
Review: Kirby Air Riders é um ótimo Smash Bros. de corrida
Com sistemas e mecanismos bem amarrados, Kirby Air Riders mostra o talento único da mente de Smash Bros.
Imagem: Nintendo
odemos combinar que Kirby Air Riders foi um anúncio um tanto quanto, digamos, inesperado. Num mundo em que franquias e personagens súditos ao hype estão bombando e que a nostalgia se mostra uma carta cada vez mais forte para enlaçar jogadores, a bolota rosa da Nintendo tem conseguido seu merecido destaque.
Nas mãos de Masahiro Sakurai, então, o mestre por trás de Smash Bros., a tendência é que exista uma régua exigente de expectativa. Como sucessor de Kirby Air Ride, lançado em 2003 para GameCube, Riders, no plural, faz sentido para a soma de elementos presentes aqui – e, sobretudo, para o fã.
Trata-se de um projeto mais experimental do que o senso comum espera e com os maneirismos de Sakurai. Confira nosso review!
Kirby Air Riders: mistura de fórmulas
Desenvolvido numa parceria entre Sora Ltd., estúdio fundado pelo próprio Sakurai, e a Bandai Namco Studios, que tem histórico de colaboração com a Nintendo na série Smash Bros. e em outros projetos, Kirby Air Riders é, basicamente, a materialização de uma antiga vontade de Sakurai, como ele próprio relatou em entrevistas. A HAL Laboratory, que se encarrega de outros títulos do Kirby, também divide os créditos na assinatura dessa produção.
Trata-se do primeiro jogo com Kirby em que o homem trabalhou desde Kirby & The Amazing Mirror, lançado em 2004 para Game Boy Advance. Em suma, Kirby Air Riders vai muito além do aspecto fofinho que os trailers exibem: por trás dessa aparente casualidade há um jogo de corrida cheio de nuances, que em muito se diferencia de Mario Kart World, já que esse será o comparativo inevitável a ser feito pela internet.
O DNA e o corpo todinho de Smash Bros. estão aqui, só que numa roupagem diferente. Há diversos modos em Kirby Air Riders: campanha, multiplayer, desafios opcionais e até uma alternativa para você tirar licença, no melhor estilo Gran Turismo. Esse é, inclusive, o caminho que eu recomendo para os novatos de plantão, pois se trata de um longo tutorial com os principais fundamentos da experiência. A curva de aprendizado é orgânica e agradável aos que toparem o treino.

Imagem: Nintendo
Hardcore camuflado de simplicidade
Em Kirby Air Riders você tem, essencialmente, um jogo de corrida. Mas as comparações com outros títulos do gênero param por aí. Aqui, faz muito mais sentido você imaginar um “brawler de corrida” do que um primo de Mario Kart World, embora, em algum grau, Air Riders tenha um parentesco com seu parceiro de casa, nem que seja num rápido vislumbre.
Velocidade, precisão de comandos e simplicidade se mesclam numa soma incomum para resultar numa experiência mais hardcore do que faz parecer, exigindo o correto pressionar de botões, timing e reflexos aguçados. A cereja do bolo fica por conta do espírito “party” que Kirby Air Riders tem, em que a bagunça nas corridas não se dá pelos itens, e sim pela habilidade de sugar inimigos e copiar suas habilidades, característica carimbada da bolota rosa.
Errar no exato momento de usar uma técnica que só é simples no cartão de visita pode custar alto no dinamismo dos embates veiculares
O legal é que o elenco honra o legado da franquia com personagens outrora retratados como vilões, aqui controláveis, e outros esquecidos, aqui com mais protagonismo. King Dedede e Meta Knight, que no título anterior, Air Ride, eram limitados, aqui estão presentes em todos os modos de jogo, podendo usar diferentes “veículos” – dadas as devidas aspas porque eles são chamados de “Air Ride Machines”, ou simplesmente máquinas voadoras.

Imagem: Nintendo
Bandeja de modos
Por falar em modos, há uma sorte de opções para o fã degustar. O meu favorito foi o de tirar a “licença”, em que o jogo, organicamente, ensina seus mecanismos e, ao mesmo tempo, bonifica o jogador, que deve absorver cada detalhe para aplicar as lições nas corridas.
Kirby Air Riders, notadamente, enfatiza o multiplayer como cartão-postal de aproveitamento do melhor que tem a oferecer. Tanto que as opções para quem busca uma jogatina mais “tradicional” de corrida são escassas, especialmente pela tímida campanha.
A derrapada, por exemplo, ocorre quando você segura o botão de freio, ação que também acumula um especial que, quando liberado, gera um impulso no veículo. Errar o momento exato de usar essa técnica, que só é simples no cartão de visita, pode custar alto no dinamismo dos embates veiculares, uma vez que sua máquina voadora é interrompida e deve retomar fôlego “do zero”. Portanto, cada técnica e cada sistema foram minuciosamente pensados para que o jogador utilize os mecanismos na hora certa, de forma consciente e estudada.

Imagem: Nintendo
Outro poder que é acumulado ao longo dos trajetos e particular a cada personagem pode ser acionado com o Y, que desencadeia golpes rápidos e estonteantes nos adversários das proximidades.
Só o giro rápido que não segue a mesma sintonia positiva: ele requer que você mova o analógico esquerdo para os lados rapidamente, ação que, invariavelmente, suscita o medo do drift, uma vez que, no caos das corridas, você vai usar esse mecanismo com alguma frequência.
Trata-se de um movimento não exatamente delicado e, no longo prazo, pode ser algo arriscado.

Imagem: Nintendo
Veredito
Kirby Air Riders atinge a rara convergência de trazer uma camada hardcore com um ar de inocência, resultando no singular efeito de agradar aos casuais e aos extremistas.
É muito legal ver a exímia capacidade de Sakurai numa experiência localizada ao português brasileiro – competentemente, diga-se. Não há nada de tão simples em Kirby Air Riders – e há tudo de caótico.
Uma cópia do jogo foi gentilmente fornecida pela Nintendo Brasil para a realização desta análise no Nintendo Switch 2.
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Kirby Air Riders
Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: Sora Ltd.
Plataformas: Nintendo Switch 2
Lançamento: 20/11/2025
Tempo de review: 15 horas
Kirby Air Riders tem o ar de inocência necessário para entregar a competente pauleira à la Smash Bros. que os fãs de Sakurai buscam
Prós
- Gameplay robusto com o toque de mestre de Sakurai
- Personagens esquecidos honrados em grande elenco
- Experiência além da corrida e cheia de nuances
- Ótima curva de aprendizado
Contras
- Girar o analógico para um especial é convite ao drift
- Corrida tradicional poderia ser mais ofertada nos modos











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