
Review: Remake de FF Tactics é mais recauchutado que reimaginado
Apesar dos altos e baixos do remake, novo Final Fantasy Tactics prova que o original merece ser chamado de clássico
Imagem: Square Enix
uando o assunto são TRPGs (Tactical Role-Playing Game, uma variação dos RPGs mais pautada na estratégia e planejamento tático), não há muitos jogos mais celebrados do que o icônico Final Fantasy Tactics.
Lançado originalmente em 20 de junho de 1997, o jogo rapidamente virou um clássico cultuado tanto por fãs da franquia principal da Square Enix, como por aqueles que apenas buscavam um bom título de estratégia.
Em 2007 ele recebeu uma versão aprimorada no PSP, The War Of The Lions, por sua vez, parte da Ivalice Alliance, uma série de jogos que se passam no mesmo território do lendário Final Fantasy XII. Fora isso e raras empreitadas como outras aventuras portáteis (Tactics Advance, de 2003, e Tactics A2 Grimoire of the Rift de DS, 2007), Tactics foi uma série que ficou um bom tempo largada.

Fonte: Square Enix
No processo, passamos anos lidando com rumores que nunca se concretizavam sobre um possível remake da série. Parecia que isso nunca rolaria, até o último dia 4 de junho, quando The Ivalice Chronicles foi revelado oficialmente. Pois é, mesmo com a perda do código-fonte, a Square Enix conseguiu refazer o seu clássico jogo do zero. Confira como ficou o resultado no review completo a seguir!
Remake, remaster, reimaginação ou recauchutagem?
A boa notícia, sem grandes surpresas já que estamos falando de um remake, é que um jogo que era muito bom em 1997 continua sendo excelente em 2025. Se você gosta do gênero ou quer ter uma aula de história mergulhando em um de seus principais lançamentos, a nova versão é uma forma bem conveniente de fazer isso, ao menos se você relevar o preço um tanto elevado de 50 dólares.
Como essa não é uma reimaginação completa ao melhor estilo de Final Fantasy 7 Remake e Rebirth, talvez um preço mais em conta encaixasse melhor com a proposta do produto. De todo modo, isso diz mais respeito à estratégias de mercado do que a um review da obra, então estou apenas constatando esse fator, sem penalizar a nota do jogo por isso.

Imagem: Square Enix
Os diretores Kazutoyo Maehiro e Ayako Yokoyama claramente concentraram a maior parte do seu esforço em modernizar sutilmente a experiência, garantindo que os controles, interface e sistemas não ficassem tão datados em relação às evoluções pelas quais o gênero TRPG passou nas décadas desde o lançamento do Final Fantasy Tactics original (Para fins de comparação, na foto acima você vê o Final Fantasy Tactics original e, mais abaixo, o remake moderno).
Na minha percepção, o que foi feito aqui se assemelha mais a uma recauchutagem de respeito, realmente caprichada, do que ao que se convenciona chamar de remake hoje em dia. Ainda que, com a perda do código-fonte, literalmente o jogo tenha sido refeito do zero na prática. Mas isso é uma questão de semântica em um tema em que boa parte dos gamers e até estúdios discordam entre si da melhor nomenclatura.
O que eu quero dizer é que se você comprar Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles, levará para casa novos menus, diálogos e melhorias de qualidade de vida, mas tudo isso não deixa de ser como novas camadas aplicadas sobre um jogo que já era magistral.

