Review: Sonic 3 mostra que a SEGA é o novo MCU
Filme Sonic 3 é um deleite para todas as gerações de fãs do personagem
á tempos as adaptações de videogame para o formato de filmes ou séries estão ficando cada vez melhores, mas nem mesmo o fã mais otimista da SEGA poderia imaginar que o Sonic estaria no centro de uma das trilogias mais aclamadas por público e crítica na história recente.
Com a estreia de Sonic 3 nos cinemas, o ouriço velocista sedimenta de vez a sua marca na sétima arte e segue pavimentando um caminho muito promissor para a evolução da linguagem dos games no cinema, tudo isso ao mesmo tempo em que sinaliza que, ao menos para a garotada, tem toda a pinta de estar gerando o mesmo hype que o MCU trazia poucos anos atrás. Entenda a seguir no review completo de Sonic 3.
Sonic 3 gera o mais puro hype na galera
Antes de entrar nos méritos do filme em si, confesso que me chamou muita atenção a forma como a minha sala de cinema (lotadíssima mesmo 2 dias após a estreia) misturava diversas gerações de fãs do personagens, desde os tiozões mais grisalhos como este que vos escreve até uma maioria de crianças, felizmente, já que são justamente elas o público alvo que a SEGA mais precisa atingir para seguir revelante.
Sendo alguém que estava lá quando o Shadow ganhou o seu primeiro jogo solo e que passou mais de uma década vendo o personagem virar piada e meme nas mãos de youtubers, foi muito surpreendente para mim ver como a imagem pública do anti-herói foi completamente reabilitada ao longo dos anos. Testemunhar isso chegou a ser emocionante.
Eu achava que aquele viral do “O Shadow, cara!” era meio meme e performático, mas não! A julgar pelas crianças na minha sala, há uma paixão muito sincera pelo personagem, que colecionou aplausos e gritos em diversos momentos de Sonic 3. Parecia até que eu estava em uma sessão de Vingadores Ultimato, como relatei no meu vídeo:
Através dos quadrinhos e animações, principalmente, o Shadow agora é um símbolo de diversão e adrenalina para jovens de todo o mundo. E como alguém que cresceu jogando nos consoles da SEGA, isso não poderia ter me deixado mais feliz. É até difícil analisar o filme sem me deixar levar pela emoção de ver Sonic, Shadow e sua turma virando um novo MCU e levando o público ao delírio, mas vamos tentar.
Evoluindo um formato de sucesso
Ao longo de três filmes, qualquer pessoa minimamente mais atenta vai notar como a dinâmica dos live actions do Sonic foi mudando aos poucos. Enquanto o primeiro filme era quase uma road trip com grande participação e destaque do núcleo com atores de carne e osso, progressivamente a relevância dos humanos foi caindo a cada novo longa.
Sonic 2 acaba sendo bem equilibrado nesse sentido, dedicando uma grande porção de sua metragem à chegada do Tails além de estabelecer o personagem do Knuckles, tudo com direito a cenários mais coloridos e fantasiosos, mas sem descartar as tramas paralelas com pessoas (para o desgosto de muitos).
Sonic 3, enfim, já descarta quase que totalmente qualquer ator que não seja o maravilhoso Jim Carrey (agora com presença dobrada, já que vive tanto o bom e velho Eggman como o seu vovôzinho Gerald Robotnik). Se seguirmos nessa toada, o já anunciado quarto filme deve se aproximar muito mais de um desenho animado do que de um live action. Até por isso, considero Sonic 3 um filme de transição, que sofre um pouco por isso.
Ao deixar o núcleo humano tão largado, a participação de Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter) só não é mais ofuscada do que a tremendamente desperdiçada diretora Rockwell (Krysten Ritter).Mas tudo bem, porque esse é um pecado que o filme paga com juros e correção especialmente do meio para frente, quando se compromete completamente em ser uma adaptação de Sonic Adventure 2.
Honrando as raízes dos videogames
Se me contassem anos atrás que um dia veríamos a relação entre o Sonic e Maria adaptada maravilhosamente para a telona, que o Shadow andaria de moto e puxaria uma pistola, e que até músicas licenciadas dos jogos tocariam a todo volume, eu nunca acreditaria, mas cá estamos nós, vivendo a melhor linha do tempo de todas.
Por mais que eu adore diversas adaptações dos videogames (especialmente Cyberpunk Edgerunners), sinto que nem mesmo o filme do Super Mario conseguiu evocar esse mesmo sentimento de estar “jogando” um filme que Sonic 3 alcançou de forma soberba.
Há toneladas de referências mais e menos explícitas espalhadas ao longo de todo o filme, mas a mão nunca é forçada demais. O mesmo acontece com as inevitáveis piadas: nem todas elas acertam em cheio, mas a inteligência e bom gosto do espectador jamais são ofendidas.
Com tantos acertos, Sonic 3 é indispensável para qualquer fã do personagem, mas também funciona como um ótimo filme para toda a família. Quem sabe ele até não consegue criar novos fãs para Sonic e Shadow?
Sonic 3
Publisher: Paramount
Desenvolvedora:
Plataformas: Cinemas
Lançamento: 25/12/2024
Tempo de review: 2h
Sonic 3 é uma das melhores adaptações dos videogames nos cinemas e pura diversão para toda a família
Prós
- Jim Carrey dá um show de performance
- Adaptação respeitosa de Sonic Adventure 2
- Shadow é muito carismático e incrível na tela
- Humor e referências bem espalhadas
Contras
- Núcleo humano faz hora extra
- Demora um pouco para engrenar
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