
Review: Pokémon Legends Z-A é 8 ou 80
Novo Pokémon Legends Z-A alterna e entre problemas clássicos e boas novidades
Imagem: Pokémon Company
� bem provável que você já tenha aberto essa análise de Pokémon Legends Z-A com uma visão firme não só sobre esse jogo, mas sobre o estado da franquia Pokémon como um todo. Para o bem ou para o mal, ela desperta muitas paixões, especialmente nesses tempos de redes sociais inflamadas.
Curiosamente, assim como o mundo real alterna entre passadores de pano e haters cegos de fúria, o jogo em si também oscila bastante e acaba dando munição para todos os lados do debate público. Há muita coisa para amar em Pokémon Legends Z-A, mas também muitos problemas incompatíveis com o que era de se esperar da maior franquia de entretenimento do planeta.
Por baixo disso tudo, há um jogo legal. Se isso basta ou não, você provavelmente já respondeu mentalmente. Ainda assim, o meu papel profissional aqui no portal do Flow Games é tentar trazer a análise mais justa do que eu observei ao longo dos meus testes, então acompanha a seguir o review completo de Pokémon Legends Z-A.

Imagem: Nintendo
De volta à Lumiose
Na cronologia da série principal de Pokémon, poucas cidades foram mais marcantes e importantes do que Lumiose, a grande metrópole na região de Kalos. Afinal, foi nela que a franquia deu uma guinada definitiva para o 3D em Pokémon XY, lançado em 2013 para o 3DS.
Curiosamente, é mais ou menos a partir dali que o trabalho da desenvolvedora Game Freak também começa a ser mais divisivo, já que a cada nova geração o estúdio parece penar um pouco mais para lidar com o 3D moderno. Das quedas de frames nas batalhas de Sun e Moon, até as texturas baixas e otimização questionável dos recentes Scarlet e Violet, o escrutínio sobre o time disparou ao longo dos anos.
É um certo alívio, então, pisar em Lumiose e, ao menos na versão de Nintendo Switch 2, notar que tudo está rodando a 60 fps estáveis o tempo inteiro. Pokémon Legends Z-A é bem fluído e, diferente dos citados Scarlet e Violet, não passa a sensação de que tudo vai quebrar a qualquer segundo em uma engasgada fatal.
Nem tudo é tão brilhante em Lumiose, já que os modelos dos prédios, suas declarações e ambientes externos são simplificados demais para os padrões de um jogo lançado em 2025, mas também dá para ver o copo meio cheio: os modelos de personagens evoluíram substancialmente, estão muito bem animados e com expressões faciais riquíssimas e top de linha.
Os Pokémon também estão mais bonitos do que nunca, o que acaba transformando Lumiose em uma cidade de contrastes: por um lado, a sua arquitetura e visual parecem saídas de duas gerações atrás. Por outro lado, as pessoas e criaturas que lá vivem são o melhor Pokémon 3D que já vimos até hoje. Novamente, é uma questão de preferir ver o copo meio cheio ou meio vazio.
Legends nem tão Legends assim?
Eu não sei você, mas eu pelo menos zerei e gostei bastante do Pokémon Legends Arceus. Ele fazia valer a nomenclatura diferenciada de “Legends” por apresentar não apenas um gameplay diferente, mas também toda uma contextualização única.