Imagem: Square Enix
Os acertos de Final Fantasy Tactics Remake
Como o jogo original foi lançado ainda no primeiro PlayStation, que contava com um joystick bastante limitado para os padrões atuais, muitas concessões de design precisaram ser feitas para levar aos consoles de mesa um gameplay que se sentia muito mais em casa nos computadores.
Na ocasião a gente ainda jogava em televisores de tubo em baixíssima resolução, então tudo isso foi arrumado em Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles. Como a nova — e maior — tela de jogo comporta mais informações, agora você consegue ver de antemão quanto dano vai causar em um inimigo, a probabilidade de acerto e muito mais. Isso acaba impactando diretamente o balanceamento e experiência de jogo mas, a meu ver, para a melhor, já que isso reduz o processo de tentativa e erro.
Como o jogo original era bem desafiador, agora há três opções de dificuldade, a Squire, Knight e Tactician. Squire, a mais fácil, está lá para quem só quer conferir a (excelente) história do game, enquanto Knight se assemelha ao máximo da experiência tradicional, mas um pouco mais fácil pelos fatores acima. Já Tactician existe para os mais hardcore desbravarem uma campanha ainda mais difícil que o que vimos nos anos 90. Sadismo puro!

Imagem: Square Enix
Entre melhorias e tropeços
Esse campo é mais subjetivo e dependendo do seu gosto, mas eu pelo menos não gostei muito da nova direção de arte e abordagem gráfica do game. Os personagens de pixel art foram feitos usando os sprites originais como referência, e um programa interno da Square Enix modernizou o seu estilo visual.
Da mesma forma, as texturas dos cenários foram retrabalhadas para encaixar na alta resolução. A meu ver, o resultado final ficou meio, como diriam os americanos, “washed”, ou “lavados”, para uma tradução não tão perfeita quanto eu gostaria. Pelo menos os novos retratos de personagens e adição de diálogos falados em inglês e japonês ficaram muito bons mesmo.
Outra adição que viola o jogo original, mas que considero uma melhoria de design, foi a possibilidade de fugir das batalhas aleatórias pelo mapa. Antigamente não dava para fazer isso, então eu aprecio que agora exista a opção de deixá-las de lado caso o jogador assim deseje. Outra modernização legal é a possibilidade de refazer movimentos errados, evitando game overs acidentais caso você clique em algo sem querer.

Imagem: Square Enix
Versão definitiva? Não é bem assim
Ame ou odeie as mudanças supracitadas, se há um departamento em que acho muito difícil defender Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles é na decisão de não usar como base o aclamado jogo de PSP.
Isso implica em ter menos jobs/classes (como o Onion e Dark Knight), personagens (Luso, Balthier) e até FMV, embora a localização pareça mais próxima do PSP, se não for exatamente a mesma versão. Eu não consegui fazer um comparativo 1:1 das duas versões ao vivo, mas me pareceu ser o caso.
Assim, não dá para chamar Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles de versão definitiva do game. É bem possível que alguém defenda que o título de PSP ainda ocupa esse posto, e acaba me lembrando um pouco a situação do recente Persona 3 Reload, em que o remake moderno coexiste com os antigos jogos sem necessariamente tomar o seu lugar, com cada edição tendo os seus próprios prós e contras.
Vale a pena jogar Final Fantasy Tactics?
Entre erros e acertos, Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles resgata um dos melhores jogos de estratégia já feitos em toda a história dos videogames, um título que definitivamente merece o seu status de clássico. Só por isso, já vale a pena jogar.
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Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles
Publisher: Square Enix
Desenvolvedora: Square Enix
Plataformas: PC, Nintendo Switch, PS5, PS4, Xbox Series X/S
Lançamento: 30/09/2025
Tempo de review: 40 horas
Final Fantasy Tactics The Ivalice Chronicles tem algumas omissões curiosas ao redor do conteúdo do PSP, mas também implementa gratas melhorias de gameplay, ritmo e qualidade de vid
Prós
- O retorno de um grande clássico do TRPG
- História sensacional segue impecável
- Diversas melhorias na UI e gameplay
Contras
- Sem localização em português
- Novo visual meio "lavado"
- Um tanto caro para o que oferece
- Ausência do conteúdo do jogo de PSP











Comentários
O único final fantasy que joguei foi new império e gostei muito mais a franquia desligou o servidor . Bem que poderiam lançar um novo final fantasy como new império