Texas Chain Saw Massacre inova e traz sistema 3v4 com eficiência

Com cerca de 10 horas mergulhada na jogatina, pude imediatamente perceber que o jogo realmente te teletransporta para o clássico de 1974. A ambientação é um fator muito importante no game, que aposta bastante em recriar com atenção cada detalhe dos longas-metragens. 

Ideias inovadoras que balançam a fórmula de multiplayer assimétrico, sistema de skills únicos e personagens variados que alteram o estilo de gameplay marcam a ambiciosa proposta da equipe de The Texas Chain Saw Massacre, mas será que esses elementos são suficientes para apresentar uma jogatina sólida e divertida Confira o nosso review!

Imagem: Gun Media

Mapas recriados idênticos aos filmes e detalhes gráficos que embelezam o gameplay

Assim como nas produções cinematográficas, ao iniciar o gameplay um letreiro é exibido mostrando informações sobre o desaparecimento de Maria Flores, detalhe típico dos filmes de terror que logo na introdução mostram reportagens policiais sobre casos de assassinato ou desaparecimento de pessoas.

Essa atenção aos mínimos detalhes é algo que impressiona bastante em diversos elementos de The Texas Chain Saw Massacre, que vão desde elementos visuais a pequenos easter eggs espalhados no cenário.

Se a desenvolvedora queria realmente criar a réplica da casa da família de canibais, ela conseguiu. Para quem assistiu ao filme vai perceber o quão igual são esses elementos, tanto dentro da casa quanto nos cômodos, incluindo o abatedouro de Leatherface, com a parte de fora, incluindo o jardim e a estrada de terra. Todos os detalhes da fotografia do jogo em meio ao clima texano recriado pelo estúdio é o que impressiona e embeleza ainda mais a jogatina em Texas Chain Saw Massacre. 

Imagem: Gun Interactive

Isso demonstra todo o cuidado que a desenvolvedora teve e a responsabilidade de cumprir com a proposta que foi dada – além de terem adicionado a própria marca deles à franquia. The Texas Chain Saw Massacre contém três mapas: Casa da Família, Posto de Gasolina e o Porão de Leatherface, todos com versões de dia, noite e entardecer.

O mais interessante é que, apesar de ter jogado algumas vezes no mesmo mapa, tive a percepção de estar em um local novo toda vez. Será por conta do tamanho? Talvez. Falando sobre isso, o mapa realmente é grande, fácil de se perder ou de ficar rodando em círculos pelos mesmos lugares por horas. Aí que vem o ponto negativo: não há mini mapa ou nenhuma outra forma para se localizar dentro dele. Apenas os nomes dos locais são exibidos no canto superior direito da tela. 

Assim como pode ser meio confuso, o vasto espaço dá muitas vantagens aos sobreviventes, pois é repleto de lugares para se esconder e conseguir escapar das investidas dos assassinos.

Gráficos e desempenho

Pude conferir tanto a versão de PlayStation 5 quanto a de PC. E nas duas versões não tive nenhum problema de travamentos ou qualquer inconveniente. Mantive a qualidade de gráficos e texturas no máximo e depois no médio e a gameplay rolou de forma bem fluida. No PC, joguei por um notebook gamer da Acer usando um processador AMD Ryzen 7 e uma placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 3050.

No geral, o jogo em si prioriza os sons do ambiente e da assustadora serra elétrica, não há aquelas músicas de perseguição quando algum dos integrantes da família está atrás de você. Esse elemento é acrescentado de forma bem positiva, pois dá um clima ainda mais de tensão.

Em resumo, Texas Chain Saw Massacre roda bem, tem um visual bem fiel ao filme e efeitos sonoros que são usados para completar o combo de terror.

Quem são as Vítimas e os assassinos?

Em The Texas Chain Saw Massacre, os jogadores terão a escolha cinco vítimas: Julie, Leland, Connie, Sonny e Ana. E, da mesma forma, cinco assassinos: Leatherface, O Cozinheiro (ou Cook), Sissy, Johnny e Hitchhiker. Todos têm habilidades e vantagens únicas. Ainda que não seja um personagem jogável, os assassinos têm uma arma ‘especial’, o avô, que fica fixado em diferentes partes do mapa e a cada novo level alcançado ele grita, funcionando como um sonar que pode detectar a localização das vítimas. 