Imagem: Nintendo
Além de oferecer um mundo aberto e sistemas de luta diferentes de tudo o que tínhamos na franquia, ele tinha uma lógica de isekai (aquele gênero em que os personagens são transportados a outro mundo e/ou época). Pelo nome “Legends”, ou lendas, eu presumi que lançamentos posteriores da série também operariam nessa lógica, e que cada jogo seria inspirado em uma criatura lendária.
Por alguma motivo, Pokémon Legends Z-A larga muita das coisas que pareciam estabelecidas no primeiro jogo, preservando apenas uma parte de seu loop de gameplay, forma de capturar criaturas e organização de menus e sistemas. O Z-A do título, por exemplo, agora diz respeito a um sistema de batalhas único da cidade de Lumiose, que é tomada por uma espécie de battle royale à noite. Você começa no rank Z e, aos poucos, vai ganhando o direito de enfrentar treinadores rankeados nas outras letras do alfabeto, até chegar no tão sonhado rank A.
Se antigamente a gente tinha uma vasta região de Hisui (o passado de Sinnoh) para explorar, agora é tudo na moderna Lumiose de poucos anos após os eventos de XY. Isso não é nada demais, mas achei que isso é digno de nota no sentido de, se é para distanciar tanto assim de Legends Arceus, será que não seria melhor dar outro nome ao Pokémon Legends Z-A? Na minha visão, certamente são títulos suficientemente distintos.

Imagem: Nintendo
Uma escrita verdadeiramente única
Se tem um departamento em que Pokémon Legends Z-A fica muito acima de todos os outros jogos da franquia (e, francamente, acima também da média dos melhores jogos focados em narrativa) é no quão fora da casinha ficaram os seus diálogos. Eu até escrevi sobre isso em uma notinha aqui para o portal do Flow Games dando exemplos.
Em Lumiose a gente acha um pouco de tudo, desde niilistas até gente com fetiches inusitados, passando por questões filosóficas, essa é uma cidade sempre surpreendente. Eu certamente não esperava jogar um jogo para toda a família e ser confrontado por pedradas como:
Pessoas e Pokémon. Todo mundo vai morrer um dia, não é mesmo?”

Imagem: X
Talvez eu devesse seguir o conselho de uma outra NPC e, ao ficar muito estressado pensando nisso, “relaxar apertando a pokébola do meu parceiro”.
O fato de a escrita estar pegando fogo nesse nível me faz lamentar ainda mais profundamente que a The Pokémon Company insista em não localizar Pokémon Legends Z-A para o nosso idioma. Tomara que essa geração marque a última vez em que isso aconteceu, pois prejudica demais a experiência de quem não é fluente nos outros idiomas.
É uma mega evolução?
Mecanicamente, ainda que as lutas de Pokémon Legends Z-A continuem sendo “por turno”, elas agora estão ainda mais ágeis que as de Arceus e, no processo, mais gratificantes também.
Eu até diria que, entre todas as aventuras principais dos monstrinhos, esse jogo tem o melhor sistema de batalhas que eu já vi.

Imagem: The Pokémon Company
Funciona assim: o tempo inteiro o seu treinador ou treinadora pode soltar o seu parceiro favorito para andar ao seu lado, apenas um monstrinho por vez, que passa a ficar sempre visível quando fora da pokébola. Ao encontrar rivais, outras criaturas ou objetos interativos, você pode travar a mira neles e, então, apertar um dos 4 botões associados aos 4 movimentos que ele conhece.
Desta vez, eles possuem um cooldown explícito, então você precisa esperar alguns segundos entre um uso e outro de golpes, o que abre boas possibilidades estratégicas enquanto você, o treinador, roda em tempo real pelo cenário, também evitando ser acertado no fogo cruzado.
Lá pelas 6 horas de campanha você também libera o sistema de mega evolução, que retorna à franquia com direito a novas formas para antigos conhecidos. Não darei spoilers por aqui, mas posso adiantar que adorei uma das criaturas que “quebraram a internet”: Mega Starmie, eu enfrentaria o céu e a terra para lhe defender!
There's a Starmie waiting in the sky🎵 pic.twitter.com/iJiEbglNDg
— Wanderjegson (@wanderjegson) October 19, 2025
Lumiose fashion week
Sabe como eu reclamei que a arquitetura de Lumiose deixa bastante a desejar, com seus prédios com exteriores idênticos que mais parecem um monte de JPEGs colados um ao lado do outro? Comicamente, quando o assunto é “drip” e roupinhas estilosas, a realidade não poderia estar mais distante.
Parece até que o grosso da verba de desenvolvimento de Pokémon Legends Z-A foi investido na moda. Poucas vezes eu vi jogos em que era tão fácil e legal fazer o meu personagem se expressar através de combinações de roupinhas descoladas.
É um prazer passear por Lumiose, ver as vitrines das lojinhas locais, e então bolar uma combinação maneira de roupas, seja para um avatar representando você mesmo, um personagem totalmente fictício, ou até mesmo recriações de gente famosa da cultura pop.
Com as novas ferramentas de criação de personagem, muitas opções de tipos de olhos, cabelos e mais, ficou fácil ver um monte de gente deixando a criatividade fluir. Eu, por exemplo, segui exemplos que vi nas redes sociais e, aproveitando a estreia do novo filme de Chainsaw Man, fiz a minha personagem virar a Reze:

