Review: Mario vs Donkey Kong é um remake charmoso e essencial

Apesar de ter ficado meio de lado por um tempo, a rixa flertou com um retorno no ótimo Donkey Kong (1994, Game Boy), mas só voltou para valer a partir de Mario vs Donkey Kong (2004, Game Boy Advance), que é o nascimento oficial da franquia e o objeto de interesse do novo remake para Nintendo Switch. Saiba tudo sobre ele na análise completa a seguir.

O retorno de Mario vs Donkey Kong

Imagem: Nintendo

Para quem nunca experimentou um jogo da série, a ideia é explorar telas relativamente enxutas, mas com puzzles ambientais interessantes, normalmente tendo que encontrar rotas para levar uma chave de um canto ao outro do cenário, ou pegar um item distante.

Isso é feito acionando botões para alternar quais plataformas ficam ativas ou não, escalando cordas e subindo escadas, pulando sobre inimigos e ameaças, arremessando criaturas sobre espinhos a fim de andar sobre eles, fugindo de raios com timer ou até jogando um item em uma esteira para pegá-lo depois em outro canto.

Apesar de não ser tão ágil quanto em suas principais aventuras de plataforma, Mario ainda consegue saltar com alguma eficiência e possui movimentos únicos como plantar bananeira e fim de se proteger de ameaças vindas de cima, saltar ainda mais alto com pulos duplos ou guinadas rápidas de um lado para o outro.

Embora a primeira campanha não demore muito mais do que 4 ou 5 horas para ser finalizada, esse arsenal de movimentos e variedade de desafios ajudam cada mundo a se consagrar como uma experiência única e memorável. E mesmo depois que você “zera”, ainda há muita coisa para fazer, como uma segunda campanha e desafios extras.

Imagem: Nintendo

Uma aventura ilusoriamente simples

Por ser um remake de um jogo de Game Boy Advance, foi mantida no Switch a lógica de que as fases do jogo funcionam melhor em pequenas sessões de gameplay. Experimente jogar de meia hora a uma hora por dia entre um e outro game mais pesado e veja como Mario vs Donkey Kong desce redondinho!

Mas por trás dessa premissa inofensiva, olhares mais atentos notarão que muito esforço foi dedicado a polir a experiência em cada detalhe. Isso vale para as lindas cinemáticas, que dão um salto gigantesco de qualidade em relação ao jogo original, e também para a soberba trilha sonora. Quem aprecia videogame music certamente a colocará entre as melhores obras do ano!

Nos primeiros minutos do vídeo abaixo você pode conferir a abertura em ação e ouvir um lindo medley que mistura os temas de Super Mario e do DK, e eu não sei você, mas isso aqui é música para os meus ouvidos:

Todos os cenários e modelos de personagens também foram refeitos para se adequar à estética dos mais modernos designs tridimensionais dos mascotes, ajudando a dar uma boa coesão ao universo nintendista de forma bastante agradável aos olhos.

Curiosamente, apesar de já ter oficialmente se aposentado do papel principal, ainda é possível ouvir a lenda Charles Martinet emprestando a sua voz a Mario vs Donkey Kong, o que torna tudo muito mais nostálgico e familiar. Só é uma pena que os textos não tenham sido localizados em português desta vez, contrariando a tendência dos últimos lançamentos da Big N.

Mario vs Donkey Kong vale a pena?

Outro ponto negativo mais focado na realidade brasileira é que talvez o preço cobrado pelo jogo seja um tanto elevado para o conteúdo oferecido. Que fique claro, o pacote é extremamente sólido do jeito que é, e há várias formas legais de expandir a sua experiência.

Há um modo cooperativo bacana para desfrutar com amigos ou com outros membros da família, desafios hardcore de corrida contra o tempo para levar as suas habilidades até o limite, além da já citada campanha extra com mais fases. Mas o grosso da experiência é a de um — ainda que maravilhosamente polido — jogo de GBA.

Se você não se incomoda com essa jornada de “tiro curto”, adora o jogo original, ou simplesmente gostou da ideia de resolver puzzles de plataforma ao lado de Mario e seus amigos, não é preciso pensar demais: Mario vs Donkey Kong é um jogão e um remake exemplar!