
Review: Call of Duty: Black Ops 7 tem acertos que superam falhas
Call of Duty: Black Ops 7 tem multiplayer e Zumbis “no ponto”, em contraste à pior campanha da série
cerco fechou em 2025. Em um ano que marcou o retorno de Battlefield às origens e a ascensão inesperada de Arc Raiders, Call of Duty: Black Ops 7 não podia cometer deslizes. Ser a evolução natural de Black Ops 6, portanto, não seria suficiente num mercado em que as produtoras não sabem mais como reter a atenção do jogador.
Era o momento de a desenvolvedora Treyarch colocar os pés no chão e entender o que a comunidade de fãs espera de Call of Duty (e que claramente não é a “fortnitização” que Black Ops 6 adotou, especialmente no que diz respeito às skins). De certa forma, o estúdio alcançou seu objetivo em Black Ops 7, ainda que os modos de jogo destoem uns dos outros.
O que posso dizer de antemão sobre BO7 é: não importa o seu perfil de jogador, o conteúdo é entregue de baciada para agradar todo mundo. Do multiplayer ao cooperativo, do single-player ao Dead Ops Arcade, é impossível não encontrar um modo de CoD feito para você. No que tange ao conteúdo, este é o maior de todos.
Call of Duty: Black Ops 7 com multiplayer calibrado
O CoDzeiro raiz sabe: Call of Duty é, sobretudo, um jogo multiplayer. Tudo bem, tem campanha, tem modo zumbi, mas a jogatina online é o que sempre garantiu longevidade. Mesclando passado e presente, o PvP resgata as arenas clássicas de Black Ops 2 que ficaram na memória, como Hijacked e Express, ao mesmo tempo que introduz alguns dos mapas modernos mais bacanas da franquia.
Den, o meu favorito, leva os tiroteios a um complexo com paisagens do Japão feudal, enquanto Toshin, meu top 2, transmite uma atmosfera cyberpunk por meio de uma cidade futurista banhada em neon, claramente inspirada nas principais metrópoles japonesas. Dá para afirmar com segurança que o level design de todos os mapas novos é acima da média, uma vez que conecta com excelência as principais zonas de encontro entre os times.
O modo Skirmish, por sua vez, com confrontos de 20 contra 20 em larga escala, é a grande novidade e dá um contraste interessante às arenas mais fechadas e concebidas em três zonas das tradicionais disputas de seis contra seis. A jogabilidade não chega a ser tão futurista quanto a de Infinite Warfare, mas, tal como em Black Ops 6, preza pela dopamina instantânea.
Black Ops 7 introduz alguns dos mapas modernos mais bacanas da franquia

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Sem precisar de jetpacks, a mobilidade ganha ritmo com as mecânicas de deslizar no cenário (que continua sendo a alternativa mais vantajosa para se esquivar) e andar nas paredes. Alguns mapas, inclusive, foram desenhados para exigir do jogador o wall jump durante a travessia, o que demanda um tempo de reação ainda mais rigoroso quando se está em combate no ar.
Aos calouros de CoD (ou que ficaram um tempo longe da série), preparem-se para um dos trotes mais traumatizantes da vida. Para começar, a mira assistida foi recalibrada e não “cola” no oponente com tanta facilidade ao mirar, mesmo com um controle. O matchmaking também recebeu ajustes e já não leva tanto em conta as habilidades de cada jogador na hora de parear – o que significa que você quase sempre vai encontrar mais veteranos que o normal.
Mais exigente que Black Ops 6, o grind de Call of Duty: Black Ops 7 volta com tudo, e você precisa ralar para conseguir todas as camuflagens raras vinculadas aos prestígios. A progressão, no entanto, é integrada entre os diferentes modos de jogo. Logo, tudo que você fizer, seja no multiplayer ou no coop, contribui para evoluir os equipamentos, uma ótima sacada da Treyarch para fazer o jogador experimentar de tudo e ainda assim progredir.

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Zumbis e Dead Ops Arcade: contraste bem-vindo
Acredite: há quem jogue Call of Duty somente pelo modo Zumbis, o que, a meu ver, é perfeitamente compreensível, dada a qualidade da experiência cooperativa que oferece. Muitos títulos tentaram replicar a fórmula, sem tanto sucesso, mas não pretendo citar nomes aqui – você já deve saber quais são se estiver minimamente familiarizado com o gênero.
Para quem não esperava muito, saiba que, em Call of Duty: Black Ops 7, a Treyarch voltou a abraçar um tom mais sombrio e de cores frias em seu principal modo, Cinzas dos Condenados, favorecendo o gore que, cá entre nós, estava em falta nos últimos tempos. E sim, há situações de tensão que lembram games de terror, o que contribui para uma vibe digna de um modo sobrevivência.
Além da adaptação para uma abordagem mais, digamos, séria, nota-se uma evolução na estrutura. Nos moldes de um mundo aberto, você deve cumprir objetivos com a ajuda de veículos, já que as missões são espaçadas e convidam à exploração. Enxergo a mudança de escopo do Zumbis como algo positivo, mas entendo quem prefira o clima mais claustrofóbico e contido de anos anteriores.
BO7 voltou a abraçar um tom mais sombrio e de cores frias em seu principal modo de Zumbis

