Review: Alienware Aurora R15 traz desempenho (e custo) de ponta

Na época do lançamento, pudemos dar uma olhadinha breve no que havia por debaixo do capô do equipamento, falar com os responsáveis locais pelo projeto e entender a visão que parceiros como a Nvidia e Intel tinham para um PC desse porte aqui no país.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

O que ficou faltando? A oportunidade de poder testar tudo mais a fundo para dar um parecer mais concreto do produto a você, leitor e gamer, que curte uma boa jogatina no computador, é claro.

A boa notícia é que nem a gente e nem você vai ficar passando vontade: a equipe do Flow Games recebeu uma unidade da máquina da Dell sob empréstimo e pudemos conferir na prática qualé a do brinquedinho. Por isso, confira a seguir nossa análise completa do Alienware Aurora R15.

Peraí, o Flow Games faz review de hardware?!

Ah, caro leitor, esse já é nosso segundo review de computadores. O primeiro, que avaliou o elegante Galaxy Book3 Ultra, da Samsung, foi um verdadeiro teste para saber como nossos leitores reagiriam a esse tipo de conteúdo.

O resultado? Uma análise que acabou parando nas notícias mais lidas da semana aqui do portal do Flow Games e abriu portas para que, pouco a pouco, possamos trazer mais materiais como esse para você.

Como dissemos da vez anterior, não se preocupe: nosso DNA continua sendo 100% nos jogos. Por isso, escolhemos testar produtos que sejam feitos sob medida para o público gamer ou que, de alguma forma, possam ser usados para curtir uma boa jogatina.

Também deixamos tabelas, debates sobre componentes e outros aprofundamentos maiores desse tipo de análise para nossos colegas de tech – que fazem isso há tempos e muito, muito bem. Nossa ideia é trazer uma experiência mais prática com o equipamento e o que você pode esperar deles no seu dia a dia, ok? Ou seja, informação acessível, relevante e na mesma linguagem que é encontrada no restante do site. Agora sim, bora pro review!

Conheça o Alienware Aurora R15

Quando falamos do Aurora R15, não estamos falando de um único produto, mas sim de uma linha de computadores que abriga desktop de configurações bastante variadas. Todos eles têm um processador Intel Core de 13ª geração, por exemplo, mas a peça pode ir de modelos mais simples de i5 e i7 até versões realmente de ponta do i7 e do poderoso i9.

É possível ainda definir qual será sua GPU, entre opções da séries RTX 30 e RTX 40 da Nvidia, e fazer outras decisões granulares, como 16 GB ou 32 GB de RAM, quantidade de espaço de armazenamento e até mesmo presença ou não de periféricos.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

De acordo com Leandro Venditti, gerente de produtos da Dell, a proposta de disponibilizar o Aurora R15 no Brasil é “entregar ao mercado uma alternativa de altíssimo desempenho, […] oferecendo opções de configurações a altura dos jogos mais exigentes e entregando alternativas até mesmo para os entusiastas que estão atrás de experiências extremas”.

As palavras do executivo se concretizam no modelo testado pelo Flow Games: uma edição que traz não só as melhores configurações da família Alienware em praticamente todos os componentes, como também oferece acessórios de altíssima qualidade.

Esse segundo ponto, no entanto, vamos abordar separadamente. Por enquanto, fique com as especificações técnicas completas do PC:

Especificações técnicas – Alienware Aurora R15

• Processador: Intel Core i9 13900K (24 núcleos, 68 MB Cache, até 5,8 GHz)
• Sistema operacional: Windows 11
• Memória: 32GB DDR5 4800 MHz (2×16 GB)
• Armazenamento:1 TB PCIe M.2 SSD Gen4 x4 NVMe
• Placa de vídeo: RTX 4070Ti 12 GB (GDDR6X)
• Cor: Dark Side of the Moon (preto/grafite)
• Conectividade: Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.3
• Fonte de energia e resfriamento: chassi com fonte de 750 W, Alienware Cryo-tech Edition CPU Liquid Cooler e painel transparente (Intel Core i7 e i9 série K)
• Dimensões: 51,0 cm x 22,5 cm x 52,9 cm (AxLxP)
• Peso: a partir de 13,03 kg

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Apresentação de primeira

A sensação que você está diante de algo especial com o Aurora R15 vem desde a experiência de unboxing. Afinal, o PC da Alienware vem numa caixa gigantesca e com abertura lateral, permitindo que você extraia facilmente a máquina e acesse um compartimento separado – que abriga cabos, manuais e outros badulaques.

