World of Warcraft: entrevista revela segredos da Saga Alma do Universo
Com 3 expansões anunciadas e muitas novidades, World of Warcraft tem futuro destrinchado em entrevista ao Flow Games; confira
ão foi só no belíssimo palco montado no Anaheim Convention Center que a Blizzard disparou novidades atrás de novidades a respeito de World of Warcraft: o estúdio também revelou detalhes sobre seu MMORPG nos bastidores do evento.
Como sabemos disso? Bem, basicamente porque o Flow Games fez a cobertura presencial da BlizzCon este ano e pôde conversar com diversos dos desenvolvedores da franquia – levantando informações saborosas sobre o futuro da jogatina.
Por isso, convidamos os fãs de World of Warcraft – e também a galera que ainda pensa em iniciar sua jornada no bom e velho WoWzinho – para conferir nossa entrevista com a líder de gameplay May Flores-Garcia e o designer-chefe de combate Jade Martin. Bora nessa!
Uma nova etapa para World of Warcraft
O papo do Flow Games com a dupla rolou poucas horas após o lendário Chris Metzen, em sua primeira aparição pública após o retorno ao estúdio, ter explodido a cerimônia de abertura da BlizzCon 2023 revelando nada menos do que 3 expansões seguidas de Word of Warcraft.
Segundo o executivo, a Saga Alma do Universo (Wordsoul Saga) é grande demais para ser contida em apenas um pacote de conteúdo. Por isso, a Blizzard decidiu iniciar essa nova jornada do MMO em 2024, com a chegada de A Guerra Interior (The War Within). Depois disso, a história vai evoluir com Meia-Noite (Midnight) e finalizar esse capítulo inédito de aventuras com o soturno update O Último Titã (The Last Titan).
Mas como esse projeto insano começou? O que a desenvolvedora quer com isso? Como agradar aos veteranos, mas sem excluir uma nova leva de jogadores que chega a WoW com esses anúncios à la MCU? Você confere tudo isso – e muito mais – na conversa a seguir.
- Nota: a entrevista a seguir foi editada para trazer mais clareza e concisão ao texto, sem alterar as falas dos entrevistados.
A megassaga está por vir
Flow Games: Terminamos um capítulo bem longo de World of Warcraft em Shadowlands, certo? Desde então, tivemos uma espécie de respiro (muito divertido) com Dragonflight. Agora, estamos caminhando para algo completamente novo com a Saga Alma do Universo. Como acabamos parando nessa história de uma trama gigantesca dividida em três expansões, hein?
Jade Martin: A Saga Alma do Universo é o culminar dos últimos 20 anos de World of Warcraft. Quando você pensa em expansões passadas, todas elas acontecem dentro de uma um único período. Tudo acontece muito rapidamente, uma história é contada e fim. Assim, você nem sempre tem tempo para digerir o que está acontecendo ali.
Então, queríamos rever isso e entender como podemos abrir mais esse panorama para que ele seja explorado pelos jogadores. Foi daí que surgiu a Saga Alma do Universo. E estamos fazendo isso ao longo dos três arcos de expansão, começando com A Guerra Interior, indo até Meia-Noite e, depois, terminando com O Último Titã – que vai tentar concluir essa trama.
A Saga Alma do Universo é o culminar dos últimos 20 anos de World of Warcraft.
FG: Ou seja, o novo arco tem conexões diretas com enredos passados, mas parece que vocês estão tentando fazer com que os jogadores sintam a consequência de seus atos e ações nas expansões seguintes. Como vocês estão abordando essa questão de continuidade da história?
May Flores-Garcia: Olha, definitivamente há algumas coisas sobre as quais não podemos falar muito, uma vez que estamos muito focados em A Guerra Interior. Para ser sincera, o máximo que podemos dizer agora é que estamos tentando realmente chegar ao ápice desses 20 anos de World of Warcraft. Agora o que vai acontecer a seguir, você sabe, nas próximas expansões, é algo em que ainda estamos trabalhando.
JM: É isso, vamos começar tudo com A Guerra Interior. Quando você vai para as zonas subterrâneas, acaba se deparando com um novo hub para a Horda e a Aliança, a Ilha de Dorn. Então você irá se aprofundar ainda mais, atingindo o Fosso Ressonante, lar dos Mensageiros da Máquina. E depois disso, tem os Kobolds também. Sabe aquele lance do “não pega a vela”? Pois é, você vai topar com eles novamente.
