PlayStation Access Controller chega no Brasil; veja preço e detalhes
O PlayStation Access Controller está chegando no Brasil e é um grande avanço para a acessibilidade em jogos
última quarta-feira (6) marcou uma data muito especial para o PlayStation e para o avanço de acessibilidade em jogos: a Sony lançou o PlayStation Access Controller, um joystick inédito com foco para pessoas com deficiência.
O novo acessório já está disponível para venda no mercado brasileiro, chegando na mesma data de lançamento do mercado internacional, e visa oferecer mais oportunidades para que fãs da marca aproveitem os jogos no PS5. Para conhecer mais sobre o periférico, fomos até o escritório da Sony para conferir o produto em mãos. Confira!
PlayStation Access Controller: veja o preço
Começando com uma boa notícia, o PlayStation Access Controller já está disponível para venda no mercado brasileiro, chegando no mesmo dia do lançamento nos EUA: 6 de dezembro. Vendido lá fora por US$ 89,99, o preço sugerido no Brasil é de R$ 599,99.
Mas afinal, isso é caro? Para nos dar um panorama mais preciso sobre o valor do aparelho no Brasil, Christian Bernauer, presidente da AbleGamers Brasil, compartilhou um pouco do quanto custa criar um controle personalizado para jogadores PCD.
Segundo Christian, o valor médio atual para produzir um acessório personalizado é de R$ 3 mil, variando entre R$ 700 a 800 em soluções mais “simples” e podendo atingir até R$ 6 mil em alguns casos.
Portanto, por mais que o valor não seja similar ao que vemos em DualSense padrão, por exemplo, ainda se trata de um preço relativamente acessível ao público quando comparado às alternativas.
No pacote do PlayStation Access Controller temos um joystick, um cabo USB-C, três alavancas diferentes, etiquetas emborrachadas para nomear os botões, 8 botões padrão e alguns botões alternativos, como um botão duplo e outros com formatos distintos para se adaptar a diferentes tipos de usuário.
Acessibilidade: da embalagem ao uso
O PlayStation Access Controller pode ser um acessório, mas antes de ser um produto ele é uma ferramenta para facilitar e ajudar PCDs conseguirem a jogar. Portanto, ele foi desenvolvido pela Sony em parceria com entidades como AbleGamers, Stack-Up e SpecialEffect, além do PlayStation Studios e de dezenas de membros da comunidade em três continentes.
Por conta disso, o periférico é 100% pensado para o público-alvo, começando pela embalagem. Ela tem formas muito fáceis de abrir cada lacre, requerendo pouquíssima força; os pacotes de dentro seguem a mesma lógica e foram produzidos de maneira que seja acessível de abrir para qualquer um (alguns usuários PCD conseguiram abrir até com o pé, por exemplo).
Há diferentes tipos de botões para diferentes tipos de usuários, podendo ser combinados de uma maneira bem individual. Inclusive, o fato de o PlayStation Access Controller já vir com muitas opções de botões e analógicos foi algo elogiado pela AbleGamers, citando periféricos como esse geralmente vêm “crus”, com o usuário tendo que complementar o pacote.
Em outras palavras, o novo acessório da Sony vem em um formato de plug and play, já preparado para o usuário jogar diretamente da caixa. Porém, ele também suporta até quatro acessórios extras, como botões, switches e alavancas, que são conectados através de entradas P2 (a mesma de fone de ouvido).
Portanto, praticamente qualquer comando adaptado extra pode ser plugado, personalizando melhor os inputs de acordo com a deficiência de cada jogador (acessórios para realizar comandos com a boca ou um botão para apertar com o pé, por exemplo).
Apesar de serem apenas quatro entradas para equipamentos externos, o PlayStation Access Controller pode ser pareado com outro PlayStation Access Controller para garantir mais quatro entradas adicionais (e até ser combinado com um DualSense padrão para jogar com até três controles simultâneos).
A parte de software do PS5 foi algo bastante elogiado pelos representantes da AbleGamers: segundo membros da organização, pode parecer bobagem ter um tutorial completo ao ligar o periférico e oferecer múltiplas formas de mapeamento para cada um dos 9 botões do aparelho, mas muitas pessoas têm dificuldade para se adaptar na primeira vez que usam produtos como esse.
É possível criar uma combinação de até três perfis distintos para diferentes tipos de games e usos, que podem ser alternados com o pressionar do botão “Profile”. Contudo, também é viável ter até 30 perfis diferentes registrados no PlayStation 5 e garantir uma personalização ainda melhor.
Inclusive, a Sony e os parceiros da produção do PlayStation Access Controller criaram maneiras de resetar facilmente as configurações padrões do acessório e emitem mensagens de alerta para evitar que o usuário fique bloqueado sem os principais botões do PlayStation (como X, O e Menu).
Essa customização na parte de software permite que os jogadores criem formas de remapear os botões, como combinação de comandos (como L1 + R1 ou qualquer outra junção de inputs), um único clique para acionamento contínuo (como acelerar carros em Gran Turismo) e muito mais.
Uma excelente adição, mas não o Santo Graal
No geral, o PlayStation Access Controller parece ser uma opção ótima para PCDs no mercado gamer: o controle pode ser utilizado por uma variedade de pessoas, a embalagem é bem pensada para qualquer um abrir, ele é bastante personalizável, tem uma solução de software robusta e um preço bem interessante ao lado das soluções alternativas.
Entretanto, conforme citado por representantes da AbleGamers na apresentação do periférico, ele não é o “Santo Graal”: as necessidades de PCDs são bem variadas e não existe uma única solução para todos os jogadores. Os botões do acessório, por exemplo, por mais personalizáveis que sejam, talvez não atenda a alguns usuários.
Ainda há espaço para melhorias no PlayStation Access Controller, como memorização de perfis que podem ser utilizados em outros PS5 sem a necessidade de recriar perfis, compatibilidade com a Steam (já que o DualSense padrão já tem esse suporte), venda separada dos botões alternativos e muito mais.
Porém, esse é um grande passo para a Sony, que até pouco tempo não tinha quase nenhum tipo de suporte para acessibilidade (ao menos em hardware) em seus consoles. Certamente, é bem provável que veremos essa área crescendo dentro da companhia.
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