
Review: Dragon Quest 1 e 2 retornam primorosos
Muitas melhorias e conteúdo extra fazem Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake brilhar
Imagem: Square Enix
Square Enix parece mesmo ter encontrado ouro com a fórmula consagrada em Dragon Quest 3 HD-2D Remake. Seja na hora de fazer jogos novos, remasterizações ou remakes, há algo imensamente charmoso na ideia de misturar o clássico gameplay dos velhos JRPG 8 e 16 bits com um visual super moderno, com efeitos de iluminação de ponta e gráficos em HD.
Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake habilmente segue os passos desse jogão e, novamente, nos permite voltar no tempo com muito estilo. Se Dragon Quest 3 oferecia uma chance de revisitar os primeiros capítulos cronológicos da história da trilogia Erdrick, agora podemos (re)jogar os dos primeiros jogos lançados pela Enix para NES no fim dos anos 1980.
Pode parecer meio confuso à primeira vista (afinal, o terceiro jogo da série é uma prequel de seus predecessores), mas o fato é que agora a trilogia Erdrick está toda disponível nos consoles atuais com uma roupagem moderna, coerente, com melhorias de qualidade de vida e um formato muito mais palatável para os jogadores modernos.
Tudo está bem padronizado e, guardadas as idiossincrasias de cada jornada, a sensação é de que os 3 jogos formam um só super pacote que merece ser conferido do início ao fim. Entenda por quê você precisa jogar Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake no review completo a seguir.

Imagem: Square Enix
Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake são JRPGs primorosos
Cumprindo a promessa de apresentar muito conteúdo inédito, não seria exagero dizer que ambos os títulos até parecem jogos novos de tanta coisa que mudou. A história geral, no entanto, obviamente permanece a mesma, e o que muda é o que você encontra pelo caminho e o desenrolar da trama.
Sem spoilers, a premissa básica de cada jogo do pacote é a seguinte: em Dragon Quest 1, graças a Erdrick o Lorde do Submundo foi derrotado e paz voltou a Alefgard. No entanto, a ascensão do Dragonlord traz monstros de volta ao reino, e cabe ao descendente de Erdrick selar o novo mal e resgatar a princesa sequestrada, no bom e velho arquétipo da donzela em apuros. Não dá para ser mais narrativa clássica do que isso.
Dragon Quest 2 traz outro salto temporal e, anos após Alefgard ser salva pelo herói, novamente as forças sombrias tomam os três reinos fundados pelos descendentes de Erdrick. Cabe aos jovens príncipes e princesas de linhagem heróica acabar com o problema.
As diretrizes de embargo me impedem de discutir com mais detalhes alguns elementos muito bacanas que foram agregados à narrativa, mas nos dois jogos eu fiquei com a impressão de que as campanhas estavam durando quase o dobro da experiência original, tamanha a adição de diálogos, cenas e novidades, com tudo rebalanceado e garantindo um novo ritmo para a aventura.
Na época de seu lançamento original, os dois títulos já eram JRPGs top de linha e referência no mercado. Com Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake, eu sinto que eles voltam a ter essa moral, e o tempo inteiro me senti jogando aventuras primorosas.
Reimaginando o remake do remake
Quem acompanha a trajetória da (Square) Enix deve saber que refazer Dragon Quest 1 e 2 não é exatamente algo inédito. Lá em 1993, ambos os títulos já tinham sido reunidos e repensados para um só cartucho de Super Nintendo. Já em 1999 foi a vez do GameBoy Color relançar o pacote devidamente rebalanceado e com direito até a quicksave.
Entre versões para celulares, Wii e até Switch, as aventuras originais nunca sumiram do imaginário popular e passaram por diversas mudanças grandes e pequenas. Mas não me parece absurdo algum afirmar que a nova versão Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake é a mais diferente de todas, flertando com o rótulo de reimaginação ao invés de um simples remake.
Estruturalmente, se você jogou Dragon Quest 3 2D-HD Remake ou, pelo menos, leu o review feito pelo meu amigo Vinícius Munhoz, já vai fazer uma boa ideia do que esperar por aqui. Eu recomendo a leitura, pois boa parte dos pontos positivos e negativos retornam aqui também, o que no mínimo prova a coerência interna dessa “nova” trilogia e como tudo parece um só gigantesco jogo.
Vamos começar pelo balanceamento. Ao longo dos anos, houve um esforço crescente para reduzir o grinding dos jogos, e isso continua valendo por aqui. Salvo meia dúzia de raras ocasiões em que a jornada apresenta uma escalada abrupta de dificuldade para um chefão, normalmente você consegue progredir bem ao simplesmente andar pelo mapa e não fugir demais das lutas.
Tudo o que cerca o gameplay também foi aprimorado em maior ou menor grau. Se lá no Nintendinho você precisava equipar as tochas manualmente para explorar as masmorras escuras, hoje em dia isso é automático. Você também pode ligar ou desligar um mapa que mostra qual é o seu próximo destino, evitando que encalhe na jornada sem querer e minimizando a necessidade de apelar para detonados externos. Dá até para fazer viagens rápidas até pontos-chave previamente visitados por seu avatar.
Além de salvar o progresso manualmente, há autosaves bem espalhados ao entrar e sair das cidades e lutas, garantindo que dificilmente você se coloque em uma sinuca. Ao perder uma luta, por exemplo, você pode escolher se quer voltar instantaneamente ao começo dela, recarregar um autosave, ou o save manual. Tudo é muito conveniente e, sem surpresas, isso torna o jogo mais moderno e palatável.
Com novos personagens para encontrar, mais masmorras e diálogos expandidos, nunca houve tanta coisa para fazer nesses jogos quando em Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake.
Agora dá até para caçar as “mini medals” espalhadas em cantos escondidos do mapa a fim de fazer trocas por itens. No caso de Dragon Quest 2, você tem inclusive um grande mapa totalmente inédito no mundo submerso e uma personagem jogável inédita, então é evidente o esforço e capricho que a Square Enix dedicou a Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake.
Deleite sonoro e visual
Além do capricho na adição de conteúdo, Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake também propiciam uma overdose sensorial no que diz respeito a som e visual. Há algo de profundamente imersivo e encantador em ouvir melodias clássicas da franquia agora reinterpretadas por orquestras completas.
Se existir justiça no mundo, era de se esperar que esse trabalho maravilhoso fosse contemplado com indicações a todos os principais prêmios de videogame do ano, e entusiastas de videogame music podem até argumentar que essa trilha sonora, por si só, já faz a compra de Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake valer a pena.
Ainda no tema do som, também é digno de nota que agora temos diversos diálogos dublados com qualidade. Infelizmente a maioria das falas seguem restritas apenas a texto, mas os trechos que receberam o carinho e capricho da adição de vozes ficaram muito bons e coerentes com a personalidade dos personagens.
Por fim, os gráficos também estão de encher os olhos. A minha impressão é que, desde o lançamento bem sucedido de jogos como Octopath Traveler, a Square Enix foi aperfeiçoando mais e mais a fórmula de misturar sprites 2D e gameplay ao estilo dos JRPG 8 e 16 bits com modernos cenários com iluminação de ponta e modelos tridimensionais super detalhados.
Em Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake, essa fórmula chega o mais perto da perfeição que eu vi até agora, e praticamente todo frame pode ser pausado e transformado em um belo papel de parede se você quiser.
Na minha percepção, estamos falando de um dos jogos mais bonitos da atual geração de consoles, e a direção de arte merece todos os elogios do mundo por isso. Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake é uma obra de arte!
Vale a pena jogar Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake?
Sem enrolação, se você curte JRPGs, mais do que vale a pena. Diria até que Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake são praticamente obrigatórios por sua excelência técnica, visual e sonora. A maior pegadinha aqui é que, infelizmente, a Square Enix achou que não valia a pena localizar Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake para português brasileiro, então quem não é fluente em outros idiomas vai ficar boiando nas campanhas, que são bastante dependentes do texto.
Com a possibilidade de jogar em três níveis de dificuldade (e alterá-la a qualquer momento que quiser), o JRPG nunca foi tão acessível, então esse pode muito bem ser o seu primeiro passo no gênero se você quiser. E como é possível alterar o ritmo das batalhas de acordo com o seu gosto nos menus, dificilmente você se sentirá entediado também.
Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake são verdadeiras aulas de como pegar jogos clássicos dos 8 bits e repaginá-los para a atual geração. Se algum dia a Square Enix quiser refazer outros clássicos como Chrono Trigger, acredito que a fórmula consagrada aqui seria o melhor caminho.
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Dragon Quest 1 e 2 2D-HD Remake
Publisher: Square Enix
Desenvolvedora: ARTDINK e Square Enix (Asano)
Plataformas: PC, Nintendo Switch, PS5, Xbox Series X/S
Lançamento: 30/10/2025
Tempo de review: 37 horas
Dragon Quest 1 e 2 HD-2D Remake encanta com o seu áudio e visual de ponta, e as diversas melhorias de qualidade de vida o tornam um JRPG moderno e divertido até para novatos.
Prós
- Visual de encher os olhos do início ao fim
- Orquestrações maravilhosas para temas clássicos
- Coesão visual e temática com DQ 3 2D-HD Remake
- Gameplay gratificante com bons sistemas
- Adições bem-vindas e melhorias de qualidade de vida
Contras
- Uma ou outra escalada abrupta de dificuldade
- Novo conteúdo inclui alguns fillers insossos
- Imperdoável falta de localização em português











Comentários
Acabei de zerar, jogasso! nota 9.5 para mim tranquilamente…
Poderiam colocar em qual console foi feito o teste….PS5…Nintendo switch….