Imagem: Gun Media

No caso dos sobreviventes, cada um tem níveis de resistência, endurance, furtividade, força e proficiência diferentes, e vantagens exclusivas de cada personagem, como, por exemplo, a Connie, que é mais ágil em resolver puzzles para abrir caixas e portas. 

Com os assassinos não é diferente, alguns são mais rápidos na corrida, outros mais lerdos, assim como a força para atacar os sobreviventes. Tudo isso faz muita diferença para obter sucesso nas partidas. 

Imagem: Flow Games/ Thais Bassani

Conforme avançar na jogatina, os personagens sobem de nível e, consequentemente, os perks são desbloqueados para que os jogadores possam ir melhorando as habilidades. Vale ressaltar que para que a partida inicie é necessário que um dos assassinos escolha o Leatherface, ou seja, para começar a gameplay é obrigatório tê-lo escolhido. 

No geral, não é difícil de entender como tudo funciona, até porque, para os novatos há um tutorial nos menus mostrando o como jogar com todos os personagens, e assim é com os assassinos também. 

Imagem: Gun Media

Jogabilidade e novo sistema 3v4

Semelhante ao título anterior do estúdio, Friday The 13th, o game conta também com um sistema de progressão e árvore de habilidades para que tanto as vítimas como os assassinos possam upar perks especiais que darão vantagens boas nas partidas. Mas ao contrário do que vimos em Dead by Daylight e até mesmo em Friday The 13th, Texas Chain Saw Massacre já se destaca por ter o diferencial do sistema 3v4.

Com certeza esse foi um ponto que chamou a atenção de muitos. Como que um multiplayer assimétrico 3v4 vai funcionar? Primeiramente, não podemos esquecer que a proposta do jogo é baseada no filme (e, no longa-metragem, Leatherface não é o único vilão da trama, pois o restante da família é sim um desafio que as vítimas têm que enfrentar). 

Imagem: Gun Media

Por conta disso, e com o objetivo de inovar, os desenvolvedores resolveram trazer esse formato pela primeira vez. Realmente é algo que pode deixar muita gente com o pé atrás, mas acredite, (também me senti receosa em relação a isso): por incrível que pareça, DÁ MUITO CERTO.

Pelo fato de se ter três assassinos na partida, você logo deve imaginar que não tem como escapar vivo dessa. Tanto a Gun Interactive quanto a Sumo Digital souberam trabalhar de forma bem agradável à questão do equilíbrio em Texas Chain Saw Massacre, sem deixar nenhum dos lados com mais vantagem que o outro.

“Nós nunca queremos fazer o mesmo jogo duas vezes. Você inova ou imita, e não preciso dizer qual deles torna o jogo melhor. Todos na Gun preferem inovar e levar o gênero adiante. Como você faz isso? Bem, quando se tratava do design do Texas, sabíamos que 3vs4 era diferente. Todas as mecânicas e recursos são construídos em torno desse repensar fundamental do multijogador assimétrico. Além disso, quando você olhar para o filme de 74, notará que há uma família inteira para lidar, não apenas Leatherface. Então parecia natural ter três assassinos perseguindo vítimas”, disse Wes Keltner, CEO e Presidente, Gun Interactive.

Como é jogar Texas Chain Saw Massacre? 

Pela visão dos sobreviventes, o gameplay começa no porão onde todos estão amarrados. Ao se soltarem, devem procurar ferramentas para poder abrir as portas que dão acesso à parte superior da casa. E claro, não esqueçam das curas – item fundamental na sobrevivência. 

A partir daí, os sobreviventes têm algumas opções para a fuga. Dependendo do mapa, há como consertar a bateria de carros para ativar um dos portões principais, coletar válvulas para encher o tanque de gás e também ativar um dos portões ou então pode procurar por um fusível, colocá-lo na caixa de força e liberar uma das saídas do porão. 

Tudo isso deve ser combinado com muito cuidado e furtividade para que não seja pego e morto no processo. Para que as vítimas saibam se o assassino está próximo ou já atrás de você, ao redor da tela fica coberto das cores amarelo e vermelho, indicando que o perigo está logo a frente e que você deve ficar atento. 

