
Review: The First Berserker Khazan é soulslike de respeito
Com seletor de dificuldade, The First Berserker Khazan não inova, mas vicia em ótima aplicação da fórmula soulslike
Imagem: Nexon
nunciado no The Game Awards de 2023, The First Berserker Khazan tem uma premissa clara em sua descrição resumida das lojas virtuais: “Jogo de ação hardcore com elementos de RPG”. Desenvolvido pelo estúdio sul-coreano Neople, subsidiado pela Nexon – cuja presença vai, aos poucos, se massificando globo afora –, o título assume, sem rodeios, o rótulo de soulslike.
Ambientado no universo de Dungeon Fighter Online, multiplayer massivo e de amplo alcance na Coreia do Sul, The First Berserker Khazan apresenta uma receita de bolo conhecida, mas oferece seus próprios ingredientes para tentar deixar a experiência na medida certa aos fãs do gênero.
E não se preocupe: sim, há seletor de dificuldade aqui. Confira!
The First Berserker Khazan aos órfãos de Nioh: amor e muito loot
O primeiro aspecto fundamental que melhor classifica The First Berserker Khazan, em termos de enganchar o jogador para prendê-lo por horas a fio na frente da tela, é o loot.
Há um foco primário em conceder a deliciosa sensação de pegar um equipamento melhor que o outro, seguidamente, sempre de olho na “setinha para cima” do inventário, buscando aquela peça que supera os atributos de outras que Khazan já possui.
Para quem se esbaldou em Nioh nesse sentido, The First Berserker Khazan é um prato cheio. Tanto que, a meu ver, o time de desenvolvimento talvez precise lançar atualizações que tragam mais balanceamento ao “drop-rate” dos itens, isto é, a frequência com que são deixados pelos inimigos.
Fãs de hack’n’slash se sentirão acolhidos pelo estilo frenético de Khazan, com golpes cheios de impacto e uma miríade de comandos de combate

Imagem: Nexon
Com poucos minutos de jogo, seu inventário estará farto de opções para você gastar tempo em gerenciar num momento ainda precoce da experiência. Em contrapartida, o sentimento de riqueza material é inconfundível e também tem seu deleite próprio. Farmar definitivamente é uma alternativa viável aos que quiserem fortalecer Khazan para facilitar um pouco o decorrer das fases.
Combate visceral e seletor de dificuldade
O combate de The First Berserker Khazan é rápido, aos moldes de Nioh também, correndo a seus 110 km/h, em contraponto ao ritmo mais cadenciado de Dark Souls, por exemplo, que atinge por volta de 60 km/h, e também mais acelerado que Bloodborne, em seus 80 km/h.
Fãs de hack’n’slash se sentirão acolhidos pelo estilo frenético de Khazan, com golpes cheios de impacto e uma mescla de comandos para você se dar bem, como defesa perfeita, contragolpe, esquiva e outros mecanismos conhecidos. Eu gosto de definir o combate desse jogo como “carnudo”, em que cada golpe libera suaves doses de dopamina.

Imagem: Nexon
Não tenha dúvida: The First Berserker Khazan é um jogo difícil, especialmente pelos insaciáveis chefões. Algumas batalhas contam com várias fases e diferentes transformações do boss, exigindo que o jogador saiba telegrafar golpes e movimentos do adversário por longos períodos.
No entanto, eis aqui um facilitador que pode introduzir a experiência a um público maior: o jogo tem seletor de dificuldade, com duas opções no começo, fácil ou normal. A primeira alternativa deixa as coisas mais brandas, enquanto a segunda apresenta a proposta originalmente pensada pelos desenvolvedores.
Em qualquer cenário, a estrutura de soulslike prevalece: longa curva de aprendizado, necessidade de estudar seus adversários, XP caída no local em que você morre, pontos de checagem que funcionam como as conhecidas fogueiras, fases que confiam no level design sem uso de mapa e por aí vai. Aliás, a estrutura de The First Berseker Khazan é separada por diferentes estágios, não em mundo aberto ou interconectado, inclusive para as missões secundárias, que por vezes revisitam locais conhecidos ou reciclam chefes.

Imagem: Nexon
História básica e funcional
A trama de The First Berserker Khazan não requer nenhum conhecimento prévio do universo de Dungeon Fighter Online. Ela é contada como algo novo, inteligível desde o começo e sem qualquer nuance complicada.
Usando a clássica premissa da vingança, tão comum em qualquer outra mídia, o game mostra o grande general Khazan numa saga de revanche contra o imperador, que traiu a lealdade do protagonista, cortou os tendões de seus braços e o condenou ao exílio.
Numa virada do destino, o guerreiro, à beira da morte, é possuído por uma entidade maligna, que buscava o receptáculo ideal para cumprir seus propósitos. Então, as duas partes unem forças, cada qual com seus objetivos – Khazan com a vingança e a entidade maligna com os problemas do submundo.

Imagem: Nexon
Veredito
The First Berserker Khazan entende como funciona a fórmula soulslike e a aplica do jeito certo. Ele não inova e tampouco traz algo que não tenhamos visto, mas deixa o arroz e feijão muito bem feito – o que, para os dias de hoje, é de suma importância.
Viciante e visceral, a experiência é capaz de prender os aficionados por loot, especialmente os órfãos de Nioh, bem como liberar boas doses de dopamina a cada chefe derrotado, ainda que a frequência de aparição dos equipamentos talvez precise de algum balanceamento.
De qualquer forma, The First Berserker Khazan é satisfatório o suficiente para quem busca um combate “carnudo” e sem rodeios – e oferece esse banquete com competência.
Testado no PS5 Pro.
Um código de The First Berserker Khazan foi gentilmente fornecido pela Nexon para a realização deste review.

The First Berserker: Khazan
Publisher: Nexon
Desenvolvedora: Neople
Plataformas: PS5, Xbox Series X|S e PC
Lançamento: 27/03/2025
Tempo de review: 40 horas
Ainda que não inove, The First Berserker: Khazan é satisfatório e competente para quem busca um combate “carnudo” e soulslike sem rodeios
Prós
- Combate visceral, carnudo e bem construído
- Estrutura separada por fases e simplificada
- Objetivo e competente no que se propõe
- A história de vingança funciona bem
Contras
- Precisa de balanceamento no loot
- Alguns chefes são reciclados em missões secundárias
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