Review: Marvel Cosmic Invasion diverte, mas repete receita de bolo

Após ter entregue o excelente TMNT: Shredder’s Revenge, a Tribute Games Inc em parceria com a Dotemu encheram os fãs de nostalgia quando revelaram Marvel Cosmic Invasion.

O jogo é um beat em’up com um pixel art charmoso que lembra clássicos dos anos 90, mas com a promessa de trazer nada menos que 15 heróis. Com essa premissa, eu confesso que já foi difícil conter a empolgação desde o anúncio.

O Flow Games recebeu o Marvel Cosmic Invasion para review e, apesar de um tropeço ou outro, adianto que a experiência foi excelente. Já os motivos para isso, você confere a seguir!

Marvel Cosmic Invasion acerta na apresentação

Quando se aborda personagens da Marvel, a apresentação é um quesito extremamente importante. E nesse sentido, Marvel Cosmic Invasion não desaponta nenhum pouco ao trazer uma história que faria muito sentido nos quadrinhos, sendo ela bem divertida..

Para começar, o Aniquilador quer se proclamar conquistando o universo e a melhor forma que encontra para isso é fazendo com que criaturas tomem conta de diversos personagens famosos, sendo estes tanto vilões quanto até mesmo alguns heróis.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Dessa forma, com o vasto elenco de 15 personagens que vão desde Homem-Aranha, Venom, X-Men, Bill Raio Beta e outros, nós somos levados diferentes fases. Essas fases, por sua vez, são um dos pontos altos, já que passamos por Wakanda, Asgard, Destromundo e tantos outros lugares que marcaram história na Marvel.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

A apresentação da história é outro charme a parte, sendo que existe um detalhe bem interessante. Para cada uma das fases, exceção feita a última, o jogo sugere quais são os heróis corretos para aquele ponto da história. Na prática, isso não muda em nada a história, mas é o que faz o jogador ir atrás dos desafios, que comentaremos mais para frente no review.

Ao invés de optarem por animações completas, nós vemos imagens estáticas, a história é contada com imagens estáticas em pixel art. Aqui, honestamente, eu confesso que gostaria de ver algumas animações melhores, mas elas ainda deixam tudo em um clima mais retrô.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

O único problema da campanha é que ela acaba sendo bem curta, podendo ser zerada em até menos de 5 horas, caso já a conheça. O tempo não é muito diferente do que vemos em TMNT Shredder’s Revenge, mas com exceção a uma fase, eu quase não me senti desafiado no jogo e achei os níveis muito curtos, em torno de 8 minutos para serem fechados.

Jogabilidade simples, mas com alguns problemas

Em TMNT Shredder’s Revenge, a jogabilidade era um dos grandes atrativos do jogo e é impossível não falar dela devido as similaridades com o que é encontrado Marvel Cosmic Invasion. Apesar de a fórmula continuar divertida e ter passado por uma evolução, outros problemas também foram implementados junto ao título.

Os personagens possuem um botão de ataque principal que, quando segurado, aplica um golpe mais poderoso. Além dele, o botão de especial, Y no caso do Xbox, agora é dedicado para uma habilidade, que varia de acordo com o personagem. Além deles, nós também temos agora no RB um botão para o especial, sendo que este é o que gasta a carga do especial.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Já a grande novidade em Marvel Cosmic Invasion é que nós controlamos dois personagens em cada cenário. A sua troca é simplesmente feita com o uso do botão LB, mas nós podemos chamar o segundo personagem, sem controlá-lo, apenas para um dar um golpe ou soltar um especial ou, até melhor, para evitarmos o golpe de algum inimigo.

Além dos botões ofensivos, o B acaba servindo para desviar na maioria dos personagens. No entanto, em alguns personagens específicos, como com o Capitão América, nós temos um parry e um escudo.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

O fato de cada personagem do Marvel Cosmic Invasion ter sua habilidade, especial e determinadas características acaba mudando bastante a jogabilidade. Mesmo após ter acabado a campanha do título, eu quis aperfeiçoar a minha maestria com os outros campeões.

