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Ex-chefão do PlayStation não queria jogos como serviço

Segundo Shuhei Yoshida, ex-líder dos estúdios PlayStation, ele não teria aceitado fazer jogos de serviços e filmes

17.01.2025 às 13:14

Já faz algum tempo que a estratégia da Sony em criar jogos de serviço para PlayStation tem se provado cada vez mais falha e frágil após Concord ter sido cancelado, assim como novas descobertas de God of War live service e mais. E, se isso fosse na gestão de Shuhei Yoshida, não teria acontecido.

O ex-líder de jogos first party do PlayStation realizou uma entrevista recentemente com o canal Kinda Funny Games, na qual comentou até mesmo sobre o relançamento de Bloodborne e deu mais detalhes das mudanças de estratégia da Sony durante a virada da década. Venha ver!

Concord

Imagem: Sony

Shuhei Yoshida era contra jogos live service no PlayStation

Para quem não sabe, Shuhei Yoshida foi um executivo de extrema importância no PlayStation e participou na história da marca desde antes de o PS1 chegar ao mercado, passando por cargos como diretor de licenciamento de jogos third party, vice-presidente do SCE Worldwide Studios e, talvez seu cargo mais conhecido, presidente do SCE Worldwide Studios (entre 2008 e 2019).

Basicamente, Yoshida liderava e geria recursos para todas as desenvolvedoras first party da Sony, ou seja, para games exclusivos do console. Entretanto, em 2019 ele deixou o cargo e passou a liderar a divisão de indies da companhia.

Além de citar o provável motivo pelo qual Bloodborne não teve um relançamento, Yoshida também foi questionado sobre a iniciativa de jogos de serviço que a Sony apostou nos últimos anos. E, para ele, essa estratégia não é boa, já que se trata de algo muito “arriscado de fazer em um mercado tão concorrido”.

State of PlayStation - PlayStation PS5 Sony PS6

Imagem: PlayStation

Segundo Yoshida, a estratégia da Sony em 2019 não foi retirar recursos de títulos single player e realocá-los para jogos de serviço. Quando Hermen Hulst se tornou o líder de jogos first party, ele conseguiu orçamento extra para investir em games as a service (portanto, nunca houve uma “troca”).

Felizmente, Helldivers 2 foi muito bem… ninguém esperava isso. Então você não pode planejar um sucesso nessa indústria e essa é a parte mais divertida desse negócio. Eu espero que essa estratégia funcione no fim. Se eu estivesse na posição de Herman, provavelmente eu teria tentado resistir ir nessa direção [jogos de serviço]. Talvez seja uma das razões pelas quais eles me retiraram de first party!”

Apesar de Yoshida ter trocado de cargo no PlayStation, ele não viu essa atitude como um “rebaixamento” de posição na empresa. De acordo com o ex-diretor do PlayStation, às vezes é saudável trocar líderes para que novas ideias floresçam na companhia, embora ele tenha ficado triste em um primeiro momento em deixar sua antiga função – mas feliz por trabalhar com desenvolvedoras indies.

Depois de 11 anos gerenciando a Worldwide Studios, mesmo que eu tenha aproveitado e orgulhoso do que conquistamos, liderar o grupo com as mesmas pessoas por um longo período pode não ser uma coisa muito boa. Como falar de jogos de serviço, pessoas que tem apenas uma única visão ao olhar para jogos… algumas coisas que não estou interessado e nem tentaria”

Apesar de Shuhei Yoshida ver o lado positivo em trazer uma pessoa com ideias diferentes, é inegável que a Sony passou (e ainda passa) por maus lençóis com essa estratégia que não se pagou: quase uma dezena de games de serviço foram cancelados, Concord fracassou de forma retumbante e muito tempo e dinheiro foram gastos com obras que nunca viram a luz do dia (e sequer foram anunciadas publicamente).

Mod Multiplayer para Spider-Man

Imagem: tiffsomniac

Yoshida também não gostava da ideia de filmes do PlayStation

Na entoada de mudanças de líderes dentro do PlayStation, Yoshida também citou como trocar o seu cargo permitiu uma visão mais ampla para outras áreas, como adaptações cinematográficas de filmes de jogos da Sony, algo que ele não gostava.

Assim, eu estava totalmente não interessado em criar filmes inspirados em nossas IPs de jogos: a indústria do cinema olhava com desdém para nós e não respeitavam o aspecto criativo de videogames, além de criar longa-metragens muito ruins quando tentaram. Então eu não tinha interesse algum, mas depois que eu saí, veja todos esses ótimos filmes e séries que estão sendo feitos”

Shuhei Yoshida - ex-presidente do PlayStation Studios

Imagem: Sony

No caso, Yoshida se refere a filmes como Uncharted e Gran Turismo, ambos inspirados em jogos do PlayStation, e séries como The Last of Us e até Twisted Metal – além de outras previstas para o futuro, como God of War, Horizon e mais.

E você, concorda com Yoshida? Recentemente, o executivo deixou a Sony após 31 anos de serviço.

Fonte: via VGC

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