A partir daí, os jogadores vão ainda mais fundo até passar pela Catedral do Abismo para conhecer os Arathi e, finalmente, chegar a Azj-kahet. Foi aí que Xal’atath – que conhecemos em World of Warcraft Legion – realmente uniu forças com os Nerubianos para tentar causar estragos na Horda e na Aliança. E então vamos nos aprofundar nessa trama.
Acho que Chris Metzen já falou um pouco sobre O Último Titã, a terceira expansão da Saga Alma do Universo. Vamos viajar de volta para Northrend, até Ulduar, e ver o que está acontecendo com os Titãs por lá. Mas ainda não estamos prontos para falar mais sobre isso. Tudo começa nas profundezas de Azeroth: vamos entrar lá, ver o que está acontecendo e deixar os jogadores explorarem tudo.
FG: Você mencionou Xal’atath. As pessoas falam muito sobre a espada fincada em Silithus, mas temos a adaga mais famosa do mundo ainda mais presente na nova saga. Qual é o papel dela em A Guerra Interior?
JM: Não estamos falando muito dessa história agora. Nós realmente queremos que os jogadores descubram isso por si só. O que posso dizer é que as intenções dela não são nada boas, tenando reunir as forças nerubianas para tentar dominar Horda e Aliança, e assumir o controle de Azeroth. Esse é provavelmente o objetivo dela. Agora, seus motivos? Talvez ainda não saibamos.
[Pausa]
JM: Quer dizer, nós sabemos. Vocês que não sabem [risos]. Mas isso é algo que os jogadores vão aprender à medida que avançarem na expansão.
Reforços de peso em World of Warcraft
FG: Ok, vamos falar um pouco sobre Chris Metzen. Ele apresentou o material no painel, revelou a trinca de expansões ao mundo e tudo mais. Como tem sido trabalhar com ele e como ele tem contribuído para essa saga até agora?
MF: Olha, acho que todos nós amamos o Chris. O respeitamos muito e tem sido muito emocionante para nós tê-lo de volta. Eu sei que ele também ficou muito animado com a época em que trabalhamos em Dragonflight. Obviamente não posso falar por ele, mas sei que ele parece muito animado por ter retornado e tem ajudado muito com o que a Saga Alma do Universo vai se tornar.
JM: Todos nós temos respeito absoluto por Chris e pelo que ele fez por World of Warcraft. Amamos o que ele criou! Ao mesmo tempo, acho que quando ele partiu [da Blizzard], também gostou do que estávamos fazendo com o jogo, como em Dragonflight. Então é um respeito mútuo entre nós.
Mas tê-lo de volta à equipe de Warcraft tem sido ótimo e, inclusive, impacta diretamente no meu time, que está trabalhando nos talentos dos heróis. Afinal, implementar esse sistema implica em criar 39 novos nomes de talentos. Engatamos várias trocas com ele para escolher esses nomes. Isso porque, às vezes, como designer, você se esforça para procurar e inventar essas coisas, mas elas surgem de forma tão natural para o Chris. Tem sido mesmo incrível!
Nós temos respeito absoluto por Chris e pelo que ele fez por World of Warcraft.
FG: Aproveitando, pode explicar um pouco sobre essa nova mecânica de talentos de heróis?
JM: Claro! A ideia é que eles sejam uma espécie de sistema de talentos independente que deve ser perene e não no estilo “poderes emprestados”, como os Covenants e Conduits de Shadowlands. Ou seja, é algo que começa com A Guerra Interior e que você poderá levar para além da expansão.
De forma geral, eles são uma forma de permitir aos jogadores se expressarem melhor por meio de seus personagens, reforçando sua fantasia por meio de talentos. Tudo será compatível com as classes e especializações básicas, sem nenhum tipo de atrito – e você pode escolher e trocar seus talentos de herói a qualquer momento.
Mais uma vez, se olharmos para Shadowlands, houve muito atrito na questão dos Covenants, especialmente no início da expansão, com os jogadores se sentindo obrigados a trocar de grupo e enfrentando muita fricção nesse processo. Mas essa é uma lição que aprendemos.
Então, com A Guerra Interior, queríamos criar algo mais flexível e que possibilitasse aos jogadores se adaptarem rapidamente ao que estiverem fazendo no momento, seja conteúdo no mundo aberto, raides, masmorras míticas e tudo mais. No final das contas, é mais uma camada de personalização para a comunidade explorar.
FG: E, além disso, o que mais empolga vocês com o que estão criando ou adicionando ao projeto?
MF: Para mim, é o fato de estarmos fazendo da Dragonaria algo duradouro. O recurso agora está sendo renomeado e o chamamos de Voo Dinâmico, com ele se estendendo para diferentes montarias, não apenas para dragões. Quais delas terão suporte à novidade ainda é algo que será determinado, mas já mostramos algumas.