Imagem: YouTube
Ritmo inconstante
Eu jogo videogame há bastante tempo, me aproximando das 4 décadas na ativa, mas ainda assim eu sinto que seria difícil encontrar muitos exemplos de jogos com um ritmo pior no seu comecinho do que Pokémon Legends Z-A.
Entre o começo da sua jornada e você finalmente ter alguma liberdade para explorar o mapa como quiser, leva umas boas 2 horas. Mas o jogo só perde a cara de tutorial e te dá liberdade para valer lá pelas 6 horas, quando você passa ter mais áreas selvagens disponíveis para explorar, e mais controle e poderes para chegar onde quiser.
Teria sido legal se os desenvolvedores confiassem um pouco mais nos jogadores ao invés de guiá-los firme pela mão por tanto tempo, então prepare-se para um dos começos mais lentos de toda a saga. Pokémon Legends Z-A demora um bocadinho para decolar, mas vale a pena insistir.
Vale a pena jogar Pokémon Legends Z-A?
Embora na superfície até pareça complicado analisar e recomendar ou não Pokémon Legends Z-A, na verdade a resposta é bem fácil:
Se você está insatisfeito com os rumos e qualidade da franquia há tempos, não é esse o título que vai mudar a sua opinião sobre nada. No fim das contas, a sua apresentação visual e mecânicas ainda estão muito abaixo do que a maior franquia de entretenimento do planeta deveria oferecer.
Por outro lado, se você acompanha fielmente as aventuras dos monstrinhos e se diverte com elas, Pokémon Legends Z-A é certeiro em polir alguns sistemas, apresentar novidades pontuais e, especialmente no Nintendo Switch 2, entregar uma jornada memorável e que traz entretenimento do início ao fim.
Pokémon Legends Z-A é o melhor game da série em um bom tempo. O quanto exatamente isso quer dizer, deixamos ao seu critério.

Imagem: Nintendo
Mas e você, o que achou de Pokémon Legends Z-A? Gostou ou esperava mais? Comente a seguir!
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Pokémon Legends Z-A
Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: Game Freak
Plataformas: Nintendo Switch 1 e 2
Lançamento: 16/10/2025
Tempo de review: 26 horas
Pokémon Legends Z-A foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Apesar do visual seguir devendo, e do ritmo inicial precário, ele traz algumas das melhores ideias da franquia.
Prós
- Diálogos cheios de memes e questões profundas
- Ótimas expressões faciais nos personagens
- Um inesperado show de moda repleto de opções
- Loop de gameplay segue bem divertido
- Trilha sonora tem algumas pedradas
- Mega Starmie (sim, vou defende-lo até o fim)
Contras
- Sem localização em português
- Visual incompatível com o tamanho da franquia
- Pokémon Legends Arceus era mais ousado e criativo
- Ritmo muito, mas muito lento no começo











Comentários
Gostei da análise, tenho a mesma avaliação do redator, e no final o jogo diverte
Me desculpe mas vc foi generoso nesses pros, a nota não questiono pq cada da um valor, mas achei genérico colocar esses pros kkkkkkk