
Review: Metroid Prime 4 é menos sombrio e mais expansivo
Com enorme mundo a ser explorado, Metroid Prime 4 muda um pouco o tom
Imagem: Nintendo
pós anos de idas e vindas, com direito a uma reinicialização total em seu desenvolvimento, Metroid Prime 4, que ganhou até subtítulo (“Beyond”), pareceu inacreditável, mas está, finalmente, vislumbrando a luz do dia.
O mesmo time que cuidou dos anteriores, a Retro Studios, assumiu o manto deste aqui também, sob a responsabilidade de amargar um longo intervalo sem um novo título principal da série, já que Metroid Prime 3: Corruption, pasmem, é de 2007.
São quase duas décadas de fãs nutrindo esperanças por uma continuação, mas a espera acabou. E valeu a pena? Confira!
Metroid Prime 4: Beyond vai além
Como o próprio subtítulo sugere, a nova aventura de Samus Aran coloca a caçadora de recompensas além de muitas presepadas que ela viu antes, embora faça isso num tom menos ameaçador que os anteriores.
O primeiro Metroid Prime ainda é o suprassumo da franquia para mim, pois oferece exatamente o que espero dela: sentimento de solidão num planeta inóspito, cenários que contam histórias e uma veia mais sombria que outras séries da Nintendo – Metroid figura como algo atipicamente mais “sério” em relação a seus parentes.
Metroid Prime 2 brincou com a ideia de luz vs. escuridão de forma criativa, enquanto o terceiro título numerado levou a protagonista aos céus, com novas nuances de exploração. Todos, em especial o primeiro, mantêm o aspecto ermo que tanto caracteriza a exploração, em que a personagem principal se encontra sozinha, ou quase isso, num planeta nada acolhedor.

Imagem: Nintendo
Em Metroid Prime 4, Viewros é esse lugar. Assim como as demais jornadas, ele resguarda uma civilização que, outrora, dominou o conhecimento e a tecnologia locais, mas que, hoje, vive em ruínas. A missão de Samus é sempre dupla: entender o que aconteceu com essas sociedade e, ao mesmo tempo, lidar com a ameaça dos Metroids, um ser que se apossa da mente de seu hospedeiro, como um parasita, e passa a controlá-lo.
Em resposta a um chamado de emergência, a caçadora de recompensas pousa no planeta e se depara com uma equipe de guerrilheiros intergalácticos deixada às traças, e aqui Metroid Prime 4 começa a mudar algumas nuances daquilo que era sombrio e sério.
Diálogos e piadocas
As “piadocas” se tornaram mais frequentes em qualquer produto de entretenimento com a explosão dos filmes da Marvel e isso é um fato. Muitas obras, por mais que se proponham a empregar seriedade, carregam alívios cômicos que se desenrolam por meio de piadas inseridas no meio de qualquer contexto dramático, seja ele carregado de medo ou não.

Imagem: Nintendo
Metroid Prime 4 resolveu aderir à regra e fugiu um pouco do cercadinho sombrio que marcou os games anteriores, dando espaço a alguns NPCs com quem Samus cruza em seu caminho, servindo de “babá” a alguns deles por um tempo. Verdade seja dita: esses momentos não duram tanto assim, mas o fã puritano pode ter tolerância curta para essa experimentação.
O problema não é o “excesso de companhia” que Samus tem nessa aventura, mas sim os textos dessa companhia, que oferece diálogos rasos numa jornada que poderia ser mais sombria, séria e profunda.
O gameplay, no entanto, faz uma boa compensação disso.

Imagem: Nintendo
Admirável mundo novo
Metroid Prime 4 conta com uma motoca irada para Samus! A exploradora pode desbravar os horizontes do planeta Viewros usando o veículo para se deslocar com velocidade e precisão, beliscando a ideia de “mundo aberto” como conhecemos atualmente.
A motocicleta tem mecanismos próprios de ataque e oferece versatilidade para as situações adversas de Samus, inclusive o combate. Por falar nele, tudo que se espera de um Metroid Prime está aqui: troca franca de disparos, em tiroteios que sempre extraem o que há de melhor do canhão de Samus, com inimigos variados e chefes frequentes, mais que nos anteriores, eu diria.
O equilíbrio entre ação, exploração e resolução de enigmas continua sendo respeitado em Metroid Prime 4

Imagem: Nintendo
No Nintendo Switch 2, o tempero técnico é mais apimentado: Metroid Prime 4 roda em 4K e 60 fps ou 1080p e 120 fps. Os momentos desérticos da aventura são marcados por alguma monotonia, é verdade, mas logo são intercalados com trechos frenéticos de ação e travessia, coroados por um elemento extra: as habilidades psíquicas de Samus.
Seguindo a tradição da série, a caçadora absorve alguns poderes da civilização perdida naquele planeta, e estes concedem a ela a capacidade de revelar objetos escondidos, resolver enigmas e até lançar explosivos. O equilíbrio entre ação, exploração e resolução de quebra-cabeças continua sendo respeitado em Metroid Prime 4.
Veredito
Metroid Prime 4: Beyond não é um jogo necessariamente feito para agradar todo mundo, mas sim o fã que acompanha essa franquia e sabe como ela funciona. Dito isso, os elementos que você espera de um bom Metroid estão aqui, com algumas decisões que podem ser divisivas.

Imagem: Nintendo
A personalidade reservada de Samus continua intacta, mas a companhia que ela conhece em sua jornada muda um pouco aquela nuance sombria dos anteriores, escalando a aventura a um tom inédito, marcado também pelas longas travessias desérticas, ora monótonas e ora agitadas.
De qualquer forma, a principal receita de bolo é seguida à risca aqui: o backtracking. Adquirir habilidades e retornar a pontos já visitados para explorar novos trechos continua sendo gratificante, e nisso Metroid Prime 4 acerta em cheio, especialmente por estar localizado ao português brasileiro.
Uma cópia antecipada de Metroid Prime 4: Beyond para Nintendo Switch 2 foi fornecida pela Nintendo Brasil para a realização desta análise.
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Metroid Prime 4: Beyond
Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: Retro Studios
Plataformas: Nintendo Switch & Switch 2
Lançamento: 04/12/2025
Tempo de review: 25 horas
Com competência técnica, Metroid Prime 4 traz mudanças que vão dividir alguns fãs, mas elas também podem atrair uma nova base
Prós
- Tecnicamente impecável
- Habilidades psíquicas incrementam o gameplay
- A moto dá um ar de rebeldia à experiência
- Trilha sonora continua marcante
Contras
- NPCs com diálogos insossos quebram a imersão
- Exploração desértica vazia pode se tornar monótona











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