Avatar Frontiers of Pandora
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Preview: Avatar Frontiers of Pandora coloca você no mundo dos filmes

O Flow Games já testou antecipadamente uma demo de Avatar Frontiers of Pandora e conta tudo sobre o jogo para você

30.10.2023 às 16:56

Imagem: Ubisoft

Mas será que a espera pelo projeto da Massive Entertainment e da Ubisoft vai valer tanto a pena quanto os 13 anos anos que os aficionados por cinema aguardaram por “Avatar: O Caminho da Água” após o lançamento de “Avatar” (2009)?

A convite da Ubisoft Brasil, tivemos a oportunidade de testar antecipadamente uma demo do jogo para responder – pelo menos parcialmente – a essa pergunta. Por isso, vem com a gente e bora conferir o preview de Avatar Frontiers of Pandora pelo Flow Games!

Testando Avatar Frontiers of Pandora

Nessa prévia de Avatar Frontiers of Pandora, pudemos experimentar a jogatina por cerca de 2 horas, conferindo boa parte dos sistemas criados game, avançando no mapa por terra e ar, e mergulhando um pouco mais no universo da franquia – desta vez, de forma bem mais interativa do que nos filmes.

Embora a Ubi tenha preparado e pensado num trajeto específico para cumprimos ao longo do teste – uma sequência de 4 missões principais interconectadas, mais ou menos com começo, meio e fim –, a build disponibilizada deu liberdade suficiente para que pudéssemos conferir outros conteúdos secundários e explorar um trecho do mundo aberto ao nosso bel prazer.

avatar frontiers of pandora

Imagem: Ubisoft

O pano de fundo

A franquia Avatar, como um todo, está em plena expansão. E não dizemos isso só por causa da quantidade de filmes, projetos e produtos planejados para a IP ao longo dos próximos anos. Isso já está acontecendo nos filmes e nos games na forma de um avanço geográfico pelo mundo de Pandora.

Enquanto James Cameron e sua equipe resolveram explorar a costa leste da lua paradisíaca e os povos do recife em “Avatar: O Caminho da Água”, a Massive focou em uma região até então inédita do astro para servir de pano de fundo do jogo: a fronteira mais a oeste de Pandora, que traz sua própria cota de segredos e, claro, clãs dos Na’vi.

A Massive focou em uma região até então inédita do astro para servir de pano de fundo do jogo: a fronteira mais a oeste de Pandora.

No caso da demo de Avatar Frontiers of Pandora que conferimos, isso é demonstrado na prática numa imersão acelerada pela tribo Aranahe, que habita a floresta de Kinglor e acaba recebendo com desconfiança o protagonista do game. O cuidado dos anciões do grupo com o personagem, porém, é justificado.

Isso porque o herói ou a heroína criados pelo jogador é um Na’vi que foi capturado quando criança pelas forças da RDA. O objetivo do exército dos humanos? Fazer com que esse e outros jovens sejam doutrinados e treinados nos costumes terrestres para servirem como cobaias num projeto batizado de “Programa de Embaixadores” – que acabou sendo frustrado pelo contra-ataque dos Na’vi no final do primeiro “Avatar”.

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Imagem: Ubisoft

Agora, após ficar em criogenia por mais de uma década, seu personagem conquista a própria liberdade e precisa lidar com a dualidade de entender por que os humanos buscam um novo lar – a Terra está indo pras cucuias –, mas também de saber que é preciso se reconectar ao seu povo para impedir a destruição da fauna e da flora de Pandora.

Panorama geral

Logo de cara, a impressão que fica quando você começa a jogar Avatar Frontiers of Pandora é a de que você pode estar diante de algo como um Far Cry Primal, mas com skin de Avatar por cima. Afinal, ambos combinam a visão em primeira pessoa com armas rudimentares, ambientes selvagens e um gameplay galgado na exploração, coleta de recursos e criação de itens.

Isso, felizmente, não é nenhum demérito para o jogo desenvolvido pela Massive. Primeiro, porque o game prestes a chegar ao mercado parece usar o que há de melhor em Primal como alicerce mecânico para seu loop de jogabilidade, retendo o senso de familiaridade, mas modernizando, aprimorando e evoluindo cada um dos elementos – de crafting à luta.

