Review: Endless Ocean Luminous ainda dá um caldo

Para quem não lembra ou deixou passar batido, Endless Ocean Luminous dá sequência aos jogos lançados para Wii em 2007 e 2009, mas não é preciso ter explorado esses oceanos para mergulhar no novo game, ainda que seja recomendado ter uma boa ideia sobre o tom, foco e gameplay da franquia para não se decepcionar. Entenda no review completo a seguir.

Continue a nadar

Mesmo não sendo uma das franquias mais famosas da Big N, tive a sorte de me apaixonar pelos dois primeiros jogos de Forever Blue, como a série é conhecida no Japão, ainda em suas versões de Wii. Havia algo de mágico e único em poder explorar os mares sem se sentir ameaçado, apenas pesquisando, coletando informações e tirando belas fotos.

A natureza tranquila do game já deve distanciá-lo do gosto de alguns, e tudo bem com isso. É uma proposta nichada por natureza que, em algum nível, aproxima os jogos de uma espécie de enciclopédia interativa; uma mistura perfeita de educação e diversão.

Aqui você nada, nada, e… nada. Na imensidão do oceano, a graça se limita a encontrar criaturas que você nunca viu antes, escaneá-las e catalogá-las, além de caçar tesouros e outros mistérios que fazem a narrativa andar. Você não precisa ser um James Cameron ou Jacques Costeau para se divertir, mas ter um mínimo de interesse na fauna marinha é essencial.

Endless Ocean Luminous é um jogo profundo?

Desta vez, somos convidados a explorar o Veiled Sea (em inglês mesmo, já que o jogo infelizmente não foi traduzido para o nosso idioma, contrariando a tendência de outros grandes lançamentos recentes da Nintendo), um oceano que se destaca por, pela primeira vez na série, ser gerado de forma procedural.

No papel, isso faz com que nenhum mergulho seja igual ao anterior, mas na prática, eu senti que os Endless Ocean anteriores conseguiam me oferecer uma variedade maior de biomas, algo que nem a nova adição de mergulhos online compartilhados conseguiu compensar.

Ainda que seja legal pesquisar o oceano com dezenas de outros mergulhadores de uma vez, as interações são mínimas e não faz muita diferença jogar sozinho, ao menos nos meus testes. Entre as opções online, o que mais me divertiu foram os eventos por tempo limitado, já que eles oferecem uma chance de encontrar criaturas marinhas muito raras, algumas vezes até fictícias.

É bom que você goste de explorar o oceano procedural, já que ele faz parte de um longo grind obrigatório para avançar no modo História. A cada capítulo da narrativa linear, Endless Ocean Luminous o obriga a escanear mais algumas centenas ou milhares de peixes, para só então permitir que você jogue mais fases.

Infelizmente, essas fases são curtíssimas e algumas vezes limitam-se a testemunhar tímidos diálogos, o que é uma pena, já que o tema central de preservação ecológica e salvar o planeta são inerentemente interessantes. Mesmo para quem gosta da série, como eu, exigir tanto grind foi uma escolha no mínimo peculiar, parecendo uma tentativa de esticar artificialmente a duração do jogo.

Vale a pena jogar?

Mesmo sem conseguir evocar a mesma variedade de ambientes dos dois primeiros jogos, Endless Ocean Luminous carrega consigo a magia e deslumbre de conhecer mais sobre a vida marinha.

Sim, ainda é estranho ver predatores nadando lado a lado com seus alvos sem que nada aconteça, mas há algo de cativante em poder acompanhar seres saídos diretamente do Período Triássico, ou em tentar enquadrar fotos das colossais e majestosas baleias.

No contexto da franquia, é o capítulo mais fraco da série com folga. Mas se você busca um jogo diferente de tudo que há por aí para relaxar com o seu Nintendo Switch enquanto a nova geração não chega, vale a pena conhecer Endless Ocean Luminous.