desenvolvedora: Wabisabi Games

Plataformas: PC

Lançamento: 22/05/2024

Tempo de review: 11 horas

RKGK é uma estreia muito competente da Wabisabi Games, que abraçou bem as tradições da plataforma 3D. Só faltou caprichar mais na trilha sonora e ter mais variedade de desafios.

Prós

  • Fases cheias de objetivos extra
  • Estrutura convidativa ao speedrun
  • Protagonista estilosa e legal
  • Boa customização de visual com moedas ingame

Contras

  • Trilha sonora esquecível e bem genérica
  • Narrativa contada em painéis estáticos sem carisma
  • História clichê e desprovida de inspiração
  • Visual dos personagens secundários deixa a desejar
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