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Imagem: Ubisoft

Depois, porque títulos como Monster Hunter World (e Rise) ou até mesmo as aventuras mais recentes de Zelda podem ter sido influências ainda maiores para Avatar do que o próprio catálogo de jogatinas da Ubi.

E, por fim, porque Avatar Frontiers of Pandora tem sua própria personalidade e exala o mesmo clima fantástico trazido pelos filmes, algo que é reforçado em absolutamente a todo o momento e em tudo que o jogo faz ou apresenta ao público.

Você está em Pandora

Um dos maiores fatores para que você se sinta no mesmo cenário dos filmes em Avatar Frontiers of Pandora é a direção de arte do jogo. Embora tenhamos avaliado um conteúdo que ainda deve ser polido e refinado até chegar às mãos dos jogadores, ficamos impressionados com a ambientação e boa parte dos aspectos gráficos do game.

A floresta de Kinglor, por exemplo, se parece e soa com uma selva real, mas com aquele toque alienígena que tanto vemos nas aventuras de Jake Sully e sua família nas telonas. Na prática, isso significa que você se depara tanto com trechos mais densos e de mata fechada – que podem esconder animais e recursos –, quanto com clareiras, lagos e cachoeiras polvilhadas ao longo de todo o caminho.

avatar frontiers of pandora

imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Para onde quer que o jogador olhe, encontra variedade de tons, árvores, flores, montanhas, e outros pontos de interesse que convidam seu Na’vi a explorar livremente o local. O cenário tem uma beleza exótica e a iluminação funciona na maior parte do tempo, trazendo uma boa dose de imersão e valorizando o trabalho da equipe de arte da Massive.

Avatar Frontiers of Pandora também capricha na verticalidade da lua, assim como vemos nos filmes. Inicialmente, subidas nas ilhas flutuantes e jornadas montanha acima, apesar de belas, podem ser intimidadoras. Porém, basta que você libere sua montaria para que a experiência se torne libertadora e forneça (literalmente) uma nova visão sobre o mundo.

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Imagem: Ubisoft

Como o clima do lugar e o período do dia podem ser alterados conforme você descansa em algumas fogueiras espalhadas pelo mapa, os ambientes ficam ainda mais variados, indo de um pôr-do-sol épico que tinge tudo de dourado até uma noite calma e iluminada pelas plantas e sua característica bioluminescência – sem falar de chuvas torrenciais que alteram não só o visual, mas também o que acontece na jogatina.

A dublagem e a captura de movimento dos Na’vi que você encontra pelo caminho ajudam a completar essa transposição da atmosfera dos longa-metragens para os games, parecendo que cada NPC poderia ser um personagem real caso fosse levado por Cameron para os cinemas. Junte a isso a beleza do assentamento da tribo dos Aranahe e o combo “me sinto nos filmes” fica completo.

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imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Há alguns trechos menos caprichados e mais chapados ao longo do caminho – principalmente em condições menos favoráveis de iluminação –, mas, no geral, animações, texturas e modelos dão conta do recado e produzem algumas imagens realmente bonitas.

Aqui, deixamos também uma menção mais do que honrosa para toda a parte sonora do título, que é simplesmente espetacular. Diálogos, efeitos de explosões e disparos de flechas, barulhos de animais e, em especial, os sons ambientes de Pandora chamam atenção (positivamente) durante toda sua jornada, enquanto a trilha de fundo ajuda a dar a emoção certa a determinadas cenas. A dica é: use fones de ouvido e aprecie tudo sem moderação.

Interface limpa? É isso mesmo, produção?

Ficamos felizes em dizer que, ainda que Avatar Frontiers of Pandora seja obviamente um jogo da Ubisoft, ele traz muito menos da fórmula da casa do que se imaginava.

A UI base do game, por exemplo, é extremamente limpa, com indicadores de vida, energia e bússola que não só somem quando você está explorando o mundo, mas que também trocam os ícones, número e outros elementos tradicionais dos games por formas e cores que parecem ter sido tirados da cultura Na’vi. Pode ficar tranquilo, você vai entender tudo mesmo com essa decisão artística da publisher e de sua desenvolvedora.

avatar frontiers of pandora

imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Essa temática segue sendo usada nos menus internos do jogo, trazendo uma navegação que, visualmente é mais orgânica e não te tira da vibe de Pandora mesmo enquanto você confere notas de uma missão, distribui pontos de habilidade ou equipa novos itens no seu personagem.