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Como uma resposta à sobriedade de Cinzas dos Condenados, o modo Dead Ops Arcade 4 é, como o próprio nome sugere, uma experiência arcade, com o acréscimo de que agora pode ser jogado também em primeira pessoa, uma alternativa à visão áerea. A transição é da água para o vinho em relação ao modo principal: Dead Ops não se leva a sério em nenhum momento, assim como um filme de terror lado B, o que é ótimo por trazer ainda mais variedade ao Zumbis.
Campanha desconexa, mas o Fim da Jornada salva
Muita gente diz que o melhor sempre fica para o final, mas eu resolvi contrariar o ditado: a campanha é o calcanhar de aquiles de Call of Duty: Black Ops 7 e já pode ser considerada a pior da franquia, sem precisar pensar muito sobre. Situada em 2035, a história se desenrola alguns anos após os eventos de Black Ops 2 e ensaia o retorno de um vilão icônico que, no fim das contas, acaba sendo apenas devaneio.
Sem dar muitos spoilers, você assume o papel de Mason, escalado para investigar o possível retorno de um terrorista. Posteriormente, o agente descobre que uma megacorporação armamentista está por trás de tudo e que trabalha secretamente no desenvolvimento de uma arma biológica. A premissa tem seu valor, mas o roteiro furado e, sobretudo, o tom adotado, destoante, transformam as quase seis horas de campanha em um compilado de decisões ruins para Call of Duty.

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
O que mais me incomodou, entretanto, foi o enfoque sobrenatural. CoD não é (e nunca vai ser) sobre atirar em aranhas, vespas gigantes ou criaturas modificadas geneticamente. O modo história mira no semblante paranormal das produções da Remedy, mas é só uma viagem alucinógena de efeito reverso, uma experimentação em que só a “bad trip” prevalece.
O que minimiza a frustração com a campanha é o que vem depois: o modo Fim da jornada, disponível inicialmente para quem zerou Call of Duty: Black Ops 7. Trata-se de um modo PvE ambientado no mundo aberto de Avalon, palco da história, no qual cumprimos missões, ganhamos XP e avançamos nos quatro setores do mapa, cada qual com seu nível, para, ao final, realizarmos a extração – sim, no melhor estilo extraction shooter mesmo.
O formato de jogo em si, embora cooperativo, não foge muito do que vimos em Warzone, mas tem identidade própria por introduzir elementos de RPG, com progressão individual por operador. Confesso que fiquei viciado no Endgame e cheguei até a deixar o multiplayer de lado por um tempo, até porque jogar sozinho é plenamente viável e divertido.
O modo história mira no semblante paranormal da Remedy, mas é só uma viagem alucinógena de efeito reverso, em que só a “bad trip” prevalece

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Veredito
Call of Duty: Black Ops 7 é, disparado, o mais democrático da série e traz conteúdo de sobra para todos os gostos, seja para quem joga sozinho, em co-op ou multiplayer. Há, contudo, um contraste extremo, impossível de ignorar, em seus modos.
Enquanto o multiplayer e o Zumbis atendem às demandas da comunidade, a campanha é desconexa, faz escolhas que ninguém pediu e parece até de outro jogo, tornando-se, infelizmente, uma mancha indelével no histórico de grandes histórias de CoD.
Analisado no PS5 Pro.
Uma cópia de Call of Duty: Black Ops 7 0 foi gentilmente cedida pela Activision para o propósito de análise
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Call of Duty: Black Ops 7
Publisher: Activision
Desenvolvedora: Treyarch
Plataformas: Xbox One, Xbox Series S|X, PS4, PS5 e PC
Lançamento: 14/11/2025
Tempo de review: 35 horas
Call of Duty: Black Ops 7 é o mais democrático da série e traz conteúdo de sobra, apesar de destoante nos modos
Prós
- Multiplayer traz ajustes finos e ótimos mapas
- Modo Zombies mais aberto e com tom sóbrio
- O modo Fim da Jornada é uma grata surpresa
- Fartura de conteúdo
Contras
- A campanha é desastrosa em muitos níveis











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