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Caso Activision Blizzard: Microsoft e Sony respondem CMA e treta continua

Empresas finalmente se posicionam ao parecer positivo da CMA em relação à aquisição da Activision Blizzard

06.04.2023 às 11:34

Um parecer recente da CMA sobre a tentativa de compra da Activision Blizzard pela Microsoft parece ter mudado completamente a perspectiva em relação ao negócio multimilionário. Tempos depois, duas das maiores interessadas no caso finalmente se pronunciam a respeito do novo posicionamento do órgão do Reino Unido.

Enquanto a dona do Xbox assume uma postura de “eu disse que não queria monopolizar ou prejudicar o mercado de games”, a Sony volta aos ataques e chama a prévia da decisão da CMA de “surpreendente e irracional”. E que recomece a batalha pela Activision Blizzard.

Mais um episódio do caso Activision Blizzard

Pouco tempo depois de sugerir que “desistir” de Call of Duty seria um modo mais fácil de a Microsoft obter a aprovação de sua aquisição da Activision Blizzard, a entidade reguladora britânica reavaliou a situação e, no final de março, concluiu provisoriamente que “a transação não resultará numa diminuição substancial da concorrência em relação aos jogos de consoles no Reino Unido”. Ou seja, o caminho para a conclusão do negócio foi aberto mais uma vez.

Agora, a CMA compartilha de forma pública as respostas enviadas por Microsoft e Sony em relação a esse parecer inicial sobre a Activision Blizzard. Se de um lado a sensação é de alívio e reafirmação de promessas e contratos, de outro o clima ficou mais pesado e gerou reações ferozes.

microsoft - activision blizzard

Imagem: Microsoft

“Fomos claros desde o anúncio da fusão: não há intenção de reter ou degradar o acesso a Call of Duty ou a qualquer outro conteúdo da Activision no PlayStation. Tal estratégia estaria em contraste direto com os interesses dos jogadores no Reino Unido e em todo o mundo”, explica a empresa-mãe do Xbox. “Em vez de limitar a escolha ou o acesso, a Microsoft pretende usar a fusão para levar mais jogos a mais pessoas, plataformas e dispositivos”, finaliza.

Enquanto isso, a Sony e principal opositora ao negócio mandou um textão de 11 páginas criticando duramente o parecer da CMA. A companhia japonesa acredita que o órgão do Reino Unido avaliou erroneamente diversos quesitos do caso – do valor médio do jogador de cada plataforma até os incentivos que a concorrente tem para reter conteúdo do PlayStation – e que isso acabou tornando sua decisão tendenciosa em relação à Microsoft.

activision blizzard - call of duty

Imagem: Activision

“Para chegar a uma decisão robusta, a CMA deve revisar sua análise dos incentivos e encerramento parcial da Microsoft, corrigindo os erros identificados neste documento”, afirma a fabricante japonesa, dizendo ainda que o parecer da entidade é baseado em “pura especulação, em vez de evidências”.

Algumas questões seguem no ar

Embora a CMA não acredite que a Microsoft vá limitar ou reter acesso a Call of Duty ou outros jogos da Activision Blizzard caso a compra seja concluída, o órgão britânico ainda é reticente no que diz respeito ao domínio da empresa no campo da jogatina via cloud.

A dona do Xbox já tomou algumas ações para remediar isso, como contratos com os serviços em nuvem de Nvidia, Boosteroid e Ubitus, mas como esse ainda é um ramo nebuloso para as entidades reguladoras, não se sabe se isso será suficiente para garantir uma aprovação da aquisição sem novas concessões.

Via: GamesIndustry.biz

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