Imagem: Gun Interactive

Na pele dos assassinos, o jogador deve literalmente ir à caça das vítimas e impedir que eles consigam fugir. Para isso há as habilidades de cada psicopata à disposição, além de uma arma poderosa, o avô, um NPC que está presente em todas as partidas e que os assassinos podem interagir ao alcançarem o nível máximo do velhote, garantindo a posição exata dos fugitivos quando ativado. 

No entanto, você não terá nenhuma desvantagem em relação aos que já estão há algum tempo jogando se iniciar a jogatina hoje. As skill são únicas e os jogadores podem equipá-las em seus personagens da forma que preferirem, dando ênfase na vantagem que querem obter na partida. 

Assim como é mais benéfico se jogado com amigos, isso não quer dizer que você não possa jogar solo, o trabalho só será um pouco mais difícil, mas não impossível. 

Furtividade é a peça chave

Para quem não é bom em jogos furtivos, Texas Chain Saw Massacre pode não ser o game certo para você, pois para se dar bem é imprescindível dominar essa mecânica. O título funciona como um jogo de gato e rato, e todo e qualquer barulho que seja feito em qualquer parte do mapa pode revelar a sua localização. 

Ser um bom jogador furtivo vai te economizar bastante tempo de ter que correr dos assassinos e ter que despistá-los. 

Imagem: Gun Interactive

Mas e aí, Texas Chain Saw Massacre vale ou não a pena? 

Com cerca de 360 horas de Dead By Daylight e mais 130 horas de Sexta-Feira 13, posso dizer com certeza que Texas Chain Saw Massacre vale MUITO a pena. Claro, o jogo não é perfeito, pode haver alguns crashes e bugs que logo devem ser consertados, mas nada que vá impedir de você e seus amigos de se divertirem. 

O game entrega muito terror, tensão e adrenalina. E o que mais me pegou foi ter essa interrogação de, por exemplo, “como que eu vou fugir?”, fazendo com que os jogadores tenham que pensar na melhor estratégia para alcançar o principal objetivo. Ao terminar a jogatina, fiquei com a sensação de querer jogar ainda mais, algo que considero importante, pois poucos games me fazem ter esse sentimento de querer ficar horas a fio jogando. 

Em resumo, o gameplay é ainda mais interessante e intrigante. Apesar de poder jogar solo, experimentei as duas experiências e posso garantir que é MUITO mais divertido jogando com amigos, já que o trabalho em equipe é bem mais eficiente do que você tendo que fazer tudo sozinho. 

Além disso, o jogo conta com cross-play, então você não vai precisar ficar com aquele medo de ficar 235065 mil horas na fila, todas as vezes que joguei não fiquei nem 5 minutos esperando e já encontrava partida facilmente.

Imagem: Gun Media

Um dos pontos negativos é que o jogo não está em português, fazendo com que isso possa ser um impasse para os jogadores que desejam se aventurar, afinal, não são todas as pessoas que são fluentes ou tem um entendimento básico do idioma. Mas vamos torcer para que em breve eles adicionem a versão traduzida do game. 

Outra coisa que realmente me incomodou foi a questão das parties. Quando uma partida é finalizada e você deseja voltar ao menu inicial com o seu grupo, não é possível. Se você volta ao menu principal, o grupo criado com os amigos é cancelado e é necessário refazer uma nova party – algo que, na minha opinião, é uma perda de tempo horrível.

Imagem: Sumo Digital

Porém, Texas Chain Saw Massacre pode ser um dos fortes concorrentes ao atual líder do gênero, Dead by Daylight. Apesar do preço meio salgado do título, acredito que vale a pena o investimento. Mas vale lembrar que o game está disponível de graça no Game Pass, sendo um presente e tanto para os donos de Xbox. 

De qualquer forma, Texas Chain Saw Massacre promete e cumpre sua proposta de levar os jogadores para o clássico filme de 1974 com muita imersão. Se você tem coragem, se jogue de cabeça, pois o gameplay não vai te decepcionar.

Review elaborada pelas versões de PC e PS5, com código fornecido pela Gun Interactive ao Flow Games.