Depois de tirar tudo da embalagem, tudo fica ainda mais delicioso. Isso porque o computador da linha gamer da Dell não tem vergonha de “dizer” que é feito para jogos. O design diferenciado do gabinete, sua janela lateral, a disposição interna dos elementos e o sistema avançado de luzes praticamente exigem que você mantenha o brinquedinho em cima da mesa (nada de escondê-lo embaixo da bancada ou em algum nicho!).

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

A própria construção do PC traz aquele ar de um produto premium. Sim, quase toda a parte externa do Aurora R15 é de plástico ou acrílico, mas é tudo bastante sólido e com ótimo acabamento. Apesar do desenho ousado da carcaça, o fato de ela ter uma paleta de cores mais sóbria – um chumbo bem bonito – ajuda a dar destaque nos elementos certos, como peças internas, painel frontal e iluminação RGB.

Houve um cuidado para tornar até mesmo a tampa lateral direita (sem janela) interessante, com um grafismo que num primeiro momento parece apenas visual, mas se revela ser a palavra AURORA estilizada com letras brilhantes contra o fundo fosco. Chique demais.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

O painel frontal dá a cara do gabinete, com luzes e um padrão interno próprios, e um botão Power que fica “escondido” no logo da Alienware. Ou seja, é só apertar o rostinho do alien para dar início à jogatina. A parte traseira, por sua vez, condensa suas principais entradas e conexões numa região que fica iluminada por uma das ventoinhas do PC, o que facilita (e muito) plugar e desplugar cabos e periféricos.

Coleção completinha

Por falar em periféricos, o modelo do Alienware Aurora R15 que a Dell nos emprestou para testes trouxe uma porção de acessórios a tiracolo: um monitor de 25 polegadas, teclado retroiluminado e um mouse que pode ser usado com ou sem fio.

Obviamente, quem se destaca nesse kit de gadgets da Alienware é o display gamer AW2523HF, que traz ajustes diversos de posição, altura e rotação, tem hub USB integrado, é compatível com a tecnologia AMD FreeSync e atinge até 360 Hz em Full HD. Um bônus? O produto tem uma espécie de apoio retrátil para seu headset. Estranho, mas muito legal!

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Na sequência, temos o teclado mecânico Alienware 510K, que dá aquela turbinada no seu setup gamer com suas próprias luzes RGB, traz outra entrada USB, com com teclas de perfil baixo e vem com switches Cherry MX Red – oferecendo uma boa sensação de digitação, mas de forma silenciosa.

Vale notar que recebemos uma versão internacional do periférico. Para mim, ela funciona muito bem, mas pode ser um entrave para quem está acostumado com o formato mais usado no Brasil (ABNT ou ABNT2), que traz cedilha e outras adaptações.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Por fim, o mouse Alienware 720M cumpre seu papel no conjunto: tem também sua iluminação RGB, funcina tanto com fio quanto conectado ao computador via Bluetooth ou conexão 2,4 GHz, tem 7 botões independentes e pode durar um bocado antes de ser recarregado – até 420h nas condições ideais. O único problema? Achamos o seu clique bem barulhento.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Uso diário

Ao longo dos cerca de 20 dias em que ficamos com o Aurora R15, não nos limitamos a testar uns bons videojuegos – como diria nosso querido amigo Sarda, da Ubisoft. A máquina da Alienware também foi colocada à prova na nossa rotina de trabalho e entretenimento.

A máquina da Alienware também foi colocada à prova na nossa rotina de trabalho e entretenimento.

Como alguém que trabalha com 200 abas do Google Chrome abertas, feed atualizado quase em tempo real, editor de texto a mil, Discord e Slack bombando, Wallpaper Engine com um fundo de tela pesadão e o Spotify embalando o dia a dia – fora aquela call marota aqui e acolá –, dá para dizer que o PC da Dell… ri de tudo isso sem tomar conhecimento.

Mais do que isso, ele permite fazer todas as tarefas de forma silenciosa e furtiva, graças a possibilidade de desligar facilmente os LEDs do equipamento e reduzir o consumo energético do computador (que por sua vez baixa a rotação dos coolers). Ou seja, é o cenário perfeito para quem vive e respira leitura e escrita ao longo do dia.

Esse aspecto “stealth” do Alienware Aurora R15 também permite fazer uma sessão cinema no computador – com a ajuda de Netflix, Prime Video, Disney+ ou outros serviços de streaming – ou deixar a máquina ligada à noite sem distrações.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Seja para o trabalho ou diversão, o PC ainda garante que a palavra “conectividade” não seja um problema, mas sim uma solução na sua vida. Não podia ser diferente, uma vez que há diversas portas USB de fácil acesso no painel frontal – e outras tantas na parte traseira, no monitor ou até mesmo no teclado! –, assim como entrada para fones de ouvido e um conector USB-C providencial.

Conexão estável é outro ponto forte do dispositivo. Seja via cabo (conectado a uma rede gigabit) ou no Wi-Fi (mesmo sem um roteador Wi-Fi 6E), conseguimos extrair sempre o máximo da internet banda larga do local de testes – uma fibra de 300 Mbps.

Desempenho e benchmarks? Temos!

Achou que íamos fazer o review de uma máquina gamer sem rodar uns joguinhos? Achou errado! Além de testarmos rapidamente uma série de títulos na Steam e Epic Games Store – incluindo Lost Ark, que ficou com um loading absurdamente rápido –, elegemos 4 games para um olhar mais aprofundado: CS:GO, Portal with RTX, Remnant 2 e Baldur’s Gate 3.

Como o monitor enviado junto do Aurora R15 é limitado a Full HD e o computador da Alienware é areia demais para o caminhãozinho do 1080p, nossa ideia foi basicamente ver quão próximos conseguíamos chegar dos 360 Hz com o desempenho de cada jogatina.

Adicionalmente, demos aquela “estressada” no hardware com um programa de análise sintética e com uma ferramenta de benchmark da Capcom. Veja nossas impressões com cada um desses jogos e apps:

• CS:GO: essa aqui foi uma escolha feita justamente para colocar os 360 Hz à prova. E não é que o joguinho chegou fácil na marca dos +300 fps? Isso mostra que podemos estar mesmo diante de um combo perfeito para os shooter competitivos online.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

• Portal with RTX: o recém-lançado mod que leva o path tracing para o título icônico da Valve – com aquela ajudinha das ferramentas da Nvidia –, por sua vez, entrou na seleção para testar as capacidades de ray tracing da RTX 4070 Ti. Resultado: desempenho incrível mesmo no preset ultra, média de 150 fps, e domínio total da GPU – o processador foi tirar uma soneca nesse teste, com menos de 5% de uso.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

• Remnant 2: rapaz, esse aqui foi um divisor de águas. Isso porque chegamos a testar esse game antes do lançamento, numa máquina com um Ryzen 5 3600X e uma RTX 2060 Super, e a experiência foi a mais sofrida possível. Tá certo que o produto recebeu atualizações desde então, mas a diferença para a máquina da Dell é brutal: acima dos 200 fps com DLSS3 ativo, rodando em 1080p e tudo no Ultra. Jogão!

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

• Baldur’s Gate 3: esse provavelmente foi o jogo que mais rodamos no Aurora R15, tanto para fazer uma parte do nosso review quanto para coletar material para diversos guias que fizemos para o RPG. Mesmo sem a tecnologia de geração de quadros da Nvidia, é muito fácil ficar acima dos 150 fps em dungeons e nos dois primeiros atos da campanha. A região final, no entanto, coloca o computador para trabalhar. Foi a primeira vez que ouvimos as ventoinhas no talo para manter tudo tudo acima dos 60 fps – mas valeu a pena.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Finalmente, nos benchmarks de verdade, o equipamento da Alienware deu show. Enquanto o teste de Street Fighter 6 ficou no teto do limite de 120 fps da demo, o Cinebench R23 – um software que simula tarefas pesadas de renderização – bateu 2.068 pontos no processamento Single Core (utilizando apenas um núcleo do processador) e mais de 30.500 pontos no Multi Core.

Software clean

Contando com o Windows 11 Home de fábrica – ou a versão Pro, se você pagar um pouco mais pelo luxo –, o Alienware Aurora R15 já chega pronto para abrigar qualquer jogo, programa ou aplicativo que você queira, sem ter que lidar com muita coisa customizada ou distros do Linux, por exemplo.

Outro ponto interessante nesse quesito é que há pouco ou quase nenhum bloatware instalado no produto que chega na casa do cliente. É bem comum que máquinas desse tipo venham abarrotadas de softwares proprietários, trials de soluções antivírus de qualidade duvidosa e outras coisas que podem acabar tornando a máquina uma carroça.

Para ser bem exato, há apenas dois apps dignos de nota que não são coisas nativas do Windows 11 puro e simples (e ambos são muito bem-vindos):

• Alienware Command Center: esse é o único “software da casa” per se, unificando as principais configurações do equipamento – como perfil de energia, comportamento das luzes led, velocidade e barulho do sistema de resfriamento e até mesmo opções avançadas de overclock – e trazendo algum controle sobre os periféricos da mesma família. É tudo muito bonito, prático e não intrusivo. Também traz alertas de atualização de firmware, indica o nível de bateria do mouse e permite criar perfis de iluminação, desempenho e eficiência energética para cada um de seus jogos.

• Killer Intelligence Center: software para gerenciamento de rede. Parece extremamente confuso e poluído num primeiro momento, mas pode automatizar muitas de suas configurações a partir de um teste rápido feito por ele mesmo via Speedtest. Depois disso, define velocidades de download e prioriza a banda que vai para os seus games na hora da jogatina, bem interessante mesmo.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

Na nossa visão, isso mostra que há uma preocupação real da Alienware em oferecer uma experiência mais limpa e voltada para os games com o Aurora R15, sem nada que fique consumindo desnecessariamente recursos do sistema. Ponto para a Dell!

Considerações finais

Como alguém que monta os próprios PCs desde cedo, indo atrás das melhores combinações de peças – ou do combo mais custo-benefício – e passando uma tarde na bancada até ouvir aquele bipe gostoso da placa-mãe e o monitor finalmente mostrando a tela de entrada do sistema, conferir um computador pré-montado pela primeira vez é uma experiência, digamos, bem interessante. Ainda mais por se tratar de um produto deste porte.

É claro que, com o valor que a Dell pede por esse equipamento (com preços que começam em R$ 15.799 para as versões com Core i7 ou i9 série K e RTX 3070 ou RTX 4070 Ti), é possível montar um conjunto melhor (mas não muito) ou, ainda, do mesmo nível, mas mais em conta.

Porém, me colocando na posição de quem sempre quis ter uma máquina parruda para games, mas vê a montagem do PC como um desafio intransponível, dá para entender quem iria atrás de um produto como esse. Afinal, essa dinheirama garante que tudo esteja funcionando e, caso não esteja, que você terá o suporte necessário para resolver qualquer problema que possa surgir.

Imagem: Flow Games/Marcelo Rodrigues

De quebra, a edição topo de linha do Aurora R15 realmente fica muito próxima do que há de melhor no mercado em praticamente todos os componentes, do CPU ao SSD. Só a GPU teria um upgrade substancial em vista com a poderosíssima RTX 4090. Porém, a RTX 4070 Ti está de bom tamanho para quase qualquer coisa que você jogue contra ela quando acompanhada do restante do hardware deste PC.

Isto é, se você tem dinheiro de sobra (de sobra mesmo) para gastar com isso e sonha com um computador da Alienware há anos, existem poucos motivos para não recomendar este produto. A empresa permite até mesmo que você abra o gabinete e troque as peças caso se sinta seguro para a tarefa no futuro, sem perder a garantia do restante da máquina – pois é, não há lacres, pegadinhas ou qualquer coisa do tipo.

Se você tem dinheiro de sobra […], existem poucos motivos para não recomendar este produto.

Meu único aviso além de “você realmente tem dinheiro para bancar isso?” seria: considere substituir o monitor do combo (caso escolha essa opção de compra) por outro display 1440p ou 4K com 120 a 144 Hz, da Dell mesmo ou de outra marca. Dessa forma, você consegue tanto ter uma experiência mais nítida e cristalina em jogos e outras atividades, quanto aproveitar melhor o hardware do computador.

Para os mais abonados, pode ser interessante manter o 1080p/360 Hz como tela para um Valorantzinho ou CS:GO e pegar um segundo monitor mais parrudo em questão de resolução. O alerta é que é bem difícil voltar de múltiplos displays depois de testar esse tipo de configuração, hein?

Você pode conferir todos os detalhes sobre o Alienware Aurora R15, incluindo as customizações disponíveis, neste link do site da Dell.