Até mesmo o mapa do mundo aberto ganha pontos com essa escolha de design mais orgânico e menos intrusivo de Avatar Frontiers of Pandora. Há sim uma infinidade de coisas para fazer nesse mundo, mas o título não inunda sua tela com ícones, pins e outros elementos que causam FOMO aos mais desavisados e os impedem de curtir a brincadeira no seu ritmo.

Segundo a Ubi, tudo deve ficar ainda mais livre e menos intrusivo quando com a adição do Modo Exploração, que estará disponível no lançamento do produto e remove ainda mais pistas e dicas da sua interface.

O loop de gameplay

Num resumo rápido, a campanha de Avatar Frontiers of Pandora coloca você numa série de missões para ajudar os diferentes clãs da parte oeste da lua na luta contra os novos avanços da RDA. Isso vai desde fazer favores menores aos povos Na’vi, como caçar alimento para eles e livrar suas crianças de um som estranho na floresta, até atacar e destruir bases inteiras do exército humano – construções que bloqueiam muito conteúdo extra se não forem detidas.

Além das quests principais, é possível se deparar com uma série de conteúdos paralelos ao longo do caminho. A seleção desse material é bastante variada, pedindo que você salves animais de armadilhas dos terráqueos, encontre pistas de aliados humanos desaparecidos – sim, aqui também há aqueles que não concordam com as ações dos militares – e, é claro, conquiste seu próprio Ikran, a fera alada mais icônica de Avatar.

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Imagem: Ubisoft

Enquanto você mergulha nesse universo, uma série de tarefas ajudam a te manter ocupado. Deixar sua energia em dia e ganhar buffs, por exemplo, pedem que o jogador colete materiais e cozinhe seus próprios alimentos. A brincadeira lembra tanto Zelda Breath of the Wild quanto Monster Hunter World, incentivando testes e experimentações para que se encontre as melhores combinações de ingredientes.

Extremamente importante para seu progresso em Avatar Frontiers of Pandora, o sistema de crafting do jogo também parece ter se inspirado na jogatina de caça da Capcom. Basta ver que, na hora de construir armas e armaduras, é possível escolher diferentes itens para obter resultados específicos com a peça, elevando consideravelmente as opções de estratégia para encarar inimigos e desafios mais cabeludos ou explorar Pandora.

Assim como no recém-lançado Marvel’s Spider-Man 2, o novo jogo da Ubisoft capricha na quantidade de minigames. No trecho que jogamos, o que mais vimos nessa categoria são os puzzles de hacking, no qual seu personagem utiliza uma espécie de scanner para identificar conexões, fios e outras estruturas em laboratórios e bases humanas, culminando na navegação por labirintos virtuais (e visuais) no estilo dos apresentados em The Witness.

avatar frontiers of pandora

imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Para os aficionados por colecionáveis, o game não deve desapontar. Isso porque há uma infinidade de receitas, materiais e outros recursos a serem coletados e completados. Você escolhe se quer ficar pegando tudo pelo caminho – o que pode valer um upgrade na capacidade de carga do seu herói – ou se prefere destacar e caçar elementos específicos cada vez que sair pelo mundo.

Escolha seu estilo

No que diz respeito à jogabilidade e controles, qualquer um que tenha jogado um título mais recente da Ubisoft ou qualquer game em primeira pessoa moderno vai se sentir em casa em de Avatar Frontiers of Pandora. Em nosso teste, escolhemos curtir a experiência no Xbox Controller e não ficamos decepcionados: os comandos respondem muito bem e tudo está sempre ao alcance dos seus dedos.

Enquanto o gatilho esquerdo e direito do controle seguem a fórmula básica de mirar e atirar, respectivamente, o LB ativa o menu radial de seleção de armas (e de alimentos, com um atalho adicional) e o RB liga seu “Sentido Na’vi” – uma espécie de radar que ressalta objetivos, inimigos e outros elementos no seu campo de visão.

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imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Por fim, os botões frontais se dividem em agachar, trocar rapidamente para a arma anterior, atirar, esquivar e, claro, pular. Aliás, por serem criaturas bem maiores e ágeis que os humanos, os Na’vi podem saltar mais alto e até mesmo ganhar um impulso no meio do ar para acessar locais para distantes ou remotos – algo que, junto de outros elementos de gameplay, dão um feeling diferente para a movimentação do personagem.

Como o protagonista se divide entre sua origem com as tribos de Pandora e sua criação humana, tem um arsenal e tanto à sua disposição, incluindo: arcos leves e pesados, lanças, cajados para arremessar bombas, metralhadoras, escopetas e até lança-foguetes. Tudo isso, somado às 5 diferentes árvores de habilidades do herói, permite que você escolha como quer encarar suas missões.

É possível entrar numa base inimiga no estilo “tiro, porrada e bomba”, por exemplo, arrasando tudo ao seu redor; eliminando apenas alvos prioritários à distância para abrir caminho e cumprir seus objetivos; ou simplesmente aguçando sua furtividade e entrando e saindo do local sem ser percebido. No tempo que jogamos, sentimos que todas essas abordagens realmente funcionam – o que pode aumentar o fator replay do game.

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imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Vale notar que sua decisão de arma e estilo pode afetar muito do que acontece na sua jornada. Em caça a animais, um tiro de arma de fogo pode arruinar o corpo do bicho, impedindo que você obtenha recursos. Enquanto isso, ser percebido pela RDA numa invasão silenciosa faz com que reforços aéreos cheguem ao local e tornem sua vida um inferno.

Seja como for, vale ficar atento a pontos fracos de adversários humanos e não-humanos, utilizando os poderes do RB, para dar cabo de oponentes mais fortes rapidamente e evitar a tela de Game Over.

Avatar Frontiers of Pandora é promissor

É muito fácil encarar um novo jogo da Ubisoft e querer descontar frustrações trazidas por algumas das fórmulas desgastadas que continuam a pipocar em diversas franquias de longa data da casa, em especial Assassin’s Creed e Far Cry. Avatar Frontiers of Pandora, no entanto, parece ir na contramão de seus irmãos mais velhos.

Mesmo começando nossa jornada pelo game com o ceticismo lá no alto, nos sentimos dentro do mundo de Pandora e nos maravilhamos com cada nova descoberta desde o primeiro momento – um sentimento que continuou a crescer a cada diálogo com NPC ou equipamento construído com base em itens que conquistamos com nosso próprio esforço.

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imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

A beleza que você vê no cinema também é transportada de forma muito fiel ao game, em imagens, sons, cenários e construção de mundo. Também há muito conteúdo paralelo que parece poder ser encarado no seu próprio tempo, sem pressa e sem pressão. Você vê como a ação da RDA afeta seu mundo e também como sua luta consegue reverter parte dessa corrupção da natureza – tudo de forma orgânica e muito bem contada.

Nem tudo é perfeito? Pode crer que não. Na parte técnica, ainda há um bocado de coisa para ser polido (e nem estamos falando de bugs). A dependência do sentido Na’vi para muita coisa – da mesma forma que a superaudição de Joel e Ellie em The Last of Us – também pode prejudicar um pouco a imersão.

Por fim, o momento que você conquista seu Ikran é épico, mas o voo em si dentro do jogo ficou aquém do esperado – ainda mais depois de experimentarmos as acrobacias dos dragões em World of Warcraft Dragonflight. Tudo isso, no entanto, não só pode ser ajustado até o lançamento do produto, como tem altas chances de não importar tanto no game completo.

avatar frontiers of pandora

imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Seja como for, isso não estragou de forma alguma nossa experiência com o título ou impediu que tivéssemos uma impressão bastante positiva dele. Não, Avatar Frontiers of Pandora não deve causar o mesmo burburinho de um Baldur’s Gate 3 ou Alan Wake 2, mas é uma prova importante do que acontece quando um projeto ganha tempo suficiente e a visão necessária para ser realizado.

No final das contas, trabalhar com uma IP externa, com mundo e elementos já bem-definidos em outras mídias, pode ter ajudado a fazer essa história da Ubi com Avatar dar certo. Por isso, ficamos tanto empolgados para conferir a versão final do game, quanto esperançosos para o que vem aí com o aguardado Star Wars Outlaws – que está sendo desenvolvido pelo mesmo estúdio e tem ingredientes muito parecidos com a IP de James Cameron. Que venham!

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