Review: Anno 117 Pax Romana traz boas mecânicas, mas é curto

O Flow Games teve a oportunidade de testar o Anno 117 Pax Romana e, após um conflito aqui e outro ali com outros líderes, conta o que achou neste review. Confira!

Anno 117 Pax Romana tem campanha curta

A campanha de Anno 117 Pax Romana traz dois governadores para escolhermos antes de começar suas histórias. Algumas mudanças até podem ser vistas entre eles, mas o cenário é basicamente o mesmo, vamos assumir o papel de novatos que precisam provar o seu valor.

O primeiro capítulo da história de Anno 117 Pax Romana começa de forma bem interessante com a tarefa de reconstruirmos Juliana. Logo nos primeiros minutos já temos algumas interações com outros personagens importantes, sendo que as decisões mudam levemente o que pode ocorrer.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Os acontecimentos logo se mostram interessantes e me fez querer saber o que ocorreria a seguir. É possível se identificar com os sofrimentos do povo e as motivações de cada um para pensar o que será feito para nossa nação.

Enquanto o começo é excelente, o segundo capítulo também não deixa nada a desejar, apesar de ele apenas introduzir uma rival que está mais interessada em guerrear com nosso povo. Aqui, vou parar de entrar em detalhes para não dar spoilers, mas é quando a coisa desanda um pouco.

Após finalizarmos o segundo capítulo, Anno 117 Pax Romana não tem muito a oferecer para o que seria sua campanha. Quando a finalizamos, até podemos continuar jogando o modo, mas as últimas missões não possuem qualquer história e ainda somos limitados pelas escolhas que o modo campanha nos força.

Com isso, de forma geral, posso concluir que o modo campanha de Anno 117 Pax Romana serve mais como um tutorial do que para trazer algo realmente memorável. Isso não é ruim, uma vez que o modo sandbox é bem completo e deve ficar nos holofotes dos jogadores.

Uma outra crítica para a campanha do jogo é que os modelos dos personagens não são bonitos e até mesmo as suas dublagens não os representam tão bem. Alguns cenários em que ocorrem essas conversas são desenhados e bonitos, enquanto as cutscenes, um pouco escassas, também agradam.

Fórmula de Anno 117 Pax Romana é excelente

Com o foco na construção de cidades, Anno 117 Pax Romana traz uma abordagem um pouco diferente. Além de construir casas e comércios para atender as necessidades do povo, a logística é quem acaba ditando muito o rumo das coisas.

Por exemplo, toda construção que fornece recursos ou vende algo precisa possuir um armazém por perto, que funcionam espelhados. Algumas construções mais específicas, como o Mercado, conseguem atender uma certa área, o que nos faz ter cuidado para não construir casas que não sejam atendidas por ele.

Já como ocorrem em outros jogos do gênero, os habitantes das cidades não gostam de ficar perto de minas e construções que podem tirar o seu sossego. De forma geral, encontrar um balanço para construir tudo isso é interessante, mas as coisas são ainda um pouco mais complexas.

Para poder produzir pão, por exemplo, nós precisamos ter trigo. Logo, nós temos que otimizar como será esse processo para cada item produzido. Na prática, em pouco tempo, a sua cidade começa a expandir e não tem como querer economizar em construções.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

A única parte negativa dessa mecânica é que, muitas vezes, determinados materiais demoram para serem produzidos mesmo que a sua oferta e demanda estejam alinhadas.

Apesar deste ponto positivo e com uma fórmula que cativou minhas jogatinas, nem tudo é perfeito. Para obter lucro, nós sempre precisamos estar criando novas casas para que os habitantes possam movimentar nossa economia.

Ainda em relação aos habitantes, cada um deles possui sua classe e cada trabalho exige uma classe diferente. Assim, por exemplo, não adianta termos apenas plebeus, caso a gente precise de trabalhadores Liberti.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Para melhorar tudo e deixar algumas coisas mais imprevisíveis, pequenos eventos também ocorrem. Neles, o povo precisa de alguém para tomar decisões ou para pagar para que um festival ocorra. Essa parte é bacana e pode influenciar um pouco como a população vê seu líder, mas não mudam muito na prática o que ocorre.

A única crítica para Anno 117 Pax Romana é que seu ritmo, ao menos no começo, é bem devagar. Tudo pode parecer muito tranquilo e, caso cometa um erro mínimo, o tempo para reverter e começar a fazer dinheiro pode demorar. A interface do jogo, que era para ser mais simplificada, as vezes também atrapalha e não deixa muito claro algumas informações.

Império Romano tem que ter guerra

Além de cuidarmos das construções em Anno 117 Pax Romana, é claro que conflitos precisam fazer parte da temática Império Romano. E aqui a Ubisoft comete alguns acertos, apesar de nem tudo ser perfeito.

Para começar, existe bastante interações entre os líderes, sendo que podemos fazer acordos, dar presentes ou até mesmo declarar guerra. No primeiro contato, inclusive, nós já podemos decidir se seremos gentis ou se vamos mostrar que não queremos paz.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Enquanto a parte diplomática é bem completa, temos poucos tipos de estrutura e unidades dedicadas ao combate. Temos somente alguns tipos de infantaria e barcos, que praticamente já conseguimos tudo de uma vez, tendo os materiais e população necessária.

Entendemos que esse não é o foco principal do jogo, mas já que temos combate, seria interessante termos algo mais diversificado. Mais um ponto que não agrada muito é a forma de micrar ou controlar as unidades, que vira e mexe ficam presas em um ponto e não respondem muito bem aos comandos ou apresentam atraso para realizar ações.

Modo sandbox deve ser o queridinho dos jogadores

Como dito anteriormente, a campanha de Anno 117 Pax Romana até anima no começo, mas depois decai e logo acaba. Por outro lado, o modo Sandbox é bem caprichado.

Nele, a Ubisoft traz diversas opções para personalizar a dificuldade e até mesmo escolher nossos adversários, podendos estes serem controlados por pessoas de verdade. Infelizmente, em nosso período de testes não tivemos a chance de testar o multiplayer com outras pessoas.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Por conta desta liberdade do modo Sandbox do Anno 117 Pax Romana, além de construir a nossa cidade logo no começo, a disputa por poder está sempre em jogo. Nós temos que explorar as ilhas ao redor da nossa e ver quais as intenções dos outros líderes.

Dessa forma, acordos podem ser feitos assim como guerras para ver quem vai ficar uma ilha que ainda não foi proclamada.

Uma das formas de fazer dinheiro também é atendendo a pedido de entregas ou por meio do comércio direto. Aqui, para o comércio direto temos algumas opções boas, mas as tarefas de entregas cansam rapidamente, apesar de poderem render.

Anno 117 Pax Romana vale a pena?

O Anno 117 Pax Romana é um jogo de construção de cidades bem interessante que tem como charme se passar na época do Império Romano. As suas mecânicas funcionam bem e o seu modo sandbox deve prender a atenção de quem gosta de disputas mais completas.

O jogo tem tudo para ser um dos melhores do ano no gênero, mas é difícil não criticar a sua campanha mais rasa. Ela até começa bem e de forma interessante, mas acaba antes mesmo de tomar forma deixando aquele gosto de que poderia oferecer mais contexto.

Anno 117 Pax Romana foi gentilmente cedido pela Ubisoft para a realização desta análise