FG: Invencível! Vou poder usar meu Invencível também?
JM: Se você conseguir encontrá-lo… ouvi dizer que ele é difícil de dropar [risos].
[Nota do editor: felizmente, eu tenho mesmo um Invencível na minha conta de WoW.]
JM: Já aqui, o sistema de Bandos de Guerra é provavelmente o que mais me entusiasma. Afinal, é algo que facilita a vida do jogador, respeitando seu tempo e permitindo que ele possa ter vários alts sem sentir que está perdendo certas coisas: reputação, renome, transmogs etc.
Até agora, a situação era a seguinte: se eu estivesse numa raide com meu Sacerdote e um equipamento de placa dropasse, eu não poderia coletar seu visual – já que não posso equipar esse tipo de item. Em A Guerra Interior você pode fazer isso: aprender um transmog mesmo se não puder equipá-lo. Então, se eu mudo para meu Guerreiro posso ter aquela aparência disponível sem problemas.
O grind de renome também é algo que faz parte do jogo, mas ter que voltar e fazer tudo de novo num alt pode ser uma experiência frustrante. Isso é algo sobre o qual reconhecemos que os jogadores já falam há muito tempo e cujas restrições finalmente estamos afrouxando. Ah, vale dizer que isso vale para a próxima expansão em diante – ainda estamos discutindo em como fazer isso para reputações anteriores
Um World of Warcraft ainda mais ambicioso
FG: Em entrevistas anteriores, nós elogiamos o time de World of Warcraft pelo fato de assumirem uma postura superaberta com a agenda de patches do Dragonflight. Há coisas chegando ao jogo a cada oito semanas mais ou menos. Agora, vocês estão abrindo esse escopo ainda mais, anunciando três expansões de uma só vez. Quão bem a equipe se sente em relação à cadência de conteúdo sendo prometida e entregue para o WoW moderno?
JM: Acho que tem sido ótimo e é algo bem visível para todos. O retorno disso com Dragonflight é ótimo de se ver. Todo mundo ainda está jogando [a expansão] e temos muita gente ativa, seja obtendo glifos extras de Dragonaria, curtindo as últimas regiões desbloqueadas, participando de invasões ou o que quer que seja – um engajamento realmente fantástico.
Acho que, como você mencionou, quando compartilhamos o esqueleto do que estávamos planejando para Dragonflight, os jogadores acabaram se deparando com coisas pelas quais almejar. Eles viam novidades e ficavam tipo, “uau, ok, legal, eu tenho essas coisas que posso tocar agora e outras que estão chegando”. É algo que acaba te mantendo interessado em voltar ao jogo.
As três expansões da Saga Alma do Universo provocam esse mesmo sentimento: “O Último Titã? O que isso significa? Parece muito legal”, “Meia-Noite? Vai escurecer? Não sei” [risos]. Mas, começando com A Guerra Interior, já temos algo bem legal e que dá ao público um pouco mais de entusiasmo pelas coisas que estão por vir.
FG: E os novos jogadores, como ficam? Porque ao mesmo tempo que parece ser um bom ponto para ingressar em World of Warcraft, entrar numa saga de três expansões também pode ser um pouco assustador para os novatos, não é?
JM: Esse é um excelente ponto. Acredito que, daqui para frente, assim que A Guerra Interior for lançada, você vai poder começar a upar a partir de Dragonflight, que é uma expansão realmente emocionante para começar como um novo jogador.
Então, se eu quisesse que alguém iniciasse no World of Warcraft moderno, eu diria que Dragonflight é um ótimo ponto de partida. Tem muita coisa legal acontecendo por lá: novos talentos, andar de dragão por aí – que agora é o Voo Dinâmico – e muito mais.
Quanto à Saga Alma do Universo, ela realmente traz muita coisa e pode ser esmagadora e assustadora para os jogadores, como você mesmo mencionou. A beleza da coisa é que estamos fazendo tudo isso ao longo de três expansões. Então, todo mundo terá tempo para digerir esse conteúdo e realmente mergulhar na tradição e na história de World of Warcraft.
—
E aí, curtiu a estratégia MCU da Blizzard com a Saga Alma do Universo? Vai finalmente retornar ou se render ao mundo dos MMOs? Conte para a gente mais abaixo, na seção de comentários do Flow Games, e continue de olho no nosso portal para mais novidades sobre World of Warcraft.
*O Flow Games viajou a Anaheim a convite da Blizzard.
Comentários