Algo que também chega a ser engraçado e divertido, é que muitos personagens têm praticamente a mesma habilidade encontrada no Marvel x Capcom ou em outros jogos de luta. Isso torna a experiência mais caótica, o que do meu ponto de vista, é algo positivo.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Mas para o lado negativo, temos a questão dos personagens voadores, sejam eles heróis ou inimigos. Honestamente, apesar de até ter melhorado após me forçar a jogar com personagens capazes de voar, como com a minha favorita Tempestade, não é exatamente recompensador jogar com eles.

Existem problemas para saber em que “linha” estamos e atingir alguns inimigos é algo complicado. E mesmo ao usar personagens que somente andam, os inimigos voadores ainda são bem chatos, mesmo em comparação com inimigos voadores de outros beat em’ up.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

De volta a parte da mecânica de especiais, apesar de ela ser bem interessante, existe um problema. Muitas vezes ao alterar entre os personagens, eu me confundia com qual deles estava prestes a sair o especial, sendo que cada a posição para soltar esses especiais importam bastante.

Marvel Cosmic Invasion traz extras muito simples

Para estender um pouco a jogatina, o Marvel Cosmic Invasion traz alguns extras. Mas honestamente, eles não são nada recompensadores ou que farão o jogador querer perder tantas horas.

Ao simplesmente passar de fases, nós temos a Matrix Cósmica. Um lugar em que posicionamos um tipo de cubo, mas que libera somente cores diferentes para os trajes dos personagens, músicas para serem escutadas e outros cosméticos extremamente simples.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Ainda em relação aos personagens, ao jogar com um deles, nós vamos subindo o seu nível. Com isso, além de ganhar habilidades passivas, que não fazem lá tanta diferença, também é possível aprimorar o seu foco e aumentar os pontos de vida.

Para os fãs dos personagens e até mesmo dos vilões, ainda existem seções como o “Laboratório de Heróis” e o “Arquivos da Tropa”, que trazem informações sobre cada um deles. Mas novamente, isso é algo que o jogado talvez leia uma vez e já deixe de lado.

Imagem: Alvaro Neto/Flow Games

Ainda nas fases, como comentado anteriormente, existem os desafios. Basicamente, neles, somos forçados a jogar com personagens específicos para completá-los, com a maioria deles sendo somente “derrotar X inimigos com um movimento”.

Para piorar a situação, completar os desafios não traz nenhuma recompensa tão especial, sendo que alguns deles são apenas chatos de serem realizados.

Mais uma vez em comparação ao TMNT Shredder’s Revenge, Marvel Cosmic Invasion poderia ter sido mais ousado. Por exemplo, o seu modo Arcade é apenas a campanha com vidas, mas não oferece um desafio a mais.

Se formos além, vale lembrar que TMNT Shredder’s Revenge recebeu um modo sobrevivência por meio de uma DLC. E aí fica a questão: por que Marvel Cosmic Invasion não traz nada novo após ser zerado? Um conteúdo extra com algum diferencial na jogabilidade realmente fez falta.

Marvel Cosmic Invasion vale a pena?

O Marvel Cosmic Invasion, apesar de seus problemas, ainda é um jogo imperdível para quem é fã de beat em’ up ou apenas fã da própria Marvel. A sua campanha é curta, mas pode ser bem divertida para zerar com um amigo ou com a família na tarde de um fim de semana.

O grande número de personagens para serem escolhidos é outro grande diferencial. Ainda mais quando aliamos isso ao fato de cada um deles ter uma habilidade bem diferente, sendo isto refletido na jogabilidade.

Mas para o lado negativo, os extras pouco criativos e os personagens voadores, tanto heróis quanto inimigos, podem ser bem frustrantes.

Marvel Cosmic Invasion foi gentilmente cedido pela Dotemu